Yu-Gi-Oh! O Lado Negro das Dimensões – Análise

Lançado em 1996 na revista Shonen Jump por Kazuki Takahashi, o manga Yu-Gi-Oh! foi um grande sucesso que angariou na criação de uma franquia de Card Game com milhares de jogadores, diversos animes e muitos jogos para diversos consoles. Para comemorar os 20 anos da série foi lançado nos cinemas japoneses no ano de 2016 o filme Yu-Gi-Oh!: The Dark Side of Dimensions, um longa com uma história inédita escrita por Kazuki Takahashi, que se passa após os acontecimentos do anime original e que arrecadou mais de 7,5 milhões de dólares de bilheteria.

O longa será lançado no Brasil no dia 01 de novembro nas plataformas digitais de vídeo sob demanda Looke, NOW, iTunes, Google Play, Vivo Play e Microsoft Store com o nome Yu-Gi-Oh! O Lado Negro das Dimensões e o OtakuPT recebeu a oportunidade de assistir ao filme antecipadamente e trazer para vocês uma análise da inédita versão dublada da animação.

Yu-Gi-Oh! O Lado Negro das Dimensões (Japão – 130 minutos): Yugi e Kaiba estão prontos para reviver os seus duelos do passado. Esta será uma batalha onde os dois terão o seu orgulho e experiência colocados à prova, num duelo especial que transcende as dimensões.

No elenco da versão dublada do filme temos: Marcelo Campos como Yugi, Marco Aurelio Campos como Aigami, Mauro Eduardo como Kaiba, Rodrigo Andreatto como Joey, Fabio Lucindo como Bakura, Melissa Garcia como Tea, Vagner Fagundes como Tristan, Thiago Longo como Mokuba, Monalisa Capella como Sera, Cassiano Ávila como Shadi e Dlaigelles Riba como Manny.

Mesmo sendo um filme comemorativo o longa trabalha de forma extremamente sutil a mensagem de seguir em frente mas sem se esquecer de sua história passada e essa mensagem é trabalhada através de três linhas no decorrer de todo o filme. A primeira é de Yugi seguindo adiante com sua vida após ter se despedido de Atem no final da história da série, essa linha é muito bem trabalhada e mostra o personagem mais crescido, com novos objetivos, mas sem que esquecer de tudo o que passou e aprendeu durante o período em que esteve com uma das Relíquias do Milênio.

Na segunda linha é trabalhada a obsessão de Kaiba em buscar vencer seu rival em um duelo, o personagens começa a história do longa de uma forma, seguindo com o mesmo objetivo até o fim e isso acaba sendo ruim pois não mostrar nenhum desenvolvimento do personagem no filme. Já a terceira linha é do inédito personagem Aigami, que acaba tendo sua história se ligando diretamente com a história do anime, porém o objetivo do personagem acaba sendo o contraponto para a sutil mensagem do longa e isso é mostrado com o personagem seguindo para um lado contrário aos ensinamentos do seu passado.

A partir da base da mensagem sutil os duelos ocorrem mais como um fã service do que como um algo que faz o roteiro necessariamente ir para frente, o filme possui também um tempo de duração excessivamente longo e isso se deve pela necessidade de haver muitos diálogos expositivos repetitivos e pela existência de dois duelos longos que acabam não levam a nenhum lugar. Durante os duelos acabei também ficando bastante incomodado com a necessidade de Kaiba mostrar uma quantidade absurda de versões do Dragão Branco de Olhos Azuis. Um outro problema é a quantidade de Deus Ex Machima que ocorre no decorrer dos duelos, isso me deu a percepção de uma tentativa de manter os duelos sempre com momentos de pressão e perigo entre os personagens principais. Um outro problema do longa é o surgimento de um elemento magico que serve apenas para possibilitar o surgimento destes Deus Ex Machima.

No decorrer do longa a animação é muito consistente nos momentos mais calmos, mas a movimentação de diversos monstros (aonde foi utilizada animação tradicional com a mescla de CG) acabou fazendo com que eu tivesse com uma sensação de estranheza em diversos momentos. A trilha sonora é presente em diversos momentos do filme, mas não existe nenhum momento com uma música marcante e o tema principal da série é entoado em momentos muito curtos. Já a dublagem brasileira é muito consistente entre todos os personagens, eu me senti incomodado com a dublagem de Aigami no início mas fui me acostumando de acordo com a forma que o personagem se soltava.

Yu-Gi-Oh! O Lado Negro das Dimensões é um bom filme para se assistir pela dublagem brasileira nostálgica e para se passar o tempo de forma extremamente despretensiosa, porem se for analisado de forma um pouco mais séria o longa acaba tendo sua mensagem sutil sobre seguir em frente sem se esquecer da própria história com apenas uma das três linhas de história trabalhada de forma mais satisfatória. O longa acaba também servindo para gerar fã service nos duelos, mas as batalhas acabam tendo diversos problemas por causa de muitos Deus Ex Machima e o tempo de duração do filme acaba sendo muito longo devido o uso de muitos diálogos expositivos repetitivos e alguns duelos que não levam a nenhum lugar dentro da história.