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    Final Fantasy XV – Review por Bruno Reis

    Foi preciso cerca de uma década para o mundo descobrir Noctis e o seu grupo. Anteriormente conhecido como Final Fantasy Versus XIII para a Playstation 3 e situado na fábula Nova Cristalis de Final Fantasy XIII. O projecto foi resgatado por Hajime Tabata e uma serie de fatores, desde produtos de campismo até marcas de roupa (Roen). Será que valeu a pena esperar tanto tempo para este titulo que tanta tinta fez correr? Vamos descobrir.

    Primeiro convém salientar que esta entrega não foi o esperado, ou seja não foi o projeto que contávamos em Versus XIII, mas sim um trabalho moldado por Tabata, que embora tenha elementos semelhantes foi completamente transformado. dá-nos a conhecer Noctis, o príncipe de Lucis que parte numa viagem com a sua guarda pessoal até ao seu casamento. Este casará com Lunafreya princesa do reino de Tenebrae, que também foi a sua amiga de infância. Esta reunião também terá outro propósito, ou seja o fim da guerra que assola os dois reinos. Claro que nem tudo corre como previsto e afinal estes dois não foram mais que duas peças de xadrez no jogo de um vilão que teve tanto de bom como de mau, aliás a maioria dos vilões de Final Fantasy XV foram muito pobres, não ficaram mais de 5 minutos no écran, tornaram-se segundo plano e também foi neste ponto que tivemos o ponto mais fraco e inacreditável ainda mais porque estamos numa franchise conhecida por brindar-nos com montes de histórias fantásticas e elaboradas. A história deste jogo é quase inexistente apenas temos bocados da mesma que solidificam-se na parte final do jogo, mas que mesmo assim não atingem um estado verdadeiramente sólido.

    O facto de termos de assistir ao filme e a série animada Final , também contribuíram para criar mais confusão. Penso que neste ponto estamos diante de outra trilogia e Versus XIII, não terá esse nome mas sim Versus XV ou até XV-2, não queria desviar-me desta análise, entrando nesse campo MAS se manifestar-se terei todo o gosto em relatar-vos porque penso que Versus XIII está mais vivo do que nunca, e escondeu a sua história de propósito para desenvolve-la nos futuros jogos desta serie.

    Se a história foi pobre o mesmo não podemos dizer do resto dos seus elementos começando pela suas personagens. A guarda real do jovem príncipe foi tão bem caracterizada que dei por mim a preocupar-me mais por estes do que com a própria Luna. Através de alguns eventos ficamos a descobrir mais acerca destes e da sua dimensão humana. A irmandade de Gladius, a devoção de Ignis, a procura de identidade e amores de Prompto ou até Regalia, o carro do seu pai, contribuíram para momentos únicos, humanos e relacionáveis. Também com simples falas muito semelhantes ao sistema Skits da série Tales of, tivemos uma maior dimensão e profundidade nas mesmas. Desde momentos cómicos até alguns com impacto na história se tivermos atenção tornaram um tarefa mundana como acabar com invasões inimigas em algo muito especial. O elenco que apoia as personagens principais foi muito reduzido, mas que mesmo assim não deixou de ter os seus momentos. O destaque foi todo para a Cindy, a mecânica (boazona) com sotaque texano, que oferece mais opções de modificação de carros do que encontramos em Gran Turismo, Iris a irmã de Gladiolus, Aranea uma mercenária, e Cid um antigo membro e amigo do pai de Noctis.

    Final Fantasy abandonou por completo os combates por turnos e abraçou um sistema de combate livre mais dinâmico e muito próximo de Kingdom Hearts com a coreografia que assistimos no filme . No inicio até tive momentos dignos de um jogo de Dark Souls, mas que rapidamente tornaram-se pouco ou nada desafiantes quando Noctis e o seu grupo tornaram-se tão poderosos que nenhuma ameaça fez-lhes frente! Isto porque na minha óptica, o jogo carece de uma identidade própria não conseguindo separar ao certo onde terminam e acabam as missões secundárias. É certo que estão bem assinaladas mas a sua narrativa e incoerência na história não conseguiu ao certo separa-las. A solução aqui seria fazer o que Final Fantasy VIII, fez ou seja consoante o nível das nossas personagens o mesmo aconteceria com os nossos inimigos, se adopta-se esta técnica o seu sistema de combate também seria mais glorificante e desafiante do inicio ao fim. Como não se bastasse as invocações neste jogo são tão espetaculares como mortíferas, especialmente nas ultimas partes do jogo para uma Hunt de elevada dificuldade tornou-se noutra formalidade. Cada um dos membros da guarda real também possui várias técnicas que, não sendo tão poderosas contribuíram para adicionar alguma variedade e estratégia nos combates.

    Como desenvolvimento de personagens a equipa resolveu adoptar uma vertente de Sphere Grid ou Cristarium que chamou de Ascension. Aqui consoante o AP que os nossos heróis adquirem nos seus combates podemos desbloquear habilidades entre diversos campos, desde trabalho de equipa até um sistema de pseudo-turno. Também para aumentarmos os níveis das nossas personagens temos de acampar, ou descansar num hotel, a experiência que foi amealhada até então será toda contabilizada. muito meticulosamente a equipa quis tornar este Final Fantasy no titulo mais próximo do mundo real, por isso as roupas das nossas personagens não têm apenas um efeito cosmético como também por exemplo, se Noctis despir o seu casaco ficará com mais poder de ataque mas os seus pontos de vida baixaram. Outro elemento que foi muito bem orquestrado ligando todos pontos analisados até este paragrafo foram as atividades que Noctis e os seus bros ocuparam algum do seu tempo livre e aqui duas das mesmas foram muito especiais. Se acamparmos Ignis será o nosso cozinheiro de serviço preparando refeições (as quais ficava babado) que ofereceram alguns efeitos consoante o prato. O mesmo pode ser encontrado em diversos restaurantes mas com Ignis o toque foi mais pessoal. No caso de Prompto este dedicou o seu tempo a fotografar tudo e todos, e durante um acampamento, estadia num hotel ou rolote mostra ao seu grupo as suas ultimas fotos, podendo nós o jogador, decidirmos guarda-las num álbum e partilha-las nas redes sociais. Já o nosso futuro rei prefere pescar, ajudando Ignis na concepção de alguns pratos e Gladiolus prefere apanhar items no final dos nossos combates. Pata finalizar temos diversos mini-jogos como uma variante de pinball, e apostas no coliseu extremamente bem integrado no espaço e ambiente.

    O grafismo deste titulo obviamente é o melhor até a presente data nesta série, misturando diversos elementos encontrados nos Rpgs ocidentais. Tudo é extremamente detalhado, parecendo mesmo que estamos assistir a um filme! Desde personagens, movimentos de roupas e cabelo, fauna, flora e paisagens onde as quais não pude deixar de parar e assistir a toda a sua beleza. Muita gente queixou-se de existirem apenas duas grandes cidades e o resto serem apenas pequenas estações de serviço, mas já pararam um pouco para admirar o detalhe a dimensão da vida selvagem que habitavam nas mesmas? Realmente até confesso que devido a este efeito senti um gosto agridoce quando acabei com a vida virtual de monstros muito próximos de animais que encontramos no nosso mundo. Muitas vezes enquanto Ignis conduzia até ao meu próximo destino, reparava que atravessavam estradas e até lutavam entre si. Também pararam um pouco na vossa aventura para admirar o por e nascer do sol (com o HDR ativo quase parecem momentos foto-realísticos), sentir a chuva, ouvir o som do rio, o vento a bater nos arbustos e observar escombros, carros ferrugentos a beira da estrada, e os comportamentos humanos dentro das cidades? Mesmo assim pelo menos uma dessas cidades é digna de distinção. Altissia é uma cidade com fortes inspirações ocidentais na sua maioria europeias, desde as vestes da guarda que parecem vindas da revolução francesa e estilos de arquitetura de Veneza, até encontrarmos uma versão de Hillary Clinton como sua governante. No final eu gosto de pensar que pode carecer um pouco comparado com experiências como Witcher 3, mas se formos analisar toda a sua natureza muito dificilmente encontraram algo tão vasto e tão belo.

    Realmente é difícil falar de sem falar da sua majestosa banda-sonora. Toda é fantástica, e atenção que não estou referir-me apenas aos diversos temas de toda a série Final Fantasy fque oram introduzidos inteligentemente através de um auto-rádio, como também da banda sonora composta por Yoko Shimomura. Embora não seja uma constante como nos anteriores títulos desta franchise, foram sempre muito bem empregues. Foi impossível não ficar inquietado quando o tema “Lurking Danger” surgia, ficar motivado pelos seus temas de batalha especialmente o “Stand Your Ground” ou emocionado quando a Regalia disse o seu adeus. Até mesmo um tema ocidental como “Stand By Me” por Florence + The Machine, teve impacto e introdução contrariamente ao que esperava. Embora este jogo marque o inicio de Yoko como obra principal prevejo que estamos diante de uma futura lenda.

    foi uma autentica viagem, pude rir, pude divertir-me e pude emocionar-me com o desenvolvimento do jovem que começa como Sasuke e termina como John Wick. Um jogo imprescindível que mesmo com as suas inconsistências não deixa de ser um titulo que deve mais que jogado, deve ser vivido!


    Esta review foi enviado pelo nosso leitor Bruno Reis. Podem enviar as vossas reviews para o email admin@otakupt.com.

    Helder Archer
    Helder Archer
    Fundou o OtakuPT em 2007 e desde então já escreveu mais de 50 mil artigos sobre anime, mangá e videojogos.

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    Gabriel Edogawa
    Gabriel Edogawa
    13 , Julho , 2019 4:32

    Eu achei o game incrível, claro ainda prefiro o 4, o 7, o 8, o 9 e o 10, mas FF 15 n deixa de ser excelente, com personagens marcantes, mecânica de batalha muito boa, uma história boa no geral, pra mim foi um dos melhores games do ano passado apesar de seus defeitos

    Weslley de Sousa
    Weslley de Sousa
    13 , Julho , 2019 4:33

    O que eu tinha para falar sobre FFXV eu já falei na análise que eu fiz para o site faz um tempinho.

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