Criador de Love Hina avisa sobre a pressão internacional para censurar mangá

Numa recente entrevista Ken Akamatsu, o autor de Love Hina e Negima! Magister Negi Magi, que foi recém-eleito deputado japonês, afirmou que a maior ameaça à liberdade criativa de expressão não vem do Japão, mas da pressão internacional que tem censurado os mangás.

Proteger a liberdade de expressão também fez parte do seu compromisso de campanha ao concorrer ao seu cargo.

Akamatsu: Certo. A partir de incidentes como o do ano passado, em que uma entidade internacional de mulheres se queixou de um anúncio no Nikkei, podemos dizer que estamos numa época em que a pressão sobre as restrições à liberdade de expressão também vêm do exterior, por isso temos de tomar medidas para lidar com com esta ameaça.

Atualmente, existe apenas uma possibilidade muito baixa de que seja aprovada legislação nacional que restrinja a expressão. No entanto, se forem aprovados acordos internacionais nesse sentido, a legislação nacional terá de ser alterada para se adequar ao acordo, pelo que temos de evitar que este cenário aconteça.

Ken Akamatsu também falou sobre a utilização de inteligência artificial.

Nos últimos anos, as ilustrações usando arte de IA tiveram um aumento enorme. Haverá algum problema com liberdade de expressão ou direitos autorais?

Akamatsu: Em relação à arte da IA, atualmente o que está a ser discutido é a “transparência do conjunto de aprendizagem de dados”. Para criar arte baseada na IA, é necessário aprender com milhares de milhões de obras de arte existentes, e tem havido críticas de que os detentores de direitos de autor não deram permissão em muitos casos, tornando-a ilegal.

No entanto, fazer com que a IA aprenda ilustração não é ilegal – o termo “aprendizagem ilegal” está errado desde o início.

Para mim, ter lucro com o uso comercial de ilustrações de IA e ser dado aos criadores usados como parte do conjunto de dados é o resultado favorável.

Considerando quantos bilhões de ilustrações são usadas, dividir facilmente os lucros é impossível, então a criação de algum tipo de instituição de gestão como o JASRAC para a música, ou algum tipo de fundo para trazer o lucro de volta para a indústria é um método mais realista.

Ou, a venda de IA de geração de imagens que tenha concluído o treino também pode ser considerada […] Dessa forma, a IA que não seja a versão vendida oficialmente pode ser tratada como ‘versões piratas’, devolvendo algum controle. Dessa forma, os criadores usados ​​como conjunto de dados também podem recuperar o lucro diretamente.

Existem algumas pessoas que podem dizer que “a IA chegou ao ponto em que consegue desenhar ilustrações melhores do que eu”, mas olhe para o mundo do xadrez. A IA tem sido mais forte no xadrez do que os humanos há algum tempo, mas muitas pessoas ainda gostam dele.

Para o mundo dos comics, espero que as pessoas possam lembrar-se da alegria do próprio ato de desenhar.