Segundo as traduções de algumas entrevistas de revistas citadas pelo canal de YouTube DidYouKnowGaming, a Nintendo inicialmente planeava simplesmente melhorar os grafismos de The Legend of Zelda: Ocarina of Time e The Legend of Zelda: Majora’s Mask, na Nintendo Gamecube. Contudo, após diversas experiencias com o novo hardware acabou por criar uma forma de Link “cartoonesca”, que se desviou imenso do estilo realista dos anteriores jogos referidos.

Depressa a equipa de desenvolvimento se apaixonou por um Link mais expressivo de recortes anime. O verdadeiro desafio seria este cair nas graças de Shigeru Miyamoto, o criador da lendária da série da Nintendo. Eiji Aonuma, o diretor de The Legend of Zelda: The Wind Waker, citou numa entrevista na revista Nintendo Dream que não acreditava que Miyamoto gostaria desta nova versão, por isso aguardou o máximo de tempo possível antes de ter oportunidade para o mostrar. A intimidação era tanta que até se encolheu e fechou os olhos quando o revelou ao seu chefe, e refere que este sentiu até vergonha ao presenciar o “Toon Link” .

Aonuma foi mais longe e citou:

Se tivesse falado com o meu chefe de início, julgo que teria dito ‘Achas que isto é um Zelda?

Para que o “Toon Link” fosse uma realidade foi preciso muita insistência por parte da sua equipa. O mesmo aconteceu quando foi revelado, dado que os fãs da obra na época demonstraram muitíssimo desagradado pelo mundo e o rapaz de vestes verdes, e apelaram ao regresso deste numa forma mais realista. No entanto, como Miyamoto sabia que seria preciso cerca de uma década para produzir um Zelda como desejava -que se tratava de The Legend of Zelda: Twilight Princess– permitiu o desembarque do Toon Link.

Após um inesperado lançamento com sucesso The Legend of Zelda: The Wind Waker, a Nintendo manteve todas as futuras aventuras do Toon Link nos seus sistemas portáteis. Este será recordado sem dúvida como um dos casos onde o ódio deu lugar ao amor, dado que este Link, além de ser adorado também faz parte de uma das melhores aventuras da série.

Bruno Reis
Vindo de vários mundos e projetos, juntou-se à redação do Otakupt em 2020, pronto para informar todos os leitores com a sua experiência nas várias áreas da cultura alternativa. Assistiu de perto ao nascimento dos videojogos em Portugal até à sua atualidade, devora tudo o que seja japonês (menos a gastronomia), mas é também adepto de grandes histórias e personagens sejam essas produzidas em qualquer parte do globo terrestre.
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