
A Rússia bloqueou o acesso ao MyAnimeList, uma das maiores bases de dados de anime do mundo, devido a conteúdo que as autoridades consideram “extremista“. Segundo reportou o jornal The Moscow Times a Roskomnadzor, agência federal russa responsável pela supervisão dos meios de comunicação, incluiu o site na lista negra nacional de páginas proibidas.
A justificação oficial aponta para a “colocação sistemática de materiais contendo informação que propaga relações e/ou preferências sexuais não tradicionais”. Atualmente, quem tenta aceder ao MyAnimeList a partir da Rússia depara-se com uma mensagem de erro. A Roskomnadzor indicou que poderá reverter a proibição caso o site remova o conteúdo considerado ilegal segundo a legislação russa.
Este bloqueio surge num contexto mais amplo de restrições a conteúdos relacionados com a comunidade LGBTQ+ no país. Em 2023, o Supremo Tribunal russo declarou o movimento LGBT como “extremista”, estabelecendo um precedente legal para ações como esta.
Não é a primeira vez que anime enfrenta censura na Rússia. Em fevereiro de 2021, o tribunal do distrito de Kolpinsky em São Petersburgo proibiu a distribuição de Death Note, Inuyashiki, Tokyo Ghoul e Elfen Lied em vários sites. Na altura, a acusação argumentou em dezembro de 2020 que uma das séries continha “crueldade, assassinato e violência em cada episódio”.
O MyAnimeList foi lançado em 2005 e rapidamente se tornou uma referência para fãs de anime em todo o mundo. A plataforma permite aos utilizadores catalogar, avaliar e descobrir novos títulos, funcionando também como rede social para a comunidade. A DeNA adquiriu o site em 2015, mas a propriedade voltou a mudar de mãos quando a Media Do Holdings comprou a plataforma em janeiro de 2019.
Mais recentemente, em março deste ano, a distribuidora de e-books Media Do Holdings anunciou a venda de todas as suas ações do MyAnimeList à Gaudiy, uma empresa de Tóquio especializada em Web3 e inteligência artificial. A Media Do estimou registar um “ganho extraordinário” de 531 milhões de ienes (cerca de 3,5 milhões de dólares) no primeiro trimestre do seu ano fiscal que termina a 28 de fevereiro de 2026.








