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    Hideo Kojima está OBCECADO com este mangá e os fãs de Metal Gear vão perceber porquê

    Hideo Kojima recomenda mangá sobre sniper que é leitura obrigatória para fãs de Metal Gear

    Miharu's Seat of War vol 1 cover

    Quando Hideo Kojima recomenda algo, os fãs prestam atenção. O criador de Metal Gear Solid e Death Stranding partilhou recentemente a sua mais recente obsessão no mundo dos mangás: Miharu’s Seat of War (Miharu no Senjou), uma obra de ação militar que explora temas surpreendentemente familiares para quem conhece o trabalho de Kojima.

    Escrito por Hamada Gouten (autor de Shimazaki in the Peaceful Land) com ilustrações de Fujimoto Kenshi, o mangá chegou ao 7.º lugar na categoria masculina do prestigiado ranking “This Manga is Amazing 2026“, um dos mais respeitados da indústria no Japão. A obra está atualmente disponível para leitura gratuita em japonês na plataforma Manga One, com o terceiro volume recentemente lançado pela Shogakukan.

    A história acontece após a Terceira Guerra Mundial, onde o Japão foi devastado e parcialmente ocupado por potências estrangeiras. Miharu é uma jovem com capacidades extraordinárias como sniper, cuja missão pessoal de vingança se entrelaça com a luta maior para salvar a sua terra natal. O seu caminho cruza-se com Shou, um antigo sniper de elite que perdeu a vontade de lutar, e juntos são arrastados para batalhas que podem determinar o destino da nação.

    Para quem acompanha o trabalho de Kojima, os paralelos são imediatos. O criador japonês tem uma predileção conhecida por personagens sniper, especialmente femininas. Metal Gear Solid apresenta Sniper Wolf e Quiet, duas das figuras mais memoráveis da franquia. Ver Kojima entusiasmado com um mangá centrado numa protagonista sniper não é propriamente surpreendente.

    Mas as semelhanças vão muito além disso. A dinâmica entre Miharu e Shou evoca fortemente a relação entre Solid Snake e Otacon. Miharu é estoica e calma, focada em absorver informação; Shou fornece essa informação e atua como o seu spotter. É cómico e desajeitado apesar do seu conhecimento e experiência como soldado.

    Miharu's Seat of War vol 2 cover (1)

    Kojima comentou sobre Miharu’s Seat of War : “No campo de batalha, os snipers e spotters funcionam em células de duas pessoas. Esta regra básica está claramente retratada. É por isso que esta ‘guerra’ é ‘real'”.

    A parceria entre os dois personagens é hilariante nas suas diferenças, mas também profundamente emotiva. Shou é uma das poucas pessoas com quem Miharu consegue estabelecer uma ligação verdadeira. A jovem tem até um peluche de porco chamado Buu-chan que trata como animal de apoio emocional, e Shou trata o brinquedo como parceiro igual no campo, para grande deleite de Miharu.

    Miharu é produto da guerra. Foi deixada sozinha para testemunhar horrores que a endureceram como sobrevivente em busca de vingança contra um homem que destruiu a sua casa e matou as pessoas mais importantes. Agora recrutada para o exército, vê-o como lar, mas não sabe como ser membro desta família encontrada. Esteve sozinha durante tanto tempo que não compreende dinâmicas de grupo.

    A jovem acredita que a força faz o direito, e cabe a Shou e à líder do esquadrão, Louise, ensinar-lhe que a guerra não é sobre violência pura, mas sobre tática e negociação. Miharu precisa de aprender trabalho em equipa, não confiar apenas na sua força individual, e perceber que soldados não são assassinos, são dissuasores. Para ser boa soldada, deve sair de si mesma e abandonar o caminho obsessivo de vingança.

    A obra partilha semelhanças com Gunslinger Girl, outro mangá popular sobre jovens envolvidas em operações militares. Mas Miharu’s Seat of War mistura tropos típicos de shonen, uma jovem rebelde que aprende a confiar nos companheiros, contra um pano de fundo mais maduro e seinen. A camaradagem em jogo evoca as dinâmicas de Attack on Titan, e podem esperar que personagens sejam eliminadas ao longo da narrativa.

    Para além do foco em jovens com armas de grande calibre, o mangá examina temas clássicos de Kojima: o que significa ser soldado, a natureza da guerra, e o estado geopolítico do Japão. Mas apesar da temática pesada, a história não tem medo de ser parva e reconfortante quando necessário.

    A arte de Fujimoto Kenshi é excelente. Os painéis são grandes e amplos, mostrando personagens em escala completa ou destacando o design, juntamente com a arma sniper massiva que Miharu usa. Isto torna a leitura mais fluida e menos confusa de digerir, ao contrário de mangás mais contemporâneos com painéis fragmentados. A ação é brutal, armas militares explodem torsos inteiros, e os tiros na cabeça parecem tão gloriosos quanto horríveis.

    Miharu's Seat of War vol 3 cover

    Kojima não é estranho a recomendar mangás e anime. O criador frequentemente partilha análises apaixonadas sobre filmes, livros e especialmente mangá e anime. A sua influência na indústria estende-se ao amor por boas histórias, independentemente do meio.

    Miharu’s Seat of War junta-se a uma lista crescente de obras que Kojima elogiou publicamente. O terceiro volume foi recentemente lançado no Japão e inclui até um comentário especial do próprio criador de Metal Gear Solid, solidificando a sua aprovação da obra.

    Para quem está imerso em Death Stranding 2 mas sente falta dos aspetos centrais que tornaram Hideo Kojima famoso, os dilemas morais sobre guerra, snipers icónicos, o peso de carregar o destino de uma nação, Miharu’s Seat of War oferece essa dose nostálgica em formato mangá.

    Helder Archer
    Helder Archer
    Fundou o OtakuPT em 2007 e desde então já escreveu mais de 60 mil artigos sobre anime, mangá e videojogos.

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