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    Tim Cook poderá deixar comando da Apple em 2026

    A gigante tecnológica intensifica planos de sucessão após a saída de Jeff Williams, com John Ternus a emergir como principal candidato à liderança

    iPhone 15 Pro pic press Apple

    A Apple pode estar prestes a viver a sua maior mudança de liderança em mais de uma década. Segundo informações avançadas pelo Financial Times, Tim Cook poderá abandonar o cargo de CEO já no próximo ano, pondo fim a um reinado de 14 anos à frente da empresa de Cupertino.

    A notícia surge numa altura em que a empresa atravessa uma fase de transformação executiva significativa. Na sexta-feira passada, Jeff Williams disse adeus à Apple após 27 anos na empresa, tendo sido durante uma década o diretor de operações (COO) e um dos executivos mais influentes da companhia. A sua saída desencadeou uma reorganização profunda na cúpula da empresa.

    Aos 65 anos, Tim Cook terá sinalizado internamente que a transição está planeada há anos e não está relacionada com o desempenho financeiro da empresa. Aliás, a Apple atingiu recentemente a marca histórica dos 4 biliões de dólares de capitalização de mercado, impulsionada pelas vendas impressionantes da série iPhone 17.

    John Ternus na linha da frente

    O nome que mais força ganha para assumir o comando é John Ternus, atualmente vice-presidente sénior de engenharia de hardware. Com 50 anos e na Apple desde 2001, Ternus tem supervisionado o desenvolvimento de praticamente todos os principais produtos da empresa nas últimas duas décadas, desde o iPhone ao Mac e iPad.

    A sua visibilidade aumentou consideravelmente nos últimos keynotes da Apple, onde tem apresentado novos produtos como o iPhone Air, num sinal claro de que está a ser preparado para um papel de maior destaque público.

    Embora Ternus seja apontado como favorito, outros nomes circulam internamente como possíveis sucessores. Craig Federighi, responsável pela engenharia de software e rosto público das iniciativas de software da Apple, é considerado um candidato forte pela sua capacidade de comunicação e presença pública. Greg Joswiak, vice-presidente sénior de marketing mundial e com 30 anos de casa, também surge como opção pela sua visão abrangente do negócio.

    Com a reforma de Williams, a Apple redistribuiu as suas responsabilidades por vários executivos de topo. Eddy Cue, chefe de serviços, ficou com as equipas de saúde e fitness. Federighi assumiu o controlo do watchOS, enquanto Ternus passou a liderar toda a engenharia de hardware do Apple Watch.

    Sabih Khan, anteriormente vice-presidente sénior de operações, assumiu formalmente o cargo de COO em julho, numa transição que vinha sendo preparada há meses.

    O momento escolhido para qualquer anúncio oficial será crucial. Fontes próximas da empresa sugerem que a Apple dificilmente revelará um novo CEO antes do relatório de resultados de janeiro de 2026, que cobrirá o período crítico das compras de Natal. Um anúncio no início do ano daria à nova liderança tempo para se estabelecer antes dos grandes eventos da empresa, nomeadamente a conferência mundial de programadores (WWDC) em junho.

    Cook já havia manifestado publicamente a preferência por um candidato interno, tendo afirmado em várias ocasiões que a empresa mantém “planos de sucessão muito detalhados”. A estratégia da Apple passa claramente por garantir continuidade e estabilidade, evitando a contratação externa que poderia trazer incerteza aos mercados e aos investidores.

    Apple Watch Ultra 3 (1)

    O legado de Tim Cook

    Desde que assumiu a liderança em 2011, após a demissão de Steve Jobs por motivos de saúde, Cook transformou radicalmente a Apple. Sob a sua gestão, a capitalização de mercado cresceu de cerca de 350 mil milhões de dólares para os atuais 4 biliões, tornando-a numa das empresas mais valiosas do mundo.

    Cook é amplamente reconhecido pela estratégia de externalização da produção, que permitiu à Apple operar em escalas sem precedentes. A sua liderança atravessou momentos desafiantes, desde a pandemia até às tensões comerciais com a China e às crescentes pressões regulatórias em múltiplos mercados.

    No entanto, a empresa enfrenta novos desafios. A corrida à inteligência artificial tem sido dominada por rivais como a Nvidia, Microsoft e a Google, e os esforços da Apple nesta área têm sido vistos como menos impressionantes. O lançamento do Siri melhorado com IA, inicialmente previsto para 2025, foi adiado para 2026 devido a obstáculos técnicos.

    A próxima liderança da Apple terá pela frente a tarefa de equilibrar a herança de inovação deixada por Jobs e a excelência operacional consolidada por Cook, ao mesmo tempo que posiciona a empresa para competir ferozmente no novo paradigma da inteligência artificial.

    Para muitos analistas e investidores, a sucessão de Cook representa não apenas uma mudança de CEO, mas um teste crucial à capacidade da Apple de se reinventar mais uma vez, mantendo a cultura de inovação que a define.

    Helder Archer
    Helder Archer
    Fundou o OtakuPT em 2007 e desde então já escreveu mais de 60 mil artigos sobre anime, mangá e videojogos.

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