
O Pixiv, uma das maiores plataformas de partilha de ilustrações digitais, anunciou uma atualização significativa na sua política de restrições de conteúdo que entrará em vigor a 10 de novembro de 2025. A mudança alarga o alcance das limitações a vários mercados importantes, incluindo toda a União Europeia, Canadá, Austrália e Nova Zelândia.
Segundo o comunicado oficial da plataforma, as novas medidas consolidam e reformulam disposições que anteriormente estavam dispersas por diferentes secções específicas de cada país ou região. O objetivo passa por melhorar a clareza das regras e tornar explícito nos Termos de Uso aquilo que já existia de forma menos visível.
A empresa sublinha que não se trata propriamente de criar restrições adicionais, mas sim de tornar mais transparente a aplicação das limitações já em vigor. Ainda assim, será adicionada uma cláusula específica sobre o acesso limitado a determinados trabalhos nas regiões abrangidas por esta política.
Pressão das empresas de pagamento
Esta decisão não surge isolada. Nos últimos anos, processadores de pagamento como MasterCard, Visa, PayPal e Stripe têm vindo a apertar progressivamente as suas políticas relativamente ao tipo de conteúdo que permitem nas plataformas onde operam. Esta pressão tem forçado diversos sites e serviços digitais a adaptarem-se ou arriscarem perder o acesso a métodos de pagamento essenciais.
O Pixiv não é caso único. Plataformas como Patreon já implementaram mudanças semelhantes, e até lojas de videojogos como a itch.io e a Steam enfrentaram situações comparáveis. A questão central prende-se com o controlo de conteúdo adulto ou explícito, onde as normas variam consideravelmente entre jurisdições.
Esta não é a primeira vez que o Pixiv ajusta as suas políticas para responder a exigências externas. Em 2023, a plataforma já tinha aplicado restrições similares para utilizadores dos Estados Unidos e do Reino Unido. Com esta nova expansão, o alcance das limitações aproxima-se de uma escala verdadeiramente global.
A empresa japonesa encontra-se numa posição delicada, por um lado precisa de manter o acesso aos sistemas de pagamento internacionais que sustentam o seu modelo de negócio, por outro lado depende de uma comunidade criativa que valoriza a liberdade de expressão artística. A forma como equilibra estas duas realidades tem sido acompanhada de perto por artistas e utilizadores da plataforma, muitos dos quais expressam preocupação com o impacto destas restrições no tipo de trabalho que podem publicar ou aceder.
As mudanças entram oficialmente em vigor daqui a duas semanas, deixando pouco tempo para artistas e utilizadores se adaptarem às novas condições de utilização do serviço.







