Artigo da autoria de Bruno Reis.
Esta edição do Retronime mostra-vos uma série que marcou uma era e que jamais será replicada.
O mundo está podre! Esta é a visão que Ilpalazzo, o líder da organização secreta Across tem da sociedade. Por isso este planeia conquistar o planeta. Para tal acontecer o primeiro passo a tomar é conquistar a cidade local. Se esperam um grande exército ao seu lado esqueçam, porque a Across apenas consiste em 4 membros. O líder Ilpalazzo, as capitãs Excel e Hyatt e por último Menchi um cão vadio que atua como ração de emergência.
Enquanto Excel é completamente passada da marmita e mega-ativa, Hyatt é uma rapariga calma que sofre de anemia extrema, e morre mais vezes do que o Kenny numa temporada de South Park. As duas vivem com Menchi num apartamento nos subúrbios da cidade. Para barrar o caminho da Across temos o departamento dos funcionários públicos liderados pelo Dr.Kabapu, os vizinhos da dupla da Across, e as androides Ropponmatsu. Conseguirá a Across criar o seu mundo ideal? Uma coisa é certa diversão é muita comédia é o que não vai faltar.
Na verdade, Excel Saga antes de dar o salto para Manga e Anime, teve a forma de Doujin chamado “Shiritsu Sentai Daitenjin” escrito e ilustrado por Koshi Rikdo. O próprio até cria, adiciona um alter-ego do direto Shinichi Watanabe, e vários elementos que atuam como histórias paralelas à série. Tais como a Grande vontade do universo, Pedro o trabalhador imigrante, e Gomez o amante da mulher deste. Esta aproximação permitiu uma visão mais episódica da obra, já que cada episódio teve um tema base. Matar o próprio criador de Excel Saga, Dating Sims, Anime vs Animação Ocidental, Violência Extrema e Salvar Hyatt de um enredo estilo filme de ação B são alguns dos exemplos que podem encontrar, e sempre serão tentativas falhadas.
Excel Saga tem tanto de divertido como de polémico. Para começar os nomes Excel e Ilpalazzo foram centros comerciais concorrentes nesta era que não olharam meios para angariar fundos, o seu humor é muito negro, adulto e exagerado, quebrando e ridicularizando licenças, a atriz que deu voz a Excel ficou doente pela forma como Excel fala, e devido a estes valores nesta era que todo o conteúdo audiovisual é controlado jamais teremos nada tão livre, único e liberal.
Esta série foi coproduzida pela J.C.Staff e Victor Entertainment. Acho este fator muito interessante porque nuns episódios tivemos uma arte mais cuidada e melhores valores de animação, enquanto noutros elementos como caras esborrachadas e proporções desniveladas marcaram presença, mas como Excel Saga tem um estilo muito expressivo este elemento é pouco evidente. Até na banda-sonora a obra de Rikdo rompe moldes, além de temas de personagens muitíssimo bem empregues e identificativos, a abertura e o encerramento têm tanto de fantástico como de estranho.
Excel Saga é mesmo uma série que merece ser vista por todos, cá em Portugal teve exibição da Sic Radical, AXN, e Animax traduzindo-se num enorme sucesso. É uma espécie de Monty Pyton nipónico com muita loucura a mistura, que infelizmente nesta era nem saia do ‘storyboard’!
