Todas as temporadas existem muitos animes do género Isekai, de tal maneira que muitos começam a protestar sobre a falta de variedade deste género de história e uma repórter do soranews24 sentou-se com uma proeminente editora para tentar descobrir por que existem tantos animes e mangás Isekai.
Isekai é um género de light novels, mangá e anime que se desenrola à volta de uma pessoa que é transportada e tem que sobreviver num outro mundo, como um mundo de fantasia ou universo paralelo. Este dispositivo de enredo permite que o público aprenda sobre o novo mundo ao mesmo ritmo que o protagonista. As obras Isekai também costumam cair na fantasia, géneros de ficção científica, fantasia de portal ou viagens acidentais.
A entrevistada foi, “Y-san” que trabalha como editora de mangá numa grande editora há mais de 10 anos, editando séries que ganharam prémios e adaptações anime.
Existe um título específico que deu início ao atual boom do tensei?
Acho que That Time I Got Reincarnated as a Slime tornando-se um sucesso foi um grande ponto de viragem. A série começou como uma web novel no site Shosetsuka ni Narou (“Let’s Become Novelists”), e uma vez que se tornou popular por lá, virou um mangá. Há muitas histórias de reencarnação no site, tantas que algumas pessoas também chamam as histórias tensei de “histórias Narou”.
Na indústria, costumávamos ter muitas histórias de viagem no tempo, ou histórias de teni (“transferência”), onde alguém iria para um tempo ou lugar diferente, mantendo a sua aparência e identidade originais. Mas as histórias Tensei que estão em voga agora são diferentes, pois o personagem principal morre no nosso mundo, então eles despertam num mundo diferente como uma pessoa diferente, mas com as suas memórias do mundo real intactas.
Nas histórias Tensei, quando eles chegam ao mundo alternativo, eles parecem diferentes e têm um estilo de vida completamente novo, não é?
Acho que a razão para isso é atrair leitores que querem tornar-se uma pessoa diferente do que são agora e refazer a sua vida. É uma característica frequente das histórias Tensei que o passado do personagem principal no mundo real e que tipo de pessoa ele era antes de vir para o mundo alternativo não são tratados como sendo muito importantes.
Sim, notei que eles não se aprofundam muito sobre esse tipo de coisas.
Normalmente, há apenas algumas páginas rápidas no início do primeiro capítulo sobre a vida do personagem principal no nosso mundo, então eles morrem e chegamos ao início da história no mundo alternativo. Não há muito peso dado ao tipo de pessoa que eles eram ou que tipo de criação e experiências eles tiveram no nosso mundo. Acho que eles só se querem estabelecer, o mais rápido possível, ‘Ok, aqui está esta pessoa… agora ele está morto… e agora ele está a começar uma nova vida’. Às vezes fico surpresa com a pouca necessidade que a história parece ter para os leitores simpatizarem com o personagem principal enquanto eles ainda estão no mundo real.
E as histórias de reencarnação de vilãs? Eu noto muitos mangás voltados para mulheres recentemente onde o personagem principal era uma pessoa tímida no mundo real, e eu posso entender o desejo de renascer como uma pessoa mais poderosa, mas por que uma vilã?
Bem, por muito tempo, o padrão no mangá shojo foi que o personagem principal é eventualmente recompensado por ser puro e sincero. Mas com o avanço das mídias sociais, acho que emoções e romances mais confusos e realistas tornaram-se mais visíveis, e que algumas pessoas estão cansadas de personagens principais de coração tão puro.
Acho que não há muitas pessoas que podem viver as suas vidas como uma heroína shojo pura e sincera.
Mas, em contraste, uma vilã poderosa pode ser fortemente ousada e dizer às pessoas que ela não gosta. Acho que isso é algo que as pessoas acham atraente. Histórias em que a vilã termina um noivado também são populares. Pode ser o resultado da empatia com esse desejo de estar livre do controlo de um homem.
Ah, entendi agora! Uma vilã rica e poderosa pode fazer o que quiser e não precisa medir palavras conversando com personagens masculinos. Ela é basicamente imparável.
A propósito, há também um novo género, muitas vezes voltado para leitores do sexo masculino, com algumas semelhanças com o tensei que é chamado de estilo zamaa.
Estilo Zamaa? O que é isso?
É de ‘zamaa miro’ [japonês para “serve-te bem”]. O personagem principal não é reencarnado, mas sim alguém que foi expulso de um bando de heróis que não achavam que ele era bom o suficiente. Em seguida, o personagem principal junta-se a outro grupo e encontra sucesso, enquanto as coisas desmoronam para o grupo de heróis em que ele costumava estar. É semelhante a uma história de vingança.
Você já atuou como editora de uma série de mangá tensei?
Não especificamente um tensei, mas estive envolvida no planeamento de uma série isekai. Mas há algo sobre eles que… bem, se eu for direta e disser isto, eu pergunto-me se fazer uma série isekai foi uma boa decisão para o futuro desse artista de mangá. Mesmo que as pessoas leiam a série, não há sentido para o artista se esse sucesso não se puder conectar à próxima série. As séries Tensei têm tantas semelhanças entre si, então é difícil para um artista individual desenvolver uma base de fãs para si através de uma. Os leitores geralmente não reagem com: “Agora vou conferir os seus outros trabalhos também”.
Acho que é verdade que, se você não consegue distinguir uma série de outra do género, provavelmente também não se lembrará do nome do artista.
Mas, por outro lado, por ser um género popular, é mais fácil para os novos artistas obterem luz verde, e há um grande benefício para o artista no lado financeiro das vendas mais altas por natureza das suas séries serem de um género popular. O ideal é fazer com que os leitores se tornem fãs da série e do artista ao mesmo tempo.
Antes de encerrarmos as coisas, você tem alguma recomendação pessoal de tensei para nós, leitores de mangá?
É claro! My Next Life as a Villainess: All Routes Lead to Doom! (arte por Nami Hidaka, história por Satoru Yamaguchi) tem uma história interessante e um elenco de personagens atraente. E é tecnicamente uma história de Teni, mas The Screwed-up Potions Turned Out to Be Soy Sauce, So I Cooked with Them [Hazure Poshon ga Shoyu Datta no de Ryori Suru Koto ni Shimashita] (arte por Risuno, história por Fuji Tomato) é outro que estpu a gostar de ler.
Tem um conceito realmente único: uma dona de casa é transferida para outro mundo e percebe que as suas poções de cura defeituosas são na verdade molho de soja, então ela usa-as para cozinhar.
Matéria interessante.
Conheço uma variedade
Tem o “Isekai puro”
Tem o “Tensei”
Tem o “reborn”, o personagem renasce em seu próprio mundo, avançando no tempo ou voltando.
Não gosto muito do gênero isekai(particularmente odeio), mas não por ser “isekai”… Mais sim pq na maioria das vezes são bem genéricos, poucos isekais de fato possui narrativa, comédia e história boas(como Re:zero, Konosuba, NGNL)!
O pior é que com o aumento no número de isekais publicados, a tendência e que cada nova obra publicada se torne cada vez mais genérica, uma vez que é cada vez mais difícil surgir uma obra bem escrita e original, porque tal como o esquema ocidental da jornada do herói, os isekais cada vez vem seguindo uma mesma estrutura narrativa, de modo que dá a impressão que estamos vendo a mesma obra, com os mesmos personagens numa skin diferente. Acho que não vai demorar muito para o gênero saturar de vez e surgir uma nova tendência.
O que os autores pensam ao escrever obras tão genéricas?! “Vou só transportar o prota noutro mundo, meter ele rico com o conhecimento do nosso mundo, colocar um monte de mulheres a segui-lo e fazer dele overpower 🤮 e pronto. Slime ainda é divertido, Re: Zero está aborrecido já, só a primeira temporada valeu pra mim, agora da a impressão de que já deu tudo que tinha pra dar, o único tensei que tenho adorado mesmo é Mushoku Tensei é bem rico em desenvolvimento e aborda temas interessantes e a história é sempre dinâmica, não espera mas virou um dos meus preferidos, queria que mais autores criassem narrativas interessantes ao invés dessas coisas baratas sem um pingo de diálogos construtivos, as editoras deveriam marcar esses isekais baratos como plágio.
Mas porque razão é q as editoras iriam fazer esse estupidez? O género isekai só prevalece por uma pequena razão, dá lucro. Qualquer editora q tentar eleminar o género só pode ser burra. E não concordo com a opinião sobre rezero principalmente porque o desenvolvimento e os temas são tão bons se não melhor melhores q os de mushoku, mas bem deve ser uma questão de gosto.
Eu não diria burra, penso que quanto mais obras do gênero existirem mais e já a tantas parecidas umas com as outras, teremos menos autores que decidiram arriscar em se aventurar só porque a receita do dinheiro fácil está logo a frente dele e como consequência a qualidade das obras futuras seguirá a receita desses isekais genéricos é só olhar pra os dias de hoje, cerca de 50% por cento dos animes por ano são isekais e amanhã quanto aumentará se isto continuar?! Em Re: Zero talvez seja mesmo por gosto mas já não consigo ver luz pra obra, pois todos os segredos que revelaram na última temporada foram bem previsíveis pra mim, já não consigo me animar com essa obra.
Eu não diria “burra” isso não é bom pra os consumidores, se continuar assim é inevitável os autores sentirem-se confortáveis e só criar coisas assim, pode até dar dinheiro mas como um fã não consigo encarar isso como algo bom a longo prazo, hoje em dia nos enchem com obras quase iguais alterando um pouco aqui e ali e como consequência quase metade dos animes lançados por ano são isekais e amanhã quanto aumentará?! Se a recita do dinheiro fácil já está pronta e os caras terem preguiça de se aventurar, coisa que alguém com o título de “autor” deveria fazer, em Re: Zero é mesmo por gosto pessoal, os segredos revelados na última temporada foram bem previsíveis e não sei mais o que esperar dela, já não me anima nenhum pouco, perdi as esperanças nela.
Sair muito da caixa também pode não levar a lucros, o pessoal gosta de histórias diferentes, mas normalmente não tão diferentes assim e qualquer empresa vai sempre pensar nos lucros q estão a acontecer no momento, pensar demasiado no futuro e não colher os lucros q aparecem no momento é algo demasiado ousado para um negócio q realmente quer fazer dinheiro, o aventureiro q vai para os sítios mais perigosos primeiro pode encontrar um tesouro maior, mas a maior parte das vezes ele encontra a morte(falência) primeiro.
Esse “zama mirou” tá bem popular recentemente mesmo, já vi vários mangás em que o protagonista é expulso do grupo ou país dele por ser “inútil” e depois acha pessoas mais legais e acaba ganhando sucesso, enquanto o grupo que o expulsou entra em ruína, admito que é bem satisfatório. Essa história da maioria das histórias isekais simplesmente abandonarem a vida passada do protagonista e nunca mais tocarem no assunto começou a me incomodar, esse é um dos motivos de eu gostar bastante de Mushoku Tensei, já que a vida passada dele é mencionada o tempo todo.
Milhões de romances colegiais ou shonens de esportes e luta em cada temporada e ninguém reclama. Três ou quatro isekais numa temporada e o gênero está saturado.
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