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    Análise – Ys IX: Monstrum Nox

    Depois de mais de um ano do lançamento japonês, a Nihon Falcom, conhecida pela produção do universo RPG da série Trails, está de volta à Europa a partir de sexta-feira, 5 de Fevereiro através da editora NIS America com o nono capítulo da série Ys, Ys IX: Monstrum Nox para a PlayStation 4. Popular pelos seus dotes perante o género RPG de ação, a série conta-nos mais uma vez a viagem pelo mundo fantasioso de Ys, repleto de imprevistos com combates intensos e diferentes mistérios por desvendar.

    Situado cronologicamente após os eventos de Ys Seven, em Ys IX, assumimos mais uma vez as graças de Adol Christin, na companhia do corpulento Dogi, o fiel companheiro do jovem aventureiro. Desta vez, diante os portões da cidade de Balduq situado a nordeste de Esteria, na região de Gllia, “The red” é acusado de estar conectado a eventos duvidosos em relação às suas aventuras anteriores, em particular pelo desaparecimento de uma frota militar do império Romun. Capturado por um dos cavaleiros mestre da igreja Hieroglyph, é levado para o centro da maior Prisão de Balduq, conhecida por ser um castelo antigo na periferia da cidade que está preparado para receber os condenados do império ditador.

    Cosplay de Joshua Bright de The legend of heroes trails in the sky

    Enquanto estava preso, com ajuda de um prisioneiro estranhamente bem vestido consegue prosseguir com a sua fuga. Durante o processo, vai de encontro a uma mulher chamada Aprilis, que o transforma sem explicações num Monstrum: um ser amaldiçoado com capacidades sobre-humanas e dons sobrenaturais. Uma vez fora de perigo e nomeado de Crimson King, Aprilis ajuda o nosso protagonista a perceber a sua atual forma, levando-o a juntar-se a si e aos outros monstrums (à imagem dos justiceiros Phantom Thieves de Persona 5) com o objetivo principal de proteger a cidade e de exorcizar as criaturas chamadas de Lemures que surgem de dentro de uma dimensão amaldiçoada, o Grimwald Nox, nascida das emoções negativas do povo de Gllia.

    As primeiras horas, ao contrário do que os fãs estão familiarizados com os títulos antecessores, dão a entender que a produtora japonesa decidiu aprofundar mais a qualidade da história de YS IX. Igual às franquias Trails e Tokyo Xanadu, este título baseia-se no método de conto por capítulos, em que cada um deles se concentra progressivamente num membro do grupo diferente, salientando de forma completa as suas verdadeiras motivações e emoções como humanos e amaldiçoados.

    O enredo é também alimentado por outras missões secundárias que vão ajudar o grupo a recrutar aliados importantes e a progredir na história. Embora estas sejam tarefas simples de realizar, são uma boa forma de manter a nossa quantidade de recursos robusta e de conseguir adquirir novos itens e melhores equipamentos. No geral, apesar da base parecer bastante familiar, particularmente para quem teve possibilidade de vivenciar alguns dos jogos anteriores, a história apresenta-se mais cativante e atraente, em particular quando começamos a desenredar os segredos por detrás da prisão fortificada de Balduq.

    Uma vez dentro da cidade, vamos de encontro a um mundo com um mapa mais amplo que os anteriores, apoiando-se visualmente sobre aquele que é capaz de ser o estilo arquitetónico mais sombrio da série, onde a maior parte das ruas são ocupadas pelos negócios locais e edifícios gigantescos em tons escuros, exibindo claramente o verdadeiro ambiente de Balduq. Em cada local, temos integrado uma variedade de tarefas que nos vão despertar a curiosidade para investigar a 100%, cada canto das áreas do jogo.

    Na verdade, com ajuda das incríveis habilidades amaldiçoadas, Monstrum Gifts, os dons exclusivos de cada um dos nossos protagonistas, teremos a capacidade de explorar facilmente o mapa e ir de encontro aos segredos escondidos de Balduq. Alguns deles como a Crimson Line de Adol, que pode alcançar facilmente locais mais altos, o dom Heaven’s Run da pequena White Cat, capaz de andar pelas paredes como um gato ou planar pelos céus com a capacidade Hunter’s Descent do monstrums Hawk, auxiliam no encontro de inúmeros tesouros, ou até de pequenas reflexões encontradas nas paredes que tem um papel recompensador.

    Na cidade também acontecem diversos encontros com os nomeados Lemures, que dão lugar a pequenos combates que ficam visíveis aos olhos amaldiçoados dos Monstrums, que serão úteis para evoluir o nível dos personagens e para abastecer a barra de Nox que se encontra no canto superior esquerdo do ecrã. Quando preenchido, sucede um novo evento que falamos acima, o Grimwald Nox, onde todos os outros cinco membros do grupo se unem ao mesmo tempo para proteger o Cristal Sphene contra hordas sucessivas de criaturas. No final de cada desafio, o resultado classificado de S a C, garante ao jogador uma variedade de itens invulgares e necessários para refinar a nossa jornada. É importante salientar que ao ultrapassarmos os desafios Nox, conseguimos desbloquear as barreiras que nos impedem de avançar na cidade.

    As masmorras de Ys IX: Monstrum Nox são outro elemento presente, mas sem grandes alterações. As estruturas estão elaboradas de forma idêntica ao seu antecessor, visto que o level design de Lacrimosa of Dana terá sido aproveitado de uma forma astuta. No entanto, é percebido que existe falta de variedade ambiental, trazendo áreas demasiado iguais com pouca diferença entre si.

    Em relação à jogabilidade em combate, os fãs de YS em Monstrum Nox encontram a mesma essência que define a série até hoje. Em campo, somos capazes de comandar uma equipa de três personagens, conseguindo assumir o controlo de um e alternar entre eles, podendo personalizar as ações de cada um diante o ataque e defesa. Cada personagem tem um estilo próprio de combate e habilidades especiais que podem ser ativadas com o consumo de SP durante as lutas em sintonia com o retorno do “boost mode”, uma mecânica que regressa de Ys: The Oath in Felghana. O uso desta intensifica por curto tempo os atributos dos personagens, permitindo invocar também um ataque destrutivo ligado à habilidade Extra. As habilidades especiais são adquiridas com a experiência em combate ou através de livros descobertos durante a exploração, podendo assim serem configuradas no interior do menu do jogo de modo a serem utilizadas conforme a nossa preferência.

    A juntar a tudo isto, está o retorno do Flash Move e o Flash Guard, que nos permitem abrandar o tempo ao esquivar e ao defender de um golpe no momento certo e não só anular o dano, mas ganhar melhorias provisórias em combate. Podemos também utilizar os dons em combate para auxiliar todos os movimentos, facilitando principalmente os confrontos contra os bosses. Quando falamos destes, percebemos que a equipa de produção fez um trabalho admirável ao criar um bestiário diversificado que torna as lutas estrategicamente diferentes. Cada inimigo possui a sua própria fraqueza e aparência, o que torna tudo mais diversificado e interessante. Em contrapartida, para desfrutar da emoção dos embates que serão numerosos, é recomendável optar por um nível de dificuldade a partir de “Nightmare”.

    Aparentemente, Ys IX mantém a mesma natureza que faz parte da série desde o seu começo. O estilo anime chama atenção sobretudo pelo design das personagens elegante e arejado. Porém, a qualidade técnica dos gráficos não ostenta grande evolução, tendo em conta o potencial do hardware da geração atual, carecendo assim nas texturas, principalmente na ampla cidade de Balduq. Felizmente, a banda sonora continua a transmitir a mesma energia sem nunca nos desiludir graças à brilhante obra dos compositores musicais da casa Falcom.

    Estamos na presença de uma franquia que tem sido capaz de crescer pouco a pouco sem inverter a sua fórmula original. Este novo capítulo destaca-se pela presença das habilidades amaldiçoadas dos protagonistas Monstrums e pela intenção de tornar a aventura mais apelativa a nível narrativo, conjuntamente com a ação, que sempre foi o ponto-chave. No futuro, pensamos que a equipa da Nihon Falcom siga o rumo que quer seguir com a evolução de The Legend of Heroes, mostrando que é capaz de continuar a acompanhar as produtoras de grande nome. Ys IX: Monstrum Nox ainda assim é naturalmente um excelente RPG de ação indicado para todos os apreciadores do género.

    Ricardo M
    Ricardo M
    Interessado em videojogos com o gosto acentuado para JRPG, está presente na equipa do OtakuPT desde 2013 com o propósito de acompanhar e informar sobre o que de melhor se faz na área do entretenimento gamer.

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