Por que o episódio 1015 de One Piece foi tão especial?

Nunca os fãs de One Piece imaginariam que a melhor coisa a acontecer na sua série favorita fosse a produção do filme anime Dragon Ball Super: Broly. Isto porque após a sua exibição, a sua direção, animação e arte foram transferidas para a nova galinha dos ovos de ouro da Toei Animation. Desde o início do arco de Wano, que One Piece foi brindado com uma qualidade muito acima do que esperávamos alguma vez imaginar. Contudo, nada nem ninguém estava à espera do que  estaria para desembarcar esta semana.

O episódio 1015 vai ser certamente recordado como um dos mais surpreendentes não só da adaptação de Eiichiro Oda, como de qualquer série animada. Isto não só por adaptar o lendário capitulo 1000 do mangá original, como teve no seu encalço uma das mais promissoras escritoras e realizadoras da atualidade desta indústria, a Sra. Megumi Ishitani. Este talento de apenas 31 anos, estudou na Universidade de Artes de Tóquio sendo aceite pouco tempo depois no Programa de Animação da GEIDAI devido às suas capacidades de escrita e realização muito acima da média. O seu batismo na indústria não foi muito sentido, visto que apenas realizou o quinto e sétimo encerramentos de Dragon Ball Super. Contudo, devido às habilidades mencionadas acima foi destacada para terminar Dragon Ball Super, dado que realizou o último episódio da série, a conclusão do torneio do poder, que como sabemos foi dotado de momentos incríveis.

Como fazia parte de Dragon Ball Super, também foi das figuras que fez a transição para One Piece. No início apenas realizou dois episódios, mas que devido à sua qualidade não passaram despercebidos nos radares de quem assiste semanalmente às aventuras do pirata de chapéu de palha. Megumi teve a sua estreia em One Piece no episódio 957, cujo apresentou o fim dos Shichibukai e também uma visão geral das notícias do Reverie, segundo consta este episódio foi um dos mais trabalhados até à data. Em seguida tornou-se numa tripulante do navio de Luffy, ao realizar o fantástico episódio 982, que muitos fãs vão certamente recordar-se do regresso de Jinbei, e do desembarque em Onigashima, a ilha onde habita o poderoso Kaido.

Contudo, Megumi, cimentou a sua carreira com o grandioso episódio 1015. Nas suas mãos os eventos do capitulo 1000 ganharam uma dimensão muito maior. O episódio abriu novamente com o encontro de Yamato e Ace, com cenas dotadas uma beleza visual e uma realização sem precedentes! É sentido que este episódio prestou uma espécie de tributo por todos os 25 anos de One Piece, já que também apresentou as infâncias de Ace, Luffy e Sabo. De salientar que estes momentos foram pincelados com uma arte muito imprópria na série, visto que nos mostrou vultos em formas metafóricas “esfumadas” e um jogo de cores surpreendente. Após ficarmos maravilhados -tal como a Yamato- com a história do homem que um dia se tornará no Rei dos Piratas, viajamos para o presente. Luffy ao chegar junto de Kaido testemunha o massacre que este causou nos corpos e espíritos dos seguidores de Oden. Nestes momentos assistimos ao talento de Ishitani, na produção de “storyboards”.

Esta jovem senhora tem como habito ligar eventos narrativos como fossem um grande “puzzle”, enquanto sublinha os maiores destaques das suas personagens. Através de planos muitíssimo aproximados sentimos a frustração de Kin’emon por não conseguir honrar o seu grande amigo e mestre, mas que ciente do seu fracasso decide engolir o seu orgulho e passar a tocha ao Luffy, o pirata da suposta profecia.

Rimos, chorámos, emocionámo-nos, e sem sombra de dúvidas agradecemos a Megumi Ishitani e à sua equipa por servirem-nos este verdadeiro banquete animado que na minha ótica foi digno de um mini filme animado. Mesmo que não acompanhem One Piece deixo a recomendação façam um favor a vocês mesmo e assistam a este episódio, podem crer que não vão ficar indiferentes à obra e a um incrível talento que tal como Luffy vai tomar o mundo de assalto mais cedo do que julgam. Megumi Ishtani também deixa claro que uma boa equipa é muito mais importante que um orçamento mais avantajado.