Tales of Graces é o décimo segundo jogo da longa série de Action RPGs da Bandai Namco Entertainment que recebeu originalmente lançamento na Nintendo Wii no Japão em dezembro de 2009. Contudo, como os jogos da série foram lançados com mais frequência nas consolas Playstation, o jogo recebeu lançamento na PlayStation 3 um ano mais tarde com o título Tales of Graces f. O “f” no seu título surge por esta remasterização estar acompanhada por um epílogo jogável intitulado “Lineages and Legacies” que acontece após o final do jogo principal, daí o “f” no título que significa futuro. Foram precisos mais dois anos para o jogo ficar disponível no ocidente numa das mais negras eras dos JRPGs nesta parte do mundo. Sem se dar conta o seu lançamento abriu uma brecha de luz que contribuiu para o ressurgir deste género e da série em novos territórios.

Avançamos sensivelmente duas décadas, e voltamos a encontrar o mesmo panorama, mas num plano diferente. Tales of Arise foi um dos mais aclamados títulos da série, até ganhou o título de RPG do ano de 2021 nos The Game Awards. No entanto, talvez pelo facto de receber maiores distinções na indústria, desde Tales of Arise que não tivemos notícias de novos jogos. Eis que surge o Tales of Remaster Project, uma coletânea de remasterizações criadas para celebrar o 30.º Aniversário da série. Curiosamente o primeiro jogo deste projeto é o mesmo que foi responsável por dinamizar os jogos no ocidente.

Tales of Graces f Remastered pode ser dividido em três partes, infância, idade adulta e “Lineages and Legacies”, o já referenciado epílogo que acontece após a conclusão do jogo principal. Em todos os arcos acompanhamos a história de Asbel, um jovem que é filho de um nobre que comanda as terras de Lhant, uma pequena divisão territorial entre o reino de Windor e Fendel. Enquanto criança, Asbel comportava-se como um menino característico da sua idade, desobediente, curioso e dotado de uma capacidade tremenda de colocar Hubert, o seu inocente irmão mais novo e Cheria, uma caprichosa amiga da família, em situações perigosas. Numa destas situações decidiu sair de casa acompanhado do seu irmão sem o consentimento dos seus pais e a caminho de uma colina numa cama de flores ambos descobriram uma misteriosa criança amnésica que batizam mais tarde de Sophie. As desventuras de Asbel e Hubert voltam a cruzar-se com mais um jovem, Richard, o príncipe herdeiro do Reino de Windor. Após muitas peripécias o grupo jurou diante de uma árvore que aconteça o que acontecer que serão sempre amigos. Claro que a inocência de uma criança não mede a crueldade e as consequências, e o grupo acaba por passar por um período conturbado que fratura a relação de todos ao ponto de a destruir.

Avançamos alguns anos e voltamos a encontrar os nossos heróis de palmo e meio, mas agora como jovens adultos. Asbel tornou-se um membro da cavalaria que treina com o capitão Malik Caesar, Hubert, o outrora menino chorão tornou-se num destemido comandante de Strahta, Cheria trabalha como médica e Richard emerge com governante de Windor. No entanto, a sua personalidade benevolente deu lugar a um ser escrupuloso e cruel. Asbel ao lado de Sophie, que inexplicavelmente não envelheceu, é mergulhado numa conspiração que resulta numa guerra entre nações e parte numa viagem pessoal para salvar o seu amigo Richard, salvar o reino e honrar uma antiga promessa de infância. No processo depara-se com um segredo que está ligado à sobrevivência da humanidade.

Um encontro inesquecível, e uma animação também pelas piores razões

Em primeiro lugar creio que é necessário sublinhar a importância do título do jogo. Cada jogo da série tem um título que resume a sua temática. Em Tales of Graces, o termo “Graces” é um dos mais ambíguos no que toca a significados. Como as personagens principais fazem parte da nobreza, “Graces” pode ser dirigido a alteza, basta vermos os vestuários de cada personagem para descobrimos este facto, embora a saia da Cheria mais pareça um cinto do que outra coisa, algo estranho e impróprio para a nobreza. No entanto, o significado do título, também pode conotar bênção, ou seja, o grupo recebeu a bênção de conhecer Sophie e fez um juramento de uma vida nas suas infâncias. Independentemente de significados, julgo que os dois são adequados porque enriquecem o tema base do jogo que é a família. Porém, não estamos a falar de uma família biológica, mas sim afetiva, com Sophie como foco principal. Asbel e Cheria são estereotipados como pai e mãe de Sophie, Hubert atua um pouco como um Tio, e Pascal e Malik como irmãos mais velhos ou outro grau de parentesco. Este sentimento é crescente ao longo da história e na minha opinião este continua a ser o jogo mais shonen/shojo da série até à data, porque além do poder da amizade ser uma constante, os membros da nossa equipa são quase todos shippable, acreditem é mesmo um deleite assistir ao elenco desenvolver laços e relações pseudoamorosas no meio de alguns risos miudinhos.

Contudo, nem tudo são rosas, ou sopherias se preferirem, porque o grupo no início do arco da vida adulta é fruto dos traumas que viveram nas suas infâncias. Realmente quando joguei o jogo na PlayStation 3 em 2012, não me apercebi deste facto. Asbel procura remendar as suas relações com todos. No início da sua vida adulta o jovem tenta encontrar o seu lugar num sítio onde parece que todos evoluíram e seguiram com as suas vidas. O sentimento de abandono e isolamento é uma constante, especialmente quando reencontra o seu irmão após muito tempo e um momento que devia ser celebrado com abraços é bombardeado com acusações que deixariam qualquer um de rastos, felizmente o poder da amizade conquista tudo e todos até mesmo o “vilão” deste jogo de uma forma no mínimo caricata.

Quando passamos para o arco de Lineages and Legacies, o que senti foi algo muito próximo de um filme clássico de Dragon Ball Z, porque um mal desperta ainda mais poderoso que o anterior e o grupo mesmo a seguir rumos de vida diferentes tem de voltar a unir-se para o confrontar. Contudo, como o humor é uma constante nestes jogos, o enredo e a lógica são postos de lado em prol de uma história mais direta e juvenil. Este capítulo tem a duração de um pequeno jogo e para obterem todas as proezas vão ter de conquistar todos os seus desafios que incluem um extenso pós-jogo na infernal dungeon Zhonecage. Para completar tudo vão ter empregar mais de 100 horas numa história recheada de emoções fortes. Por alto, o arco da infância é a parte mais aborrecida, mas que julgo vital para a compreensão e desenvolvimento das personagens. O arco da idade adulta é o maior e a mais importante porção do jogo e o arco do futuro é imprescindível para colocar um fecho em algumas questões pendentes e um colocar um fim no desenvolvimento das personagens.

Os Titles deixaram de ser apenas usados para introduzir cosméticos nas personagens

No entanto, o que reforça um jogo de Tales of Series é o seu sistema de batalha e que dizer do “Style Shift Linear Motion Battle System”, um dos melhores, frenéticos e gratificantes de toda a série! Tal como os seus sucessores e antecessores, Tales of Graces f Remastered apresenta um sistema de batalha simples à vista desarmada que rapidamente recebe mecânicas cada vez mais complexas que contribuem para um dos mais aclamados sistemas do seu género. De uma forma simplificada uma equipa pode contar no máximo até 4 elementos. Antes de um combate, o jogador deve ter em atenção as táticas que determinam como as personagens controladas pelo computador vão atuar. Estas incluem a frequência com que recorrem a Artes, o inimigo onde se vão concentrar ou até decidir não fazer nada e simplesmente defender. No combate as personagens apresentadas na parte inferior do ecrã estão acompanhadas por uma barra de HP que muda consoante a quantidade do seu HP. Outro elemento bastante importante é a CC (Chain Capacity) uma mecânica de jogos criada pela Team Wolf que partiu do remake de Tales of Destiny para a PlayStation 2, um jogo que certamente adoraria ver incluído neste remaster project no futuro. Em combate, cada personagem entra nas pequenas arenas com 2 medidores de CC. Consoante a arte A ou a arte B, o custo será maior ou menor e ambas são enriquecidas por uma skill tree progressiva disposta com vários tipos de Artes que podem ser utilizadas em sequência consoante o CC disponível da personagem controlada, sendo que cada uma pode ser conduzida de forma diferente com o uso de cada direção do analógico esquerdo. Quando as reservas do CC forem gastas, a personagem deixa de poder atacar até ter pelo menos duas reservas de 2CC. É possível obter números mais elevados se o jogador deixar o código do Bushido em casa e atacar o adversário pelas costas, realizar proezas no combate, tais como evadir-se no momento certo, ou disferir combos com um elevado número de hits. Ao longo do jogo é possível desenvolver o contador de CC de cada personagem mediante fragmentos ou dominando capacidades que surgem neste capítulo na forma de Titles.

Ao contrário dos anteriores jogos, os Titles não são usados apenas para alterar o aspeto físico ou cosméticos das personagens, aqui são importantes para o desenvolvimento das personagens sendo obtidos de várias maneiras, tais como completar uma missão secundária, atingir um certo nível, utilizar uma Arte um determinado número de vezes, etc. Cada Title vem acompanhado com 5 habilidades que podem ir desde melhorias nas artes e atributos das personagens até ao domínio das poderosas Mystic Artes, fantásticos movimentos que exibem o melhor de cada personagem em combate, sendo que cada personagem conta com quatro diferentes. De salientar que quando uma personagem domina um Title por inteiro com o SP amealhado nas batalhas, todas as Artes e atributos ficam permanentes na mesma. Se juntarmos todos estes elementos como um grande núcleo temos um dos mais exigentes, complexos e robustos sistemas de combate da série.

Mas não são só as nossas personagens que podem aumentar as suas características e padrões, todos os itens do jogo também acompanham esta tendência. Os jogadores podem dar uma nova vida a itens aparentemente sem uso ou obsoletos e selecionar armas, armaduras e outros itens que afetam atributos para introduzir bónus passivos diversos. Para tal podem recorrer ao Dualize nas lojas. Através deste menu os jogadores podem combinar dois itens para criar outro. Na minha opinião esta é a melhor via quer para criar como fortalecer equipamentos. O equipamento melhorado recebe atributos conforme a qualidade do seu shard e adiciona habilidades passivas que variam conforme a qualidade que for utilizada. Contudo, para fazer um novo upgrade vai ser necessário fazer com que as personagens utilizem o item em batalha até que a sua cor no menu mude de azul para laranja e que uma notificação surja no rescaldo da batalha. Se os jogadores desejarem podem juntar duas armas para criar um Gem com os atributos dos shards que poderá ser equipada ou voltar a ser “dualizada”.

Tales of Graces f para muitos apresenta o melhor sistema de batalha da série, é frenético mas exige timings específicos

Por fim e para atribuir mais personalização às mecânicas do jogo, os jogadores podem contar com o Eleth Mixer, um gerador de itens que consome energia consoante a distância percorrida. O Eleth Mixer é de certa forma um substituto do célebre sistema de culinária da série porque além de gerar itens também permite recuperar pontos de HP e oferecer bonificações antes e depois dos combates. Adicionalmente, com os vários livros especiais recolhidos os jogadores conseguem desbloquear novas formas para aumentar a frequência de gerar itens. O jogo não explica, mas o Eleth Mixer possui dois medidores que controlam a capacidade e o crescimento dos slots. Parece complicado? Vou passar a explicar. Sempre que é gerado um item, o custo de Eleth desse item é adicionado à barra de experiência da slot correspondente quando tenta gerar um item e dá prioridade aos itens que os jogadores colocaram em baixo. Por isso, para acelerar o processo de crescimento, é recomendado colocar itens que não sejam necessários nas slots de itens de cima. Por exemplo, colocar Royal Crablettes numa destas slots aumenta o nível dramaticamente porque o seu valor de Eleth é elevado. De salientar que o Dualize Book não ajuda no crescimento das slots, uma vez que se obtém a mesma quantidade de experiência com uma única cópia do item em vez de o triplicar, Felizmente o Book of Fortune triplica as probabilidades de serem gerados. O mesmo acontece como as suas slots de experiência que possuem um custo base mínimo se os jogadores adicionarem o Book of Expansion no Eleth Mixer.

Como existe um “Remastered” no título deste jogo, Tales of Graces f Remastered conta com diversas funcionalidades modernas que tornam a aventura mais agradável quer para novatos como para os maiores veteranos. Para começar a “Grade Shop” está aberta desde o início com 3100 pontos disponíveis para gastar, o que oferece a possibilidade dos jogadores usufruírem de todas bonificações desde o começo da aventura, mesmo quando controlam um grupo de crianças regilas. Com base nestes elementos, os jogadores podem adquirir 2x, 5x mais experiência, o triplo do SP e receber mais Gald se assim o desejarem. De salientar que estas e outras opções cortam um grinding excessivo e consequentemente a dificuldade. Porém, se o jogo se tornar demasiado fácil algumas opções podem ser desativadas e é até possível limitar os pontos de experiência obtidos para metade do valor original.

Contudo, a adição que senti mais relevante neste pacote moderno foi a indicação nos ambientes quando existem eventos e sidequests disponíveis. Quem conhece esta série sabe das curtíssimas janelas que o jogo dispõe para a participação em sidequests e eventos secundários. Com Tales of Vesperia Definitive Edition tive de jogar sempre acompanhado por um guia para garantir que nada ficava por fazer, felizmente com Tales of Graces f Remastered não tive esse contratempo porque o jogo indicou-me quando existiam sidequests e alguns eventos que enriqueceram a história. Esta é uma adição mais que bem-vinda e que certamente espero ver presente em todos os projetos porque oferece a oportunidade de participarmos e desfrutarmos de tudo o que estes jogos têm para oferecer, na minha opinião as sidequests destes jogos são vitais para expandir o mundo e a dimensão das suas personagens.

Impossível não soltar uma gargalhada com as peripécias da louca Pascal

Por fim, esta remasterização demonstra que está bem atenta aos hercúleos trabalhos dos seus fãs nos jogos que perderam o barco para o ocidente, porque também apresenta textos traduzidos durante as Mystic Artes e nas divertidas interações de personagens que surgem no final de uma batalha, um elemento mais que necessário se utilizarem os mais de 80 DLC incluídos nesta versão, que vão desde vestir as personagens com as célebres indumentárias que outras utilizaram em anteriores capítulos, desbloquear os infernais “Kaizer Titles”, até utilizar as faixas musicais das batalhas, sendo que esta última apenas está disponível se tiverem adquirido a edição Deluxe. Contudo, nem todo o DLC anteriormente disponível no jogo original está presente neste remaster. Infelizmente os fatos licenciados de Idolm@ster e .//hack GU não estão incluídos, um fator no mínimo estranho porque a Bandai Namco Entertainment possuí ambas as licenças. Também os incríveis fatos de Code Geass que transformam Asbel no Suzaku, Cheria na Kallen e Richard no Zero não estão incluídos, realmente é uma pena porque assentam que nem uma luva em cada uma destas personagens. Possivelmente ficaram de parte porque a licença da obra da Sunrise expirou, desconheço se foram incluídos no lançamento do jogo no Japão.

Tales of Graces f Remastered para muitos representa um passo atrás no departamento visual, isto porque além de ser um jogo que recebeu lançamento originalmente para a Nintendo Wii apresenta arestas quadradas quando deviam ser circulares e algumas texturas devido ao facto de receberem o tratamento de upscalling ficaram borradas. Mas, não se enganem porque o jogo continua com o mesmo charme de 2009. Esperem modelos de personagens de estética anime, ilustrados pela falecida Mutsumi Inomata, bem detalhados e expressivos em ambientes diversos acompanhados por algumas das melhores animações de toda a série devido à sua fluidez. Como estamos diante de um jogo pouco exigente, qualquer jogador com um PC moderno, seja portátil ou de secretária, vai certamente poder desfrutar desta aventura sem problema. Na minha build pude desfrutar desta aventura a 4K a 120 fotogramas por segundo sem nenhumas quebras de FPS ou outras inconsistências técnicas, mesmo durante as batalhas mais caóticas e frenéticas! A Tose apenas disponibilizou um punhado de opções gráficas aos jogadores que incluem filtragem anisotrópica, qualidade das sombras e antialiasing, também apresenta opções para mudança de resolução, fixar as taxas até 120 FPS e ajuste do brilho. Infelizmente não existe suporte HDR, isto claro de forma oficial porque já existem mods para contornar este inconveniente. Com toda a certeza também posso dizer-vos que não vão ter problemas em executar o jogo na Steam Deck, na ROG Ally ou outro dispositivo portátil, aliás vou mais longe e afirmo que este é um título talhado para ser jogado num destes dispositivos.

Realmente a única inconsistência técnica que encontrei foi nos controlos. Embora o jogo tenha suporte para rato e teclado, com os comandos PlayStation não apresenta o seu tradicional esquema de botões, ao invés disso continua a mostrar o que está presente nos comandos Xbox. A única forma que encontrei para contornar este obstáculo foi desativar o Steam Input nas opções de jogo. No entanto, após o fazer notei que o meu DualSense parou de ter suporte a vibração. Fui mais longe e até testei o comando ligado a uma porta USB do computador, mas não tive sucesso. Por fim, posso afirmar que o tradicional modo multiplayer local está presente nesta versão, mas infelizmente não posso dizer o mesmo do suporte Remote Play, porque para já está ausente.

Quanto à banda sonora encontramos o tradicional da série que Motoi Sakuraba e Hibiki Aoiyama já nos habituaram. Como já foi referido o jogo tem opções de áudio em inglês e japonês e dispõe de vários idiomas por texto, infelizmente o português não consta numa lista que inclui o francês, espanhol e alemão. O jogo conta também com a abertura White Whishes interpretada por BOA, uma das mais belas de toda a série na minha opinião, e com algumas sequências animadas pela Production I.G, que são bastante inconstantes quer na animação como na arte. Nunca é demais referir que esta era uma era onde a UFOTABLE ainda não produzia trabalhos de Tales of Series.

São poucos os jogos que sobrevivem ao teste do tempo, mas julgo que estamos na presença de mais um. Embora pareça datado para os padrões da atualidade devido às suas origens, Tales of Graces f Remastered preserva os seus pontos fortes enquanto honra os seus fracos para oferecer um jogo robusto dotado de uma das melhores gameplays de toda a série numa port bem executada. Estou ciente que a simplicidade da história pode afastar alguns, mas também acredito que não vai ser um contratempo devido ao seu colorido e divertido grupo que permanece com a mesma frescura de há 16 anos atrás, os laços da amizade são eternos…e esta aventura também. A Bandai Namco Entertainment não podia escolher melhor candidato para iniciar este projeto de remasterizações, libertando das catacumbas da Playstation 3 uma das suas melhores aventuras que se pode orgulhar de inspirar uma nova geração, e quem sabe um revitalizar da série na indústria e nos corações dos jogadores.       

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