O Tribunal de Tóquio condenou um hospital a pagar uma indemnização pela hospitalização forçada ilegal de um hikikomori retirado da sua casa por uma empresa privada.
O hikikomori de 30 anos estava na sua casa na região de Kanto quando chegaram indivíduos de uma empresa privada, alegando apoiar a independência das pessoas hikikomori. No entanto, ele foi forçado a permanecer num hospital psiquiátrico de Tóquio por 50 dias.
Hikikomori é um termo de origem japonesa que designa um comportamento de extremo isolamento doméstico. Os hikikomori, também apelidados de “eremitas modernos”, são pessoas geralmente jovens que se retiram completamente da sociedade, de modo a evitar o contacto com outras pessoas. Estimativas sugerem que meio milhão de jovens japoneses se tornaram reclusos sociais, assim como mais de meio milhão de indivíduos de meia-idade. Enquanto hikikomori é principalmente um fenómeno japonês, começam a existir também no ocidente muitos casos.
O Tribunal Distrital de Tóquio decidiu a 21 de setembro que o hospital devia pagar 3,08 milhões de ienes (19 mil euros) à vítima após decidir que a hospitalização era ilegal devido à falta de exame por um médico designado.
Tais práticas são consideradas extorsão no Japão por estas empresas de “extração” terem uma relação bastante opaca com os cuidados psiquiátricos. O advogado do hikikomori afirmou:
Acredito que há pessoas que estão a ser hospitalizadas à força da mesma forma, contra a sua vontade. É necessário que haja um sistema melhor para o governo verificar esses casos.
