Segundo o jornal japonês Asahi Shimbun a Comissão de Comércio Justo do Japão (JFTC) do Japão começou uma investigação sobre as práticas laborais precárias que muitas empresas de produção estão alegadamente a aplicar aos funcionários do sector da criação de anime, o que inclui todos, desde animadores a cargos de gestão.
O secretário-geral da JFTC, Tetsuya Fujimoto, afirmou que foram recebidas queixas sobre como “os lucros da indústria não estão a chegar aos criadores“, o que gerou alarmes. Para compreender melhor o problema, foi pedido aos animadores, designers e outros trabalhadores da indústria que denunciassem os abusos sofridos no local de trabalho através de um formulário online.
Existem várias práticas obscuras que a JFTC quer esclarecer:
- Sem contratos escritos → Muitos criativos trabalham sem documentos legais, o que os deixa desprotegidos.
- Salários injustos → Alguns estúdios impõem salários muito baixos, sem possibilidade de negociação.
- Cancelamentos sem aviso prévio → Recebe a promessa de um projeto e, de repente, é cancelado sem compensação.
- Revisões gratuitas → Pedidos de alterações e correções sem pagamento extra.
- Prazos impossíveis → Prazos de entrega absurdos que pressionam os trabalhadores até à exaustão.
A JFTC irá rever estas práticas ao abrigo da Lei Anti-Monopólio, da Lei de Subcontratação e da Lei do Trabalho Freelance e espera publicar um relatório com os resultados até ao final de 2025.
Esta comissão governamental é temida pelos empregadores, e tal foi comprovado quando investigaram a Cover Corp, que gere a agência VTuber “Hololive Production”, depois de terem sido acusados de obrigar 23 artistas a fazer 243 revisões de ilustrações 2D e 3D sem qualquer compensação extra.
Acho muito bem e que essa investigação seja posta seriamente em prática porque sinto que a qualidade do anime japonês tem vindo a decair nos últimos anos. E esse será certamente um dos factores que tem vindo a contribuir para essa decadência.