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    10 comportamentos mais irritantes dos turistas nos comboios pelos japoneses

    Com o Japão a receber um número cada vez maior de turistas, aumentam também as tensões com o comportamento dos turistas a irritar os habitantes locais. A Japan Private Railway Association fez um inquérito onde perguntou aos japoneses quais são os comportamentos mais irritantes dos turistas nos comboios do Japão. Em baixo encontram o TOP 10.

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    Comer ou beber no comboio

    Embora praticamente todas as estações no Japão tenham pelo menos um quiosque com snacks e bebidas ou até lojas de conveniência completas e bentôs (refeições embaladas), comer dentro dos comboios é, de forma geral, mal visto. Não é algo expressamente proibido, mas existe uma norma social bastante enraizada: nos comboios do dia a dia, o ideal é evitar refeições completas ou qualquer coisa que chame a atenção.

    De um modo geral, o aceitável são apenas snacks pequenos, do tipo que se pode colocar inteiro na boca, sem que os outros passageiros percebam. Além disso, é importante que não façam barulho ao mastigar nem tenham cheiro forte. Bolachas de arroz pequeninas ou biscoitos discretos podem passar despercebidos, mas comer um hambúrguer, por exemplo, é totalmente desaconselhado.

    No entanto, há exceções, especialmente nos comboios de longa distância, como o Shinkansen, ou em linhas turísticas pensadas para lazer. Nestes casos, os passageiros costumam ter à disposição bandejas dobráveis semelhantes às dos aviões, o que facilita a refeição a bordo. Nestes comboios, é comum e socialmente aceite consumir bentôs ou mesmo pratos mais elaborados.

    Quando se trata de bebidas, há uma zona cinzenta um pouco mais flexível. Ainda assim, aplicam-se regras semelhantes: deve-se optar por bebidas que não façam barulho ao serem consumidas e que não tenham aroma intenso. Bebidas alcoólicas, por exemplo, são toleradas no Shinkansen e em comboios turísticos, mas são vistas como deselegantes ou impróprias em comboios locais e de uso diário, como os de horário de pico.

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    Sentar no chão do comboio

    Train to the End of the World op screenshot book

    Pode ser que as vossas pernas estejam exaustas depois de uma manhã inteira a explorar o Japão, mas independentemente do vosso cansaço, há uma regra não escrita que deve ser respeitada nos comboios japoneses: nunca se sentar no chão.

    Mesmo que o comboio esteja cheio e não haja lugares disponíveis, o correto é ficar de pé. Sentar-se no chão não só ocupa espaço extra como dificulta a passagem de outros passageiros, especialmente durante o entra e sai constante nas paragens. Além disso, é considerado desleixado e pouco apropriado para o ambiente limpo e organizado do transporte público japonês.

    Se estiver muito cansado, o ideal é esperar por uma estação menos movimentada onde possa conseguir um lugar ou sair e fazer uma pausa até o próximo comboio. Lembrem-se: o respeito pelo espaço coletivo é um dos pilares da etiqueta no Japão, especialmente nos transportes públicos.

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    Má educação em relação aos lugares prioritários

    Where Does the Doomsday Train Go screenshot Shizuru Chikura

    Nos cantos de muitas carruagens de comboio no Japão, é comum encontrar um pequeno banco sinalizado como lugar prioritário (geralmente com uma placa e os caracteres kanji 優先席). Estes lugares são reservados para pessoas idosas, com mobilidade reduzida, grávidas ou que viajem com crianças pequenas.

    Contudo, o uso desses lugares pode gerar alguma confusão. Não está tecnicamente proibido que pessoas fora desses grupos se sentem ali, o que leva muitos a pensar: “Posso sentar-me e, se for preciso, cedo o lugar”. Mas, para muitos japoneses, essa atitude é vista como insensível.

    O motivo? Nem todas as condições físicas são visíveis. Um idoso de 60 anos com dores nas costas pode hesitar em pedir o lugar a um jovem sentado ali, assumindo que este possa estar a recuperar de uma lesão. Ao mesmo tempo, o jovem pode nem imaginar que o idoso esteja com dificuldades, e por isso não se oferece. O resultado? Um mal-entendido que poderia ser evitado com um simples gesto de empatia.

    Por isso, há quem defenda que, se não precisa realmente do lugar prioritário, o melhor é deixá-lo livre para quem possa precisar, mesmo que esse alguém nunca peça diretamente. Esta é uma questão de etiqueta que não tem consenso total no Japão, mas muitos locais valorizam esta consideração. E sim, turistas estrangeiros sentados em lugares prioritários são notados, especialmente se parecerem saudáveis e capazes de ficar de pé.

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    Deixar lixo e garrafas de bebida no comboio

    Where Does the Doomsday Train Go promo screenshot

    Uma das queixas mais comuns entre os viajantes estrangeiros no Japão é: “Não há caixotes do lixo suficientes!”. E, de facto, é verdade, encontrar um local público para deitar fora o lixo pode ser um desafio. No entanto, este é um problema que raramente ouvirão os próprios japoneses mencionarem.

    Isso acontece porque, no Japão, existe uma cultura muito forte de responsabilidade individual com o lixo. Em vez de depender de caixotes espalhados pelas ruas, os japoneses têm o hábito de levar o seu lixo para casa. É algo tão enraizado que faz parte do dia a dia, seja depois de um piquenique, de um snack na rua ou de uma ida à loja de conveniência.

    Se estiverem a visitar o país, uma boa dica é levar sempre alguns sacos de plástico pequenos na mochila ou na mala. Assim, podem guardar o lixo que for acumulando ao longo do dia e deitá-lo fora no hotel ou no alojamento mais tarde. Esta prática simples mostra respeito pelos costumes locais e evita situações desconfortáveis ao tentar encontrar um caixote de lixo que, muitas vezes, simplesmente não existe.

    Além disso, esta atitude está alinhada com o forte compromisso ambiental do Japão e a sua cultura de limpeza e organização, um dos aspetos mais admirados por quem visita o país.

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    Estilo de sentar

    Where Does the Doomsday Train Go anime pv 2 screenshot

    Não, esta crítica não tem nada a ver com estrangeiros que não se conseguem sentar em seiza (a tradicional posição ajoelhada japonesa). O problema é outro e muito mais comum entre turistas: cruzar as pernas, esticá-las demais ou sentar-se de forma a ocupar espaço extra nos bancos do comboio.

    Embora essas posturas possam parecer normais em muitos países, no Japão são vistas como má educação, especialmente em transportes públicos lotados, algo muito frequente nas grandes cidades e nas linhas que passam por pontos turísticos.

    A regra é simples: sente-se de forma compacta, sem invadir o espaço alheio. Isso demonstra respeito pelos outros passageiros e está em sintonia com a cultura japonesa de convivência harmoniosa em espaços partilhados. Só em comboios quase vazios é que esse tipo de postura mais relaxada pode passar despercebida, e mesmo assim, convém ter bom senso.

    Se querem causar uma boa impressão durante a vossa viagem ao Japão, a forma como se comportam no comboio faz toda a diferença e começa pela forma como se sentam.

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    Falar ao telefone

    Train to the End of the World anime screenshot

    Em praticamente qualquer comboio no Japão, é comum ver muitos passageiros, se não a maioria, com o telemóvel na mão. No entanto, é raro ver alguém a falar ao telefone. Isso acontece porque, para se fazer ouvir acima do ruído do comboio, seria necessário falar alto, o que seria considerado incomodativo para os outros passageiros. Por respeito ao silêncio e à convivência em espaços públicos, os japoneses evitam fazer chamadas durante as viagens, a menos que seja uma emergência.

    E a etiqueta não fica por aqui: ouvir música ou ver vídeos com o som alto, diretamente das colunas do telemóvel, também é malvisto. Nem todos têm o mesmo gosto musical ou interesse por vídeos do TikTok, por isso, se vão ocupar o tempo com entretenimento digital, usem auscultadores e mantenham o volume discreto. Respeitar o espaço e o silêncio comum é uma norma essencial nos transportes públicos japoneses.

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    Má educação ao embarcar/descer do comboio

    Where Does the Doomsday Train Go anime pv 2 screenshot

    Os comboios no Japão são famosos pela sua pontualidade e, muitas vezes, pela grande quantidade de passageiros. Esta combinação só é possível graças à eficiência e ao respeito mútuo na hora de entrar e sair das carruagens.

    Se vão apanhar um comboio, devem posicionar-te ao lado das portas, onde normalmente há marcações no chão, e esperar calmamente que todos os passageiros que desejam sair o façam primeiro. Só depois disso é que os que estão na plataforma entram, seguindo a ordem da fila.

    Se já estão dentro do comboio e este para numa estação, mesmo que não seja a vossa paragem, é esperado que saim temporariamente para dar espaço aos que querem sair. Depois, podem reentrar pela mesma porta. E sim, quem está na plataforma à espera deve aguardar que os passageiros que saíram momentaneamente entrem novamente antes de embarcar.

    Este sistema simples e eficiente ajuda a manter o fluxo de passageiros rápido e organizado e é um dos segredos por trás da pontualidade lendária dos comboios japoneses.

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    Má educação ao andar pela estação

    Train to the End of the World trailer screenshot

    Não dá para usar o comboio sem passar por uma estação e sim, também aí existem regras de etiqueta a seguir. Tal como no processo de embarque, é essencial que todos colaborem para manter o fluxo de pessoas organizado e eficiente.

    Muitas estações japonesas têm sinalizações no chão e nas paredes com setas a indicar a direção correta para circular, tanto nos corredores como nas escadas. Seguir essas indicações é fundamental. Ignorá-las e andar contra o fluxo pode causar confusão, choques com outros passageiros ou até quedas e lesões, especialmente em horas de maior movimento.

    Outro comportamento frequentemente criticado é o de turistas pararem no meio dos corredores ou escadas. É compreensível, algumas estações no Japão são verdadeiros labirintos, com várias linhas, saídas e sinais em japonês. No entanto, se precisarem de verificar um mapa, conversar com alguém ou simplesmente perceber onde estão, afastem-se primeiro para uma zona lateral, onde não atrapalhem a passagem dos restantes passageiros.

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    Não segurar/colocar corretamente as malas e bagagens

    Shumatsu Train Doko e Iku pv screenshot linha de comboio anime

    Seja qual for o tamanho das malas, há algumas regras de etiqueta bem estabelecidas sobre como manuseá-las nos comboios no Japão. Começando pelas malas pequenas, como carteiras ou mochilas, é considerado educado mantê-las à frente do teu corpo enquanto viajam. A ideia por trás disso é que, ao fazerem isso, ocupam menos espaço (em vez de usar o espaço nas costas ou ao lado, aproveitam o espaço vazio à frente, sob o vosso queixo). Embora pareça uma diferença pequena, quando somado ao número de pessoas durante a hora de ponta, esse gesto simples ajuda bastante.

    Além disso, se tiverem um lugar para sentar, é melhor evitar colocar a tua mala ao lado no banco. Em vez disso, o ideal é colocá-la no teu colo ou na prateleira superior. Colocar a mala ao lado é visto como rude, pois está a ocupar um espaço que poderia ser usado por outro passageiro.

    Quanto às malas grandes, como as malas de viagem, o importante é agrupá-las de forma a ocupar o mínimo de espaço possível. Mesmo assim, devem estar atentos à quantidade de espaço que estão a usar, especialmente se isso estiver a bloquear o acesso a áreas como as portas ou os lugares prioritários. Um problema comum é quando grandes grupos de viajantes ocupam uma secção inteira do comboio com um monte de malas, tornando a área praticamente inacessível para outros. Para evitar isso, uma boa prática é dividir o grupo em diferentes partes do comboio, para que nenhuma secção fique completamente bloqueada.

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    Conversas altas/barulhenta no comboio

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    ©apogeego/「終末トレインどこへいく?」製作委員会

    No Japão, os passageiros não esperam um silêncio absoluto como numa biblioteca, mas há uma compreensão geral de que conversas longas e barulhentas devem ser deixadas para depois de saíres do comboio. Isso pode ser difícil, especialmente se estiverem cheios de entusiasmo pelo que vão ver e fazer. Para os estrangeiros, essa regra pode ser um pouco mais complicada devido ao fator linguístico. Se não estão a falar japonês, há uma maior probabilidade de a conversa ser percebida como “ruído”, tornando-se mais notável e até irritante para os passageiros japoneses, em comparação com uma conversa semelhante na língua local.

    Ainda assim, a atitude mais respeitosa, independentemente da língua que estão a falar, é manter o volume da voz baixo. Além disso, qualquer outro tipo de comportamento mais animado, seja correr para tirar selfies em grupo, celebrar a chegada ao Japão com danças ou outros gestos exuberantes deve ser evitado até saírem do comboio. Isso contribui para uma experiência mais agradável para todos a bordo.

    Helder Archer
    Helder Archer
    Fundou o OtakuPT em 2007 e desde então já escreveu mais de 60 mil artigos sobre anime, mangá e videojogos.

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