Na culinária, o açúcar comum (sacarose) e o sal de cozinha (cloreto de sódio) são utilizados como temperos, realçando e/ou dando sabor aos alimentos. Satou e Shio (os seus nomes significam açúcar e sal, respectivamente) são as protagonistas desta obra, que de forma simbólica “temperam” a vida uma da outra.
Satou trás toda a candura e o afeto que uma mãe pode oferecer a uma criança, enquanto Shio leva ao coração de Satou a pureza que um dia ela perdera. De forma simbólica, a palavra “açúcar” nos remete a algo doce, agradável, associado a coisas leves. Já o sal, além de conservar os alimentos, simboliza a pureza, característica essa que se encaixa perfeitamente com uma personagem infantil como a Shio.
Antes de conhecer Shio, a protagonista levava uma vida vazia no qual ela se entregava facilmente a paixões passageiras, mas que não traziam felicidade a mesma, e muito menos a fazia descobrir o significado verdadeiro da palavra “amor”.
Tal palavra possui apenas quatro letras, mas tem um significado rico e profundo. Filósofos como Platão e Aristóteles se dispuseram em refletir sobre o conceito de amor. Na Teologia o amor é visto do ponto de vista divino. Há pessoas que dizem que o amor não tem lógica ou explicação, apenas sentimos.
Satou é, aparentemente, uma menina doce que parece ter encontrado em Shio (uma misteriosa e carinhosa garotinha) um porto seguro, alguém que ela possa compartilhar seus melhores sentimentos. Entretanto, Satou pode compartilhar com a menina algo que ela não tem? Baseando-se na mudança brusca de comportamento da garota, há traços problemas psicológicos nela. É evidente que os sentimentos dela estão distorcidos, pois, aparentemente algo traumático a levou a esse estado.
A relação das personagens principais é um pouco mais complicada do que aparenta, pois os sentimentos de ambas não são exatamente iguais. A Shio, devido a sua inocência, enxerga Satou sob uma ótica maternal, mas mesmo assim, ela faz questão de oferecer todo o seu apoio para a menina. Já a protagonista de cabelo rosa está com os sentimentos embaralhados, misturando amor romântico, amor maternal e obsessão.
Para as protagonistas a vida que elas levam é feliz, não importando as adversidades comuns na vida diária. Entretanto, esse “lar doce lar”, não é tão doce como aparenta, afinal a proposta da obra é justamente propor mistérios em volta das personagens principais.
O mundo não é doce, mais cedo ou mais tarde o “castelo de açúcar” criado pela Satou vai derreter mais cedo ou mais tarde, o que leva ao famoso questionamento complexo sobre o que as pessoas são capazes de fazer por amor e sobre o limite deste sentimento.
Esse anime trás muita reflexão sobre sentimentos, não só o amor, mas sobre ciúme e inveja também. A gerente e uma das funcionárias trataram a garota (Satou) de forma cruel devido ao fato de, involuntariamente, ter atraído a atenção para si, pelo fato de ser bonita.
A parte técnica não se destaca (admito que não sou especialista nessa parte, me desculpe), mas a impressão que eu tive é que a animação é fraca, mas não chega a incomodar, afinal o anime não exige muito da animação, ou seja a história da obra é o que importa e se destaca nesse caso. A trilha sonora é apagada, sendo a opening e a ending, os maiores destaques.