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    O que estamos a ver – 11 de Dezembro de 2022

    O final de uma viagem que atravessou mais de uma década e o início de um possível reiniciar

    De uma forma resumida, falamos um pouco sobre o que vimos e deixamos o convite para em baixo nos comentários dizerem o que viram e jogaram na última semana.

    Bruno Reis

    Bleach: Thousand-Year Blood War (09)

    Após se banharem nas termas dos comandantes da divisão zero, Ichigo e Renji descobrem novos prazeres da vida no além através de uma tour gourmet, que revela ser um novo pretexto para um árduo treino. Um pouco abaixo na Soul Society, Unohana revela a sua verdadeira identidade e luta contra Kenpachi. Bleach continua a disparar acontecimentos atrás de acontecimentos sem que tenhamos a oportunidade de os degustar. É realmente incrível como personagens que acompanhamos durante anos ainda escondam tantos segredos.

    Chainsaw Man (09)

    Denji é capturado após um brutal duelo contra o demónio da katana. Felizmente, mesmo a quilómetros de distância, Makina exibe os seus poderes num verdadeiro espetáculo visual. O estúdio Mappa está bem ciente que Chainsaw Man vai ser um ponto de viragem para a empresa e exibe diversos excertos como fossem benchmarks de animação. Makina a ajeitar a sua camisa, planos de câmara que fazem qualquer entusiasta de fotografia suspirar e corpos a explodir num mar de sangue como fossem personagens de Hokuto no Ken, foram apenas alguns destes constituintes. Relativamente a mortes penso que nunca assistimos a tantas numa série anime deste estúdio, julgo que até superaram as de Attack on Titan uns meses atrás.

    Urusei Yatsura (2022) (09)

    Lum e Ataru Moroboshi recebem a visita de Rei o ex-namorado da invasora. Como ninguém na turma do barulho não é necessariamente normal, Rei não é exceção. Não só se transforma num enorme boi quando as suas emoções falam mais alto, como tem um apetite voraz, mas… é incrivelmente belo. Estes elementos causam um autêntico alvoroço quer nos restaurantes como no coração de jovens e donas de casa de coração jovem. Nem mesmo a mãe de Ataru fica indiferente a este boi voraz. Em seguida, o ex de Lum viaja até ao liceu de Tomobiki para se encontrar com esta, mas quem encontra e captura o seu estômago são o Ran e o Cherry. Mais um vez tenho de tirar o chapéu como a David Production está a remendar a série ao introduzir personagens enquanto tenta dar um fluxo coerente nesta adaptação. Um aspeto que achei muito interessante (anteriormente também vimos em Jojo’s Bizarre Adventure: Stone Stone) foi o kanji  (kyou) -que significa infortúnio ou desgraça- que estava no jantar do Cherry, visto que é o mesmo que Cloud Strife “desenha” nos seus adversários em Final Fantasy VII durante o seu segundo Limit break (Cross-Slash).

    Kanji no Cross-Slash de Cloud Strife
    Kanji no jantar do Cherry

    Akiba Maid Sensou (10)

    Reiko está prestes a quebrar a maior lei das maids, isto porque uma maid jamais se pode apaixonar pelo seu mestre. Mesmo com o apoio de todos, a maid madura descobre que o seu amor tem um passado muito pessoal com o café Tonkoton e com uma das suas empregadas. É incrível como os pontos nos “i’s” são colocados em algo que não parecia fazer o mínimo de sentido e como o misterioso panda e o encerramento da série encaixam agora como um luva no enredo.

    SPY x FAMILY (22)

    Os agentes da Wise, Twilight e Nightfall concluem o seu atribulado jogo de ténis e recuperam o quadro roubado inexplicavelmente sem quase nenhuns inconiventes para ambos os lados. Enquanto Fiona conduz Loid a caminho de casa, encontra a Sr. Forger e desafia-a para um duelo. Foi um deleite assistir às animações durante o jogo de Ténis. De salientar que este episodio foi animado pelo Wit Studio, enquanto o anterior foi produto pela Cloverworks. O elemento mais interessante é que ambos adaptaram o mesmo mini arco, mas senti diferenças estéticas na animação e na direção. Ao passo que a Cloverworks colocou mais ênfase nos modelos de personagens,o Wit Studio resolveu colocar os seus destaques nas cenas de ação, cujas retiraram alguns planos de Attack on Titan, especialmente nas acrobacias com as 3D Gears. Contudo, começo a sentir que a maior qualidade de SPY x FAMILY lentamente se deteriora. Isto porque o enredo parece que se estagnou. Não obstante, adoro a série, mas sinceramente parece a narrativa não ata nem desata.

    Fluidez, a marca Wit Studio  

    POP TEAM EPIC 2 (11)

    As bocas de aterro sanitário tornam-se comediantes e protagonizam os skits menos interessantes da temporada. Só mesmo o do “Pro Gamer” teve alguma graça. Penso que os seiyuus masculinos anteriormente interpretaram o Zero (Megaman.EXE) e Goro e Kiryuu dos jogos de Yakuza.

    One Piece (1044)

    One Piece continua a surpreender. Não só recupera elementos do passado como os integra coerentemente no presente através de uma incrível animação. A Demon Fleur da Robin – muito semelhante a Devilman- foi um espetáculo visual tremendo que sem dúvida merece ser visto por qualquer fã de animação e fotografia.

    JoJo’s Bizarre Adventure: Stone Ocean (FIM)

    Tal como tinha indicado a todos na semana passada, consegui finalmente concluir a última parte de JoJo’s Bizarre Adventure. Quando digo conclusão estou mesmo a falar a sério porque devido ao que aconteceu no final desta parte esta é mesmo a conclusão das aventuras da linhagem Joestar… pelo menos a que fomos introduzidos. Isto porque o universo que conhecíamos já não existe. No ponto mais incisivo nesta parte, senti particularmente diferente das anteriores. Embora o fluxo fosse essencialmente o mesmo, ou seja, batalhas contra stand users, a bizarro e o gore foram completamente diferentes, atenção que falo no bizarro de JoJo’s, e não do comum ou de outra série. Os desmembramentos de corpos, a linguagem e o conteúdo explicito e sugestivo e temáticas também me deram por vezes a impressão de estar na presença de outra série. Percebo bastante por esta parte é imensamente divisória entre os fãs da obra.

    Contudo, nos episódios finais senti que a série conseguiu encontrar o seu rumo, tanto que foram inúmeros os momentos onde assistimos a este autêntico legado. Tema do Jotaro de Stardust Crusaders, uma melodia em distorcida do tema do DIO, o plano das facas suspensas, a abertura de Phantom Blood (que pareceu majestosamente planeada desde o início) que enfim foram vários que certamente serão captados pelos fãs mais devotos. Por falar em devoção, esta última parte deve um sem fim de elementos de cristianismo. Os três discípulos mais devotos de Jesus, ressuscitar ao sétimo dia, empalhamento como ressurreição, elevação pelos céus, correr sobre o mar, o desaparecimento e surgimento do sol, e um discípulo amar loucamente um Deus (DIO). Iria mais longe e até colocava o Emporio como uma alusão ao próprio Jesus, devido à sua aparência e dar aos humanos a oportunidade de viverem uma vida terrena. Claro que tudo partiu por estarmos na presença de um padre.

    Por muito estranho que pareça, penso que a permanência de JoJo’s Bizarre Adventure na Netflix foi o que acabou por destruir esta parte. Isto porque o seu hype foi bastante instável. Não obstante, é impossível não sorrir no final desta série. Isto porque JoJo’s Bizarre Adventure para mim mais que uma série anime, foi uma autêntica viagem que tive o prazer de acompanhar por mais de uma década. Atenção que o final novamente com o tema “Roundabout” dos YES tem um propósito chamado Steel Ball Run, que a meu ver ainda é o magnum opus de Araki.

    Felipe Soares

    SPY x FAMILY (22 a 23)

    Semanas atrás critiquei SPY x FAMILY por sua história não seguir adiante, nos últimos dois episódios recentes da obra a série não avançou, porém, achei interessante que ela desenvolveu de forma indireta o relacionamento entre Loid e Yor. O desenvolvimento ocorreu apenas de um lado, mas é evidente que no futuro poderemos ter algo mais direto.

    Por outro lado, a personagem Fiona (Nightfall) acaba tendo um tipo de piada que pode desgastar muito rapidamente se usada de forma repetitiva. Em poucas aparições da personagem o seu trope de piada já me fez criar um tipo de ranço com ela. O problema é que não dá para saber se esse ranço que tenho com a personagem é algo intencional do autor do manga para elevar mais a popularidade de Yor (o que não é difícil) ou uma falha dele na escrita de comédia para a Fiona. Sem falar na possibilidade da edição/montagem do anime ter transformado a personagem de uma forma diferenciada do manga e isso colaborado nesse ranço que tenho nela.

    No quesito animação a série conseguiu ser bem incrível, principalmente no dinamismo e fluidez na animação/montagem no momento da cena principal das partidas de tênis.

    My Hero Academia 6 (10 e 11)

    A era digital trouxe ao público muitos benefícios, por outro lado, surgiram muitas coisas que acabam sendo ruim e afetando muitos. Vou me focar no principal acontecimento do episódio 11 e, talvez, o ocorrido mais importante no momento em My Hero Academia. É muito interessante que a série aborda como uma notícia pode gerar um impacto no público mesmo que sua iniciativa seja com a melhor intenção possível.  Em uma era onde existe a intenção de dar a notícia primeiro que todos e checar o fato depois, o que é relatado por Debi (mesmo sendo fatos verdadeiros) automaticamente acaba colocando os atos dos heróis em cheque, afinal, até ser checado todos os fatos, nada garante se a intenção daquele herói era realmente legítima ou se seu agressor era realmente um vilão.

    Bocchi The Rock! (09 e 10)

    Bocchi The Rock! chegou em seu arco final e nada mais justo que seus episódios recentes sejam mais leves, apesar da comédia criativa da obra ainda estar sendo utilizada. Gosto que a obra vai abordar o medo que é tomar iniciativa própria e ganhar destaque. O maior ponto da obra até o momento é justamente ele desenvolver sua protagonista sem perder sua essência original, afinal ela consegue subir um degrau por vem contra sua timidez e em desafios cada vez maiores.

    A animação continua sendo o principal destaque da série, ajudando inclusive a contar a história da obra. Um ponto de destaque, revelado pelo produtor da série no Twitter (confira abaixo), foi o uso de um papel escaneado que serviu na animação como textura para um alimento degustado pelas personagens. A edição/montagem também é outro item de destaque, no episódio 10 temos logo no início um corte seco servindo como uma forma de mostrar um momento de coragem cega que Bocchi tem antes dela voltar ao raciocínio e deixar sua timidez assumir o controle.

    Ricardo M.

    Star Wars: Andor

    As séries Star Wars tem sido importantes para completar a história que não assistimos nas longas metragens. Andor trouxe o nível de qualidade visto em The Mandalorian que de certa forma se perdeu em Livro de Boba Fett e Obi-wan Kenobi. Esta série surpreendeu-me por despertar um lado mais humanístico onde abordou assuntos políticos, demonstrando os motivos que levaram a criação dos rebeldes. Tanto a nível visual como de enredo, a equipa de produção de Star Wars: Andor conseguiu relacionar com Rogue One de forma distinta, algo que gostava de continuar a ver numa segunda temporada.

    Bruno Reis
    Bruno Reis
    Vindo de vários mundos e projetos, juntou-se à redação do Otakupt em 2020, pronto para informar todos os leitores com a sua experiência nas várias áreas da cultura alternativa. Assistiu de perto ao nascimento dos videojogos em Portugal até à sua atualidade, devora tudo o que seja japonês (menos a gastronomia), mas é também adepto de grandes histórias e personagens sejam essas produzidas em qualquer parte do globo terrestre.

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    josenilson vinicius
    josenilson vinicius
    12 , Dezembro , 2022 14:21

    Tá na mão Bruno

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