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    Jogadores revoltados inundam linhas de apoio da Visa e Mastercard por censura de jogos

    Campanha organizada visa pressionar operadoras de pagamento após restrições na Steam e itch.io

    A comunidade de jogadores está a mobilizar-se numa campanha coordenada contra a Visa e a Mastercard, acusando estas empresas de serem responsáveis pela recente vaga de censura que atingiu plataformas como a Steam e a itch.io. O movimento, que ganhou força nas redes sociais, tem como objetivo sobrecarregar as linhas de atendimento ao cliente das operadoras financeiras.

    A revolta começou depois de várias lojas digitais terem começado a restringir a venda de jogos com conteúdo adulto, alegando riscos de perderem o acesso aos principais processadores de pagamento. Tanto a Valve (Steam) como a itch.io justificaram as suas decisões com a necessidade de manterem as parcerias com estas empresas financeiras.

    No Reddit e no Bluesky, os utilizadores estão a partilhar estratégias para contactar a Visa e a Mastercard através de emails e chamadas telefónicas. Numa publicação que chegou aos 17.000 votos positivos (entretanto removida), os comentadores relatavam que os operadores de atendimento já estavam cientes do problema, tendo recebido múltiplas chamadas sobre o tema.

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    Os emails podem ser ignorados, mas uma fila muito longa que torne quase impossível outros clientes serem atendidos vai ajudar muito“, escreveu um utilizador no tópico mais popular. A táctica passa por manter as chamadas em espera, mesmo com tempos de espera de várias horas, para congestionar deliberadamente o sistema.

    Os participantes na campanha estão também a enviar emails diretamente aos executivos das duas empresas, que foram especificamente mencionados numa carta aberta da organização ativista Collective Shout, responsável por iniciar as queixas sobre jogos adultos.

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    Em resposta ao volume crescente de contactos, a Visa está a enviar uma resposta automática que defende: “Se uma transação é legal, a nossa política é processar a transação. Não fazemos julgamentos morais sobre compras legais feitas pelos consumidores“.

    A situação tornou-se particularmente complexa na itch.io, onde a rede de censura apanhou também jogos com temáticas LGBT, muito além do âmbito original das queixas da Collective Shout, que se focavam apenas em conteúdo com violência sexual contra mulheres.

    Foi até criado um website dedicado a fornecer recursos e scripts para facilitar o contacto com as operadoras, enquanto os organizadores recomendam que se mantenha sempre um tom cordial, especialmente com os funcionários de linha da frente.

    A Collective Shout, por seu lado, defendeu-se das críticas, afirmando que tentou contactar a Steam durante meses sem resposta, o que os levou a dirigir-se diretamente aos processadores de pagamento. A organização alega que apenas pediu a remoção de jogos com violência sexual, mas que as plataformas decidiram aplicar censura mais alargada por iniciativa própria.

    Os jogadores mostram-se determinados a manter a pressão, com muitos a prometeram continuar as chamadas nos próximos dias para avaliar se há progressos na situação. Como resumiu um comentador no Reddit: “Só há duas coisas que conseguem unir os jogadores : campanhas de ódio e… bem, sabem o que é”.

    SourcePolygon
    Helder Archer
    Helder Archer
    Fundou o OtakuPT em 2007 e desde então já escreveu mais de 60 mil artigos sobre anime, mangá e videojogos.

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    1 , Agosto , 2025 16:13

    É uma situação complicada. Até entendo que devemos manter esse tipo de jogo longe das crianças, mas também não devemos prejudicar as empresas que vivem desse tipo de trabalho. E é um mercado bilionário. E se tem uma coisa que aprendi na vida foi: ” O dinheiro não tem cor, gênero, religião, ideologias ou políticas. O dinheiro só reconhece o poder e o sangue:”.

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