Passados nove anos do seu lançamento original, Until Dawn, o drama interactivo de terror da Supermassive Games de 2015, recebe uma nova versão para PS5 e Windows por parte da Ballistic Moon que tratou de executar este remake, agora em Unreal Engine 5, com várias melhorias gráficas, novas composições musicais de Mark Korven, e até uma nova câmara livre em terceira pessoa over-the-shoulder, quebrando as câmaras fixas do original.

Mantendo em grande parte as bases do original, Until Dawn mostra-nos um prólogo inalterável, em que duas irmãs gémeas, Hannah e Beth, se perdem e são dadas como mortas durante um ajuntamento de amigos na Blackwood Mountain. Um ano depois, o seu irmão Josh (protagonizado pelo actor Rami Malek) organiza um novo ajuntamento com os restantes 7 amigos que estavam presentes nessa noite para desanuviarem e restabelecer a normalidade… Até as coisas começarem a correr mal.

Com vários mistérios por desvendar ao longo do jogo, alguns mais humanos, outros mais sobrenaturais e até alguns enterrados na montanha há décadas, o jogo apresenta-nos várias cutscenes com actores reconhecíveis, como o já mencionado Rami Malek, Hayden Panettiere, Peter Stormare, Brett Dalton e Meaghan Martin entre outros, com algumas escolhas que poderão ou não activar o “Butterfly System”, que irá causar várias consequências, às vezes completamente imprevisíveis, que irão alterar o rumo da história de cada personagem (e sim, é possível tanto a sobrevivência dos 8 protagonistas, como a morte de todos eles).

Há para cima de 20 escolhas importantes para fazer durante o jogo, o que pode levar a centenas de finais diferentes, depois dos 10 capítulos do jogo, entre os quais a personagem de Peter Stormare, o psiquiatra Dr.Hill, se dirige ao jogador directamente, quebrando a fourth wall, e analisando os medos e escolhas dos jogadores (o que também altera alguns elementos que aparecem no jogo).

Todo este conteúdo no geral já estava presentes no original, contando agora apenas com o novo polimento gráfico possível na nova geração e no UE5, no entanto, foram alterados alguns elementos de modo a tornar os controlos mais universais, um prólogo estendido, assim como novas interações entre personagens, um novo tipo de Totems para colecionar (bem como novas localizações para alguns dos colecionáveis do jogo original), novos finais possíveis (incluindo a sobrevivência de Josh), e ainda duas novas cenas pós créditos, possivelmente apontando uma sequela ou algum novo conteúdo futuro.

O legado de Until Dawn e da Supermassive Games é inegável, tendo despoletado vários outros jogos semelhantes, como Hidden Agenda, The Quarry, e claro, a série The Dark Pictures Anthology (Man of Medan, House of Ashes, The Devil in Me, etc), e é uma experiência cinemática interactiva fenomenal e recomendada a qualquer amante de filmes de terror, com este remake a tornar-se assim uma excelente maneira de jogar Until Dawn, com novos conteúdos e algumas melhorias significativas, mas infelizmente, para quem comprou e jogou o original, e apesar de claramente ser a versão definitiva do jogo, é extremamente difícil justificar as poucas adições, especialmente quando alguns controlos continuam a ser um pouco clunky e em particular com o full-price que é pedido…

Review por Tiago Vasconcelos.

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