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    The Outer Worlds (Nintendo Switch) – Análise

    (Esta cópia de The Outer Worlds para a Nintendo Switch foi-nos fornecida pela distribuidora)

    The Outer Worlds foi originalmente lançado para PC, PlayStation 4, e Xbox One, em Outubro do ano passado. Desenvolvido pela Obsidian Entertainment, o jogo foi muito bem recebido e elogiado devido ao mundo fantástico que criou, uma história rica, e por ser essencialmente uma carta de amor a jogos Fallout do passado que todos adoramos. Alguns meses depois, vemos o lançamento do jogo para a Nintendo Switch, um port desenvolvido pela Virtuos, um estúdio que se tem vindo a provar capaz de fazer ports para a consola, como foi visto em Dark Souls Remastered e Starlink: Battle for Atlas. Será que podemos esperar o mesmo nível de qualidade aqui?

    Em The Outer Worlds, o jogador assume o papel de um tripulante da nave espacial Hope, que tinha como destino o sistema solar Halcyon, um local onde é prometido trabalho e prosperidade a todos que lá vão. Apesar de ser uma viagem que deveria durar dez anos, onde todos os tripulantes são congelados criogênicamente, a nave nunca chegou ao destino, e ficou a flutuar no espaço durante 70 anos. Eventualmente, um cientista chamado Phineas Welles encontra a nave e acorda a personagem principal do jogo, pedindo-lhe ajuda para re-animar os outros. A partir daí, desenvolve-se uma história que devagar se mostra mais complexa do que inicialmente parece, onde o jogador viaja entre diversos planetas e satélites, revelando o que realmente se passou com a Hope. A história é muito cativante, e entretém durante todo o jogo. Os diálogos são bem escritos e capturam a atenção do jogador, abordando temas bastante negros mas sempre com um toque de comédia.

    Apesar de ser muito cativante, o jogo é bastante curto. A história só por si dura cerca de 12 horas, e fazer todo o conteúdo adicional estende o tempo de jogo para cerca de 30 horas. É uma duração bastante curta para um RPG, um género onde tipicamente a história dura mais horas do que todo o conteúdo de The Outer Worlds. Tendo dito isto, qualidade é mais importante do que quantidade, e a maior parte do conteúdo vale a pena fazer, portanto não acho que a duração seja um fator contra o jogo.

    A nível de jogabilidade, o jogo é bastante divertido, sendo que as opções de customização permitem ao jogador especializar-se em tipos de armas específicas, desde metralhadoras a espadas. Durante o meu tempo com o jogo experimentei várias formas de combate e a maior parte são viáveis e divertidas de utilizar. Apesar disto, devo dizer que, como no jogo original, a precisão nos disparos não é a melhor quando comparada a outros jogos em primeira pessoa, mas sendo que isto é um RPG com um foco mais tático, não é um fator muito detrimental para o jogo.

    O jogador tem à sua disposição alguns poderes que lhe dão vantagem em combate, com destaque particular para a Tactical Time Dillation (TTD), que abranda o tempo e permite ao jogador apontar com precisão para partes específicas do corpo do inimigo, tendo até efeitos secundários dependendo da área para onde o jogador dispara: se disparar para a cabeça o inimigo ficará temporariamente cego, um tiro numa perna deixará o inimigo aleijado, que terá mais dificuldade em movimentar-se, entre outros efeitos.
    O mapa do jogo é dividido em várias áreas que o jogador pode explorar e onde poderá participar em conteúdo adicional. As áreas não são muito grandes, mas a transição de um mapa para o outro é bastante demorada, durando normalmente mais de 30 segundos a carregar, um problema que começa a mostrar que tipo de limitações existem na consola.

    Falando em limitações da consola, chegámos à parte mais importante desta análise, que é a de avaliar a qualidade do port para a Nintendo Switch. A verdade é que, infelizmente, esta versão do jogo é a pior versão disponível. Acho que já seria de se esperar que uma versão deste jogo na Switch resultaria em pouco detalhe gráfico, mas o resultado é ainda pior do que eu imaginava. As texturas têm muito pouca resolução, sendo em alguns casos uma versão extremamente desfocada da textura original, e quando são texturas com algum detalhe demoram imenso tempo a carregar, sendo muito óbvio que a Switch tem dificuldade em manter todo o detalhe consistente. Para além disso o jogo tem dificuldade em manter uma frame rate estável, sendo que isto é mais notório em combate onde a frame rate baixa para cerca de 20 FPS, tornando difícil apontar com alguma precisão, especialmente num jogo onde em condições ótimas a precisão já é baixa.
    O céu perdeu quase todo o detalhe, as núvens volumétricas que antes pintavam o céu dos planetas não estão presentes, transformando o céu num painel monotónico. A vegetação nem parece vegetação, mas simplesmente uns pilares verdes no chão. Infelizmente, isto tem um impacto significativo no jogo, uma vez que a beleza dos planetas e ambientes do jogo original eram um fator bastante contributivo para a apreciação do jogo, até porque eles próprios contam um pouco da história do jogo por meios visuais. É difícil às vezes reconhecer o que estamos exatamente a ver, e a fraca fidelidade acaba por cansar a vista, uma vez que está tudo um bocado desfocado, devido às texturas e às resoluções baixas a que o jogo corre.

    Para concluir, apesar de um port mau, o jogo continua a ser uma experiência excelente, mas é um pouco difícil dar uma recomendação definitiva desta versão. Se gráficos maus e instabilidade de frame rate são problemas que consegues ignorar, ou se queres mesmo um RPG para jogar em modo portátil, então o conteúdo e história do jogo valem a pena jogar, mas recomendo fortemente jogar The Outer Worlds noutra plataforma se possível. Acho que este é um caso onde os desenvolvedores só pensaram se podiam, e não pararam para pensar se deviam.

    The Outer Worlds está disponível para PC, PlayStation 4, Xbox One, e Nintendo Switch.

    Helder Archer
    Helder Archer
    Fundou o OtakuPT em 2007 e desde então já escreveu mais de 50 mil artigos sobre anime, mangá e videojogos.

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