Embora estejamos a celebrar o regresso de Snake em Metal Gear Solid Delta: Snake Eater, o título anterior da série principal foi lançado precisamente há dez anos.
Metal Gear Solid V: The Phantom Pain marcou a última contribuição de Hideo Kojima para a série Metal Gear e chegou ao mercado em diversas plataformas que incluíram a PlayStation 3, PlayStation 4, Xbox 360, e mais tarde recebeu ports para Xbox Series, PlayStation 5 e PC (Steam).
Apesar de numerado como o quinto capítulo, Metal Gear Solid V: The Phantom Pain é na realidade o oitavo jogo canónico da série e o sexto dentro da sua cronologia ficcional. Funciona como uma prequela do Metal Gear original e como continuação direta de Metal Gear Solid V: Ground Zeroes. A narrativa desenrola-se em 1984, nove anos após os acontecimentos de Ground Zeroes, e acompanha o mercenário Venom “Punished” Snake, também conhecido como Big Boss, que desperta de um coma prolongado após a destruição da sua base militar privada, a Mother Base, e a perda trágica dos seus aliados.
A narrativa segue a sua busca de vingança contra a organização de espionagem dissidente Cipher, responsável pelo ataque à Mother Base e seus agentes misterioso, entre os quais se destaca o enigmático Skull Face. O título do jogo remete para o fenómeno psicológico da “dor fantasma”, no qual indivíduos sentem dores em membros ou órgãos já ausentes, um conceito que simboliza quer o trauma do protagonista como a reflexão mais ampla sobre as feridas emocionais e psicológicas provocadas por uma guerra. A ação decorre em vastos cenários de mundo aberto localizados em Angola e no Afeganistão e recria as tensões geopolíticas geradas pela Guerra Fria.
Ao contrário das entradas anteriores, esta aventura privilegia a liberdade estratégica e a autonomia do jogador, permitindo diferentes abordagens às missões através da furtividade, infiltração ou recurso a várias ferramentas e veículos. É também possível desenvolver e gerir uma base, recrutar companheiros controlados por inteligência artificial, tais como Quiet, o cão DD- Dog, o cavalo D-Horse e a unidade mecanizada D-Walker, e solicitar apoio da Mother Base por rádio. O motor gráfico Fox Engine garante um elevado realismo visual e uma inteligência artificial inimiga dinâmica para proporcionar uma experiência altamente imersiva. Apesar da aclamação generalizada pela inovação mecânica e pelo design de mundo aberto, a narrativa gerou opiniões divididas, em parte devido às polémicas que envolveram Kojima na altura. A ausência de um capítulo final, que permanece apenas em documentos e no imaginário dos fãs, deixou marcas que ainda hoje são sentidas.
O legado de Metal Gear Solid V: The Phantom Pain continua a ecoar na indústria dos videojogos. Desde a sua saída da Konami, Hideo Kojima fundou a Kojima Productions, e lançou Death Stranding e Death Stranding 2: On the Beach, onde trabalha novamente com vários dos seus antigos colaboradores de Metal Gear Solid, tais como o ator de voz Troy Baker e o ilustrador de longa data da série, Yoji Shinkawa.
Entretanto, David Hayter, a icónica voz de Snake em praticamente todos os jogos da série, revelou recentemente ter perdoado a Konami por o ter substituído pelo ator de Hollywood Kiefer Sutherland da duologia Metal Gear Solid V: Ground Zeroes e The Phantom Pain.
