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    Netflix, Amazon e Apple manifestam interesse na compra da Warner Bros. Discovery

    Netflix, Amazon e Apple numa guerra bilionária pela HBO e DC Comics

    Warner Bros. logo

    O mundo do entretenimento pode estar prestes a assistir a uma das maiores aquisições da década. A Warner Bros. Discovery tornou-se o alvo de desejo de algumas das empresas mais poderosas do planeta, e o que começou como interesse não solicitado transformou-se numa verdadeira corrida para controlar ativos que vão desde a HBO até aos super-heróis da DC.

    A situação é peculiar porque a WBD não estava à procura de comprador. Foram as outras empresas que se aproximaram, e com tanta insistência que forçaram a administração a abrir formalmente um processo de revisão estratégica. Esta semana, a empresa confirmou publicamente que está a avaliar opções para “maximizar o valor para os acionistas”, uma linguagem corporativa que basicamente significa: “Recebemos tantas propostas que temos de as levar a sério”.

    Entre os interessados estão nomes que fariam qualquer investidor parar para prestar atenção. Netflix, Amazon e Apple não são compradores quaisquer. São empresas com recursos praticamente ilimitados e ambições claras de dominar o futuro do entretenimento digital. O interesse pode ser pela empresa completa ou apenas por bocados específicos, as bibliotecas de filmes e séries, os estúdios de produção, ou outros ativos valiosos.

    A Paramount não desiste facilmente

    Há uma história paralela que merece atenção, a Paramount já tentou comprar a WBD três vezes. E foi rejeitada em todas elas. Uma das ofertas chegou aos 24 dólares por ação, um valor nada desprezível, mas que aparentemente não foi suficiente para convencer os decisores da Warner Bros. Discovery.

    O timing é irónico porque a Paramount acabou de sair de uma fusão extremamente complicada com a Skydance Media, um processo que levou meses e gerou bastante controvérsia. Agora, mal terminou essa saga, já está de olho noutra mega-operação. A Comcast também anda por perto a manifestar interesse, tornando isto numa verdadeira leilão informal.

    O que está realmente em jogo

    Falar da Warner Bros. Discovery é falar de um império construído ao longo de décadas. A HBO sozinha vale o seu peso em ouro, é sinónimo de qualidade em séries e tem um catálogo que inclui alguns dos melhores conteúdos alguma vez produzidos para televisão. A CNN continua a ser uma referência global em notícias, apesar de todas as transformações que o jornalismo tem atravessado.

    Depois há a DC Studios, com Batman, Superman, Wonder Woman e um universo inteiro de personagens que Hollywood ainda não explorou completamente. E o estúdio Warner Bros. propriamente dito, com um arquivo histórico que remonta ao início do cinema falado. São décadas de filmes, séries, personagens e propriedade intelectual.

    O problema, ou a oportunidade, dependendo da perspetiva, é que nem todos os interessados querem a mesma coisa. As empresas tecnológicas provavelmente olham para as bibliotecas de conteúdo e capacidades de streaming. Empresas de media tradicionais podem estar mais interessadas nos canais de televisão e capacidades de produção. Esta fragmentação de interesses pode complicar ou facilitar uma venda, conforme se olhe para a questão.

    Warner Bros. Discovery pondera venda da empresa

    A empresa já se estava a dividir sozinha

    Há um detalhe curioso nesta história toda, a WBD já tinha anunciado, antes deste interesse todo aparecer, que ia separar os negócios de televisão por cabo do streaming no próximo ano. Coincidência? Talvez não. Esta divisão torna muito mais fácil vender pedaços da empresa sem ter de arrastar tudo junto.

    A indústria tem caminhado nesta direção há algum tempo. O modelo tradicional de televisão por cabo está em declínio acelerado, enquanto o streaming se consolidou como o presente e o futuro. Separar estes dois mundos faz sentido estratégico, especialmente se o objetivo é tornar a empresa mais atrativa para potenciais compradores.

    Quem acompanhou a fusão entre Paramount e Skydance sabe que estas mega-operações não são simples. Levam meses, às vezes anos. Há questões regulatórias complexas, especialmente quando se trata de concentração de poder. Há estruturas de financiamento complicadas. Há culturas corporativas que têm de ser integradas. E há sempre o risco de tudo desmoronar no último minuto.

    Para a Netflix, meter as mãos em estúdios de produção e bibliotecas desta dimensão seria transformador. A Amazon já mostrou que leva o entretenimento a sério com o Prime Video e os estúdios que tem vindo a construir, mas isto seria outro nível. A Apple tem muito dinheiro, mas historicamente tem sido mais cautelosa em mega-aquisições deste tipo.

    Os acordos de confidencialidade estão a ser preparados, os dados financeiros vão começar a circular entre potenciais compradores, e nos próximos meses saberemos se alguma destas conversas se transforma em algo concreto. Ou se a WBD decide que, afinal, prefere continuar independente e aproveitar o interesse apenas para valorizar as suas ações.

    Helder Archer
    Helder Archer
    Fundou o OtakuPT em 2007 e desde então já escreveu mais de 60 mil artigos sobre anime, mangá e videojogos.

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