Ao longo dos séculos acreditou-se que o coração fosse o centro das emoções humanas, e mesmo que atualmente seja de conhecimento público que o cérebro é o encarregado pelo nosso comportamento, até hoje é comum usar frase como fulano”não tem coração” para designar falta de sentimentos de alguém, ou “ciclano está de coração partido” para se referir alguém desiludido no campo amoroso.
Se tem algo que chama atenção em Happy Sugar Life, são suas analogias que se encaixam perfeitamente no contexto da narrativa. Comparar o coração ao um jarro/vaso de vidro é uma analogia interessante e que faz sentido.
Não dá para aceitar moralmente as ações da mãe da Shio, mas ela tomou uma medida extrema para tentar salva-la, não só de um ambiente familiar contaminado, mas principalmente do monstro que ela estava se tornando.
A violência doméstica fez que mãe da pequena Shio se tornasse uma pessoa com diferente faces, que variava de uma pessoa triste até uma pessoa descontrolada e agressiva. A garotinha fez o máximo possível para conservar a sanidade de sua mãe, entretanto, quando eu coração quebra, sua alma também quebra, e uma vez quebrada, não há mais volta. Interessante é que segundo a analogia feita no anime, quando o coração é dilacerado, fica-se impedido de guardar os sentimentos, ou seja, perde-se o que nos faz tornar humanos. Quando a alma da mãe da Shio foi quebrada, ela perdeu sua condição humana e se transformou em um monstro igual ao pai dela, que sempre era mostrado sob uma aparência demoníaca.
Ao encontrar Satou, Shio se deparou com alguém que tinha um coração intacto, porém vazio. Nós, seres humanos, colocamos os mais diversos sentimentos em nosso coração e podemos ser movidos pelos mesmos. Já a protagonista de cabelo rosa, não tinha noção alguma sobre sentimentos, mas ao contrário da mãe da pequena heroína dessa história, Satou ainda tinha salvação.
Um dos principais problemas do anime é a dificuldade que os personagens têm para transmitir empatia para o público, sendo que tal elemento é indispensável para fazer com que o público se importe com o drama de cada um dos personagens. No final isso fez falta, pois eu, por exemplo, não me importei com o destino trágico dos personagens, em especial da Shio e da Satou. Eu também não consegui sentir empatia pelo irmão da Shio, que mesmo tendo uma atitude muito nobre de procurar sua irmã, sempre foi retratado como uma pessoa fraca e com algum distúrbio psicológico em relação aos adultos. A Shio, por natureza, deveria ser a personagem que mais o público deveria se importar, pelo fato de ser uma criança, mas a personagem não consegue despertar muita empatia.
A formação familiar da Satou é a raiz de sua personalidade, não que ela não tenha recebido amor, mas o amor que sua tia lhe ensinou foi de uma forma completamente distorcida, tão tal que até a própria Satou não reconhece a forma de pensar da sua tia sobre o amor, entretanto, já era tarde demais, pois a mesma já tinha distorcido tal sentimento desde o começo do anime.
Toda ação tem uma consequência, quer seja boa ou má, e baseando-se nas ações da Satou, ela teria que pagar um preço muito alto pelas suas atitudes, e foi isso que aconteceu. No fundo ela cumpriu seu papel como anti-heroína, pois mesmo de forma errada ela acreditava e buscava no amor, e creio eu que nos momentos finais de sua vida na terra, a mesma encontrou o significado verdadeiro de amor.
terá uma segunda temporada E possível ou não ficaria bom já que a satou morreu?
Não sei porquê mas este final lembrou-me de um mangá que li há algum tempo. Recomendo para quem gostou – chama-se Bastard
Foi um execelente anime é com final muito bom pelo menos na minha opinião