Na mesma entrevista em que afirmou que a PlayStation teve “sorte” em sobreviver à era PlayStation 3, Shawn Layden, o executivo norte-americano que trabalhou para a Sony Interactive Entertainment, na posição de presidente da divisão SIE Worldwide Studios, afirmou que o preço de desenvolvimento de jogos atingiu um ponto insustentável e os jogos deveriam ser mais curtos para remediar essa situação.
Layden comentou:
Precisamos de abordar duas ou três coisas especificamente. Uma coisa é o custo explosivo do desenvolvimento de jogos. Em cada geração custa o dobro construir um jogo. O que custa 1 milhão de dólares na PS1, depois custa dois, depois quatro e depois 16. Vai exponencialmente. A geração PS4, que foi a última a que estive associado, tinha 150 milhões de desenvolvimento de jogos se quiseres ser o topo de gama, e isto antes do marketing. Portanto, por esta matemática, os jogos PS5 deverão eventualmente atingir os 300 a 400 milhões de dólares – e isto não é totalmente sustentável.
É como se estivéssemos no final do século XVIII e nos apercebêssemos que construir catedrais é muito dispendioso. Podemos continuar a construir estes enormes edifícios para Deus com esta incrível quantidade de trabalho e tempo? Ou deveríamos apenas construir quatro paredes e um telhado, e isso seria uma igreja, certo? Receio que tenhamos transformado os jogos AAA numa espécie de negócio de catedral e eles simplesmente não possam crescer mais. Na verdade, provavelmente já cresceu demais.
Layden comentou então que a solução passará pela criação de jogos mais curtos:
Já fiz vários jogos com 80, 90 horas de duração, por isso serei o primeiro a dizer que nem sempre foram horas de 100 por cento de qualidade. Houve muitos momentos ali em que senti realmente ‘estou a atravessar este mesmo campo outra vez?’ Gostava de ver um mundo onde se pudesse voltar às 18 a 23 horas de jogo, mas com uma jogabilidade tão apelativa que não se quisesse largar o comando. Quero que o jogo inteiro seja como aquele momento em Resident Evil em que os malditos cães entram pela janela e deixas cair o comando por medo. Quero mais este tipo de momentos de jogo, se conseguirmos reduzir a escala e o alcance.
Monetizar os jogos !!!
A nova filosofia das consolas e dos editores.
Está a afastar os jogadores !!!
Quando realmente vier o Netflix dos jogos, em que tudo corre até num raspberry pi, directamente na nuvem, estável e sem delay, em que o jogador pega no comando/ teclado + rato e joga, sem configurar nada e tem um bons gráficos, aí está o que atrairá os clientes.
Pagar apenas uma subscrição mensal, mas sem exageros !!!
Pois o preço vai ser o factor decisivo.
Nada de preços premium.
Isso afastará logo a partida a vontade de consumir coisas piratas.