De uma forma resumida, falamos um pouco sobre o que vimos e deixamos o convite para em baixo nos comentários dizerem o que viram e jogaram na última semana.

Bruno Reis

The Family Circumstances of the Irregular Witch (01-02) 

Alissa é um bruxa “jovem” com pouco mais de 200 anos -isto claro se formos ter em conta a vitalidade de uma bruxa- que certo dia encontra um bebé que foi abandonado numa floresta e contra tudo e todos assume uma posição de mãe. Sem darmos conta passam-se 16 anos e o bebé que afinal é uma menina e foi batizado de Viola, torna-se numa voluptuosa bruxa, que adora a sua mãe adotiva mais que tudo no mundo (e vice-versa) e não olha a meios para que nada nem ninguém a roube de si. Realmente não esperava gostar tanto desta divertida série, além de uma comédia muito bem inserida, também apresenta alguns momentos de ternura quer para pais como filhos, aliás 40% da comédia é envolta neste quesito, restantes 60% são divididos entre invocações -a fénix com a voz do Vearn velho está hilariante- alguns inuendos e separadores entre cenas como os dos Transformers. Não tenho dúvidas nenhuma que a Viola vai se tornar numa figura muito rapidamente. A sua arte parece uma junção entre Naga a Serpente branca e Lina Inverse duas personagens de Slayers.

Só vos digo que estes separadores à la Transformers estão um mimo

Shangri-la Frontier (01) 

No futuro próximo -espero que não- os videojogos que recorrem a ecrãs vão ser considerados retro porque o VR alcançou um novo realismo e patamares. No entanto, como a tecnologia está muito à frente da A I.A fez como novo género de jogos emergisse, o Kusoge, que tal como o nome indica é um tipo de jogo repleto de bugs e problemas técnicos. Poucos são os que resistem a este tipo de jogos. Contudo, Sunraku, um jogador decidiu dedicar toda a sua existência para completar o máximo de jogos deste tipo de uma forma bem compulsiva. Após concluir um lendário jogo que se celebrizou por ser incrivelmente mal produzido, a proprietária do estabelecimento de jogo faz-lhe o convite para desfrutar de um jogo bem produzido com mais 30 milhões de jogadores, o Shangri-la. Como Sunraku adora um desafio decide criar um avatar desprovido de proteção e com uma máscara de Ave. Realmente não esperava que um episódio de exposição e introdutório fosse tão interessante porque além de apresentar o mundo e as personagens também atuou como uma crítica extremamente interessante ao desenvolvimento e algumas personagens e estigmas dos videojogos. Não tenho dúvidas que a princesa do Kusoge é uma referência a Zelda de The Legend of Zelda, que a sua I.A seja uma alusão às das escort missions nos jogos, e que os Kusoge sejam representações dos jogos inacabados ou repletos de bugs que são lançados no mercado e recebem dezenas de patches ou DLC’s para finalmente serem desfrutados. Foram inúmeros os MMO isekais que durante anos tentaram derrubar o Kirito do seu trono, mas creio que com Shangri-la o espadachim negro da era moderna finalmente encontrou concorrência à altura.

Hyrulr—desculpem Shangri-la Frontier

Bullbuster (01) 

Bullbuster é uma série mecha bem diferente do habitual porque ao invés introduzir um piloto hábil ou uma academia que dedicada para treinar esse efeito, apresenta uma empresa que desenvolve mechas. Este reverso foi refrescante porque colocou a engenharia e a criação de mechas em primeiro lugar. No primeiro episódio pudemos encontrar algumas referências do género tais como elementos de Gundam e logótipos de Neon Genesis Evangelion e o Mobile Suit Gundam original. O meu único senão nesta fase é o CGI que é para lá de medonho.

O último é Macross não é?

Rurouni Kenshin (2023) (14) 

Embora não tivesse sido o caso, este episódio de Rurouni Kenshin teve um sabor muito com a “filler” porque apresentou um período de relativa paz sem grandes ameaças. Na teoria este pode parecer um elemento pejorativo, contudo, quando serve para desenvolver uma das personagens principais acaba por ser tão ou ao importante que um confronto contra os maiores vilões. O foco do episódio foi Yahiko e o seu crescimento. Pela primeira vez nesta modernização do clássico vemos o desenvolvimento que o pequeno samurai recebeu devido à interação do trio da escola Kamiya Kasshin. O resultado é um Yahiko muito mais consciente e benevolente, mas que continua a ferver em pouca água. Se a anterior abertura era fraca esta é muito pior na minha opinião, mas o encerramento parece estar perto de um cruzamento entre o clássico e o modernizado.

Captain Tsubasa: Youth Tournament Arc- (01)

Captain Tsubasa recebeu inúmeras adaptações anime ao longo dos anos, mas todas sofreram sempre de um grande inconveniente, o arco do torneio de França de Sub-17, que nunca foi adaptado. Felizmente essa “maldição” foi quebrada com esta encarnação moderna dos magos da bola. A mesma continua os eventos da anterior, ou seja, com Tsubasa a estudar português em casa enquanto recupera das suas complicadas lesões que sofreu no final do torneio nacional das escolas do Japão. Como este ainda se encontra a recuperar é uma incógnita se vai participar no torneio europeu de se vai realizar em França. Outra grande incógnita é o triângulo amoroso entre Tsubasa e as suas duas managers, enquanto admite que vai confessar o seu amor, a outra fica num impasse. Do outro lado do mundo Wakabayashi descobre que o seu ex-colega Scheneider vai rumar para outras águas e ameaça destruir o percurso imaculado da sua antiga equipa.

Jujutsu Kaisen -Segunda Temporada- (11)

Este episódio de Jujutsu Kaisen que teve a participação de um talento Português continuou a luta dos Jujutsu Sorcerers para resgatar Gojo. Parece que Yuji está tão ansioso pelo lançamento de Marvel’s Spider-man 2 na PlayStation 5 que emulou os movimentos do herói aracnídeo para capturar os guardiões das barreiras. Um destes é um serial killer que aparentemente parece ser invencível. Jujutsu Kaisen continua a ser bem diferente dos shonen da era moderna porque ao contrário de censurar ou suavizar o seu conteúdo, demonstra uma realidade depressiva, arrogante e grotesca. O passado do assassino foi no mínimo perturbante e a forma como exemplificou as suas práticas solidificou ainda mais a afirmação que descrevi em cima. Existe muito mais em Jujutsu Kaisen do que coreografias de lutas e um budget de animação quase interminável e este episódio demonstrou esse efeito de uma forma que talvez possa ter perturbado algumas almas menos preparadas.

The Amazing Finger-Man

Goblin Slayer II- (01)

Goblin Slayer arranca com a sua segunda temporada ao revisitar os grotescos e perturbantes inícios da anterior, talvez para demonstrar que mesmo com um episódio morno e de exposição vai continuar a ser polémica e inquietante. Este apresentou uma nova personagem, que além de ser extremamente semelhante a Negi Springfield da série Negima, também inexplicavelmente alberga um grande ódio por goblins. Contudo, este está longe de ter as mesmas características, não é um grande guerreiro, é frágil, e é um feiticeiro. Felizmente mesmo com estas novidades e um novo estúdio de animação, as mesmas dinâmicas de grupo continuam e o senso comum do Goblin Slayer também. A obsessão e atitude estoica do Orcbolg continua a ser os elementos mais divertidos a meu ver, tudo e todos são pretextos para goblins, o que por vezes lá me consegue arrancar uma risada.

Alguém falou em Goblins!?

SPY x FAMILY II- (01)

Mesmo com o inicio de uma segunda temporada sentimos que o tempo não passou pela família Forger, Anya continua a ser uma aventureira -à sua maneira- Loid um esposo dedicado com a sua família e consequentemente missão, e Yor uma rapariga com um senso comum bem desprovido. Este último elemento acaba por ser o destaque do episódio porque Loid, volta a temer pela união da sua família e decide convidar a sua mulher para uma saída a dois. O problema é que na noite anterior, Yor levou com uma bala no bumbum e ficou com imensas dores nesse sitio o que lhe impede de sentar onde quer que seja. Como não podia deixar de ser a comédia e todo o seu fluxo de sitcom foram novamente o foco do shonen mais divertido da era moderna, realmente é dos animes que mais me diverte e não sinto a necessidade de ser demasiado sério, já que os valores de produção e inventividade são uma verdadeira lufada de ar fresco no género. Também muito ao de leve tivemos um ligeiro desenvolvimento da Yor, um elemento muito em falta na primeira temporada.

Já sabemos que a Yor não gosta de uma prática íntima.
Bruno Reis
Vindo de vários mundos e projetos, juntou-se à redação do Otakupt em 2020, pronto para informar todos os leitores com a sua experiência nas várias áreas da cultura alternativa. Assistiu de perto ao nascimento dos videojogos em Portugal até à sua atualidade, devora tudo o que seja japonês (menos a gastronomia), mas é também adepto de grandes histórias e personagens sejam essas produzidas em qualquer parte do globo terrestre.
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