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    Análise: One Piece Pirate Warriors 4

    Desde que a Omega Force, abriu as portas musou para licenças anime com Dynasty Warriors Gundam, que surgiram de todos os formatos não só neste espaço como em séries célebres de videojogos da Nintendo como The Legend of Zelda ou Fire Emblem. Esta será a quarta vez que One Piece recebe um quarto título. Veremos se estamos diante de um autêntico tesouro ou de um navio a afundar-se em alto mar.

    O jogo anterior, tentou cobrir praticamente todos os arcos de história da série. O resultado foi uma experiência apressada, já que priorizou mapas e batalhas ​​sobre as narrativas da obra de Eiichiro Oda. Felizmente One Piece Pirate Warriors 4, dá um foco maior na história, concentrando-se em apenas oito arcos da mesma e dispersando-os em 34 missões.

    Obviamente, que dezenas de capítulos do mangá e da série anime não foram cobertos completamente ao longo destas missões, e embora o modo de história do jogo repita alguns dos eventos mais calmos desses arcos, foca-se nos mais icónicos e incisivos da mesma. A icónica batalha de Alabasta, no anterior jogo, só teve um combate. Em One Piece Pirate Warriors 4, podemos contar com várias. Não só a luta épica de Luffy contra Crocodile, como também as batalhas dos restantes membros dos Chapéus De Palha contra as tropas dos Baroque Works. Este reflexo também acompanha os seguintes arcos, tais como a Franky House e as batalhas contra a CP9 no resgate da Robin. Neste jogo tal como anteriores esperam-nos dezenas de batalhas épicas contra as figuras mais importantes de cada arco acompanhadas de exércitos de marines, tropas de Crocodile, ou outras personagens inerentes ao seu espaço.

    Realmente foi uma surpresa já que pensei que One Piece Pirate Warriors 4, focava-se mais nos desenvolvimentos mais recentes como o arco Whole Cake, ou o atual, a Terra de Wano. Muitos podem pensar que este é um fator negativo, já que estamos a rever outra vez as histórias que já vivemos vezes sem conta não só neste título como noutros, desta franquia. Mesmo saltando dezenas de capítulos aqui e ali, este jogo consegue transmitir a essência de One Piece até então, através de grandes batalhas, e algumas cenas intermédias permitindo-nos reavivar a memória. Também devido a sua densidade temos uma boa solução para quem está intimidado com o número de volumes ou episódios e gostaria de acompanhar a tripulação dos Chapéus De Palha.

    O jogo coloca a mesma alma nos movimentos e habilidades no absurdo número de personagens jogáveis, são mais de 30, e cada uma está acompanhada com os seus movimentos característicos. Estas abrangem as duas temporadas principais, desde os primeiros dias em East Blue até a atual saga do Novo Mundo. Muitos jogos do estilo Dynasty Warriors (Musou) são fáceis, cingindo-se apenas a um padrão de movimentos ou botões. No entanto, One Piece Pirate Warriors 4 foram acionados elementos que produzem uma profundidade maravilhosa ao desenrolar do jogo.

    Além dos ataques padrão e forte ​​de cada personagem, dispomos agora de quatro movimentos especiais que podem ser executados a manter pressionado o botão RB do nosso comando enquanto carregamos qualquer um dos face buttons do mesmo. Cada um destes dispõe de uma pequena barra que precisa ser preenchida antes de ser usada, além disso, o Power Dash permite acelerar através dos inimigos para cobrir o solo rapidamente ou realizar e manter combos avançados, enquanto o nosso adversário permanece no ar.

    Estas novas mecânicas oferecem maneiras interessantes de conectarmos ataques e realizar combos variados, ao contrário de muitos jogos deste género as mesmas aplicam-se não só contra confrontos de exércitos como também os seus comandantes. Saltar no ar para causar danos aos novos inimigos gigantes, tais como a Big Mom, viajar entre arenas saltando, ignorando multidões e entrando em duelo contra as maiores ameaças, tal como as personagens atuam na série… Este efeito produziu uma sinergia e fluidez pouco própria não sentida nos outros títulos Dynasty Warriors.

    A variedade desta jogabilidade é ampliada pelo conjunto de movimentos específicos de cada personagem. Luffy e Sanji podem correr pelos campos enquanto disferem uma panóplia de ataques rápidos, enquanto lutadores mais lentos e calculados, como Zoro ou Big Mom, produzem golpes mais incisivos e pesados. É certo que alguns dos personagens mais lentos não se traduzem muito bem em combates caóticos, sentimo-los pesados demais para os controlarmos adequadamente; felizmente tratam-se apenas de uma minoria. Estes momentos tornam-se mais frustrantes quando a camera não consegue acompanhar a ação ou a nossa personagem encontra-se barrada de escombros ou multidões, (muitas vezes dei por mim tanto a procura da camera de jogo como da personagem que controlava).

    Enquanto o modo de história força-nos a escolher personagens específicos com base nos eventos de cada uma, modos extra como o Free Log e Treasure Log permitem explorar todo o plantel do jogo a nosso bel-prazer. O Free Log oferece uma maneira de revisitar as missões da história no papel de outras figuras que estavam ligadas no arco, enquanto o Treasure Log oferece uma série de missões secundárias únicas que se traduzem em grandes batalhas com a promessa de recompensas ainda maiores.

    Completar missões em One Piece Pirate Warriors 4 dá-nos Berry, e moedas de melhoramento de atributos e habilidades que podemos usar não só para aumentar as estatísticas específicas das nossas personagens, como também do restante plantel. Estas surgem na forma de ilhas e a nossa a personagem tem de viaja-las gastando fundos para as obter. Este novo elemento de obter habilidades e atributos em junção com estes dois modos de jogo contribui para um replay value tremendo e que não cansa, o que não senti com outro títulos Dynasty Warriors de outras licenças anime.

    Graficamente One Piece Pirate Warriors 4, está ligeiramente acima do anterior jogo. As personagens apresentam bons detalhes e transitaram bem para o ambiente de videojogo; embora ainda permaneçam com texturas “reais”, nas roupas o que por vezes criou um aspeto um pouco artificial. Também foi gratificante a variedade de cenários que o jogo apresenta, isto porque o mundo que Oda criou é rico e muito variado. Num momento podemos estar a combater num castelo, noutro, numa floresta densa provida de árvores e flores risonhas. Respeitante à banda-sonora o habitual neste género de jogos, faixas de rock genérico com uns temas na mesma linha da série animada onde felizmente também algumas trombetas dão o ar de sua graça.

    A versão analisada de PC Steam, conta com algumas opções gráficas muito interessantes não só para jogos da Koei Tecmo para PC como nesta plataforma no geral. Além de resoluções até 4K, também temos ao nosso dispor algumas opções gráficas avançadas como tessellation, shaders de nevoeiro e até efeitos avançados de luz e sombras (AO). Estes tratam-se de elementos pouco próprios desta empresa especialmente em ports de consolas para PC. Também para a minha grande surpresa, a fluidez de jogo mesmo diante de autênticas multidões em hora de ponta nunca desceu dos 60fps, mas encontra-se barrada a esta frequência, sendo que nas cutscenes existe a opção de escolha limita-la a 30fps para um melhor efeito cinematográfico.

    One Piece Pirate Warriors 4, é por excelência uma evolução a vários níveis dos seus antecessores, maior foco na história envolta numa jogabilidade variada e aprimorada que contribui para uma melhor experiência e tempo de jogo. Não hesitem e partam a sabor da aventura na companhia de um simpático e carismático grupo de piratas na melhor das interações Warriors até a data.

    Bruno Reis
    Bruno Reis
    Vindo de vários mundos e projetos, juntou-se à redação do Otakupt em 2020, pronto para informar todos os leitores com a sua experiência nas várias áreas da cultura alternativa. Assistiu de perto ao nascimento dos videojogos em Portugal até à sua atualidade, devora tudo o que seja japonês (menos a gastronomia), mas é também adepto de grandes histórias e personagens sejam essas produzidas em qualquer parte do globo terrestre.

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