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    First Squad – Review

    Animação: Studio 4ºC

    Direcção: Yoshiharu Ashino

    Aqui fica uma review de First Squad enviada pelo Sinn

    Eu sei, eu sei, mais um filme sobre a Segunda Guerra Mundial e o sobrenatural, por um lado parece cliché mas pelo menos não tem seres supostamente imortais – vampiros – com a maturidade emocional de uma criança de 13 anos, portanto já ganhou um ponto.

    Esta animação assenta sobre a ideia que nas batalhas travadas entre a Alemanha Nazi e a Rússia, durante a SGM, ambas as facções tinham ligações com o ocultismo. Enquanto os nazis tentam trazer de volta para a vida o exercito de um cavaleiro medieval com reputação negra, os russos treinaram um pequeno pelotão de crianças-psíquicas, sendo uma destas a personagem principal que procura os restantes membros.

    As duas maiores características deste filme são o facto de ser falado em russo e os depoimentos de pessoas reais, veteranos de guerra , a relatarem as suas vivencias durante o decorrer do filme. O que me atraiu primeiramente a este titulo foi o Studio 4ºC estar envolvido, portanto comecemos por aí.

    A animação e Character Design é medíocre e genérico, principalmente para um estúdio com a reputação do 4ºC! Tem uma qualidade e fluidez maior que a maioria das séries semanais, mas também é praticamente uma obrigação tendo em conta o formato.Por outro lado podemos interpretar como uma tentativa de cativar publico novo, mas para os conhecedores e amantes de Genius Party e Mind Game é uma grande desilusão. O timing e ritmo do filme está sem duvida demasiado rápido, para um tema tão pesado seria mais indicado uma peça mais contemplativa enfatizando o ambiente vivido na época, ou pelo menos algumas sequencias de enquadramento espacial e social. O conceito da narrativa é já bastante conhecido: nazis fazem experiencias relacionadas com o ocultismo e magia negra, mas desta vez os russos também estão metidos à mistura. Apesar de ser algo injusto é impossível deixar de comparar este argumento com tantos outros parecidos, e digamos apenas que First Squad nem sobrevive ao primeiro round com Mike Mignola no que toca a nazis-bruxos-psicopatas.

    As personagens são completamente ocas e genéricas, tendo como exemplo os maus da fita: um cavaleiro medieval que tem uma ou duas falas no filme inteiro; duas gémeas mamalhudas das quais não se sabe nada; e por fim alguns nazis que nem se vê a cara. Os depoimentos – reais ou não, não interessa – são um ponto bastante forte do filme, dando alguma humanidade e credibilidade à história, e o facto de ser falado em russo é também um ponto positivo, no entanto os elogios param aqui.

    Existem inúmeros buracos na história, e mesmo os pontos abordados sentem-se bastante superficiais: primeiro que tudo é difícil de acreditar – em qualquer mundo real ou fictício – que uma operação tão importante, que pode ou não derrubar uma nação que tem oferecido bastante resistência militar, fosse levada a cabo por quatro ou cinco gajos numa sala escura… já para nem começar a falar que algo tão poderoso é conseguido com uma espada velha e um pentagrama pintado numa mesa; algo que também é impossível de engolir é a facilidade com que se consegue aceder ao “outro mundo” e voltar, sem experienciar nenhum tipo de exaustão psicológica ou física, torna-se completamente não credível; e por fim o pior de todos, a épica batalha final é completamente falhada, tendo um duração de aproximadamente 5 minutos e absolutamente nenhum poder.

    A banda sonora não é má, mas não se pode propriamente dizer que acrescenta alguma coisa ao filme, como faz a de “V for Vendetta”, “Ghost in the Shell” ou mesmo em quase todos os segmentos de “Genius Party” e “Genius Party Beyond”.

    Não é uma má peça de animação, é bem melhor que 80% das series de anime que estão neste momento no ar, no entanto as expectativas são altas devido aos nomes envolvidos. Apesar de todo o filme se sentir completamente superficial, é uma boa ponte entre a animação main-stream e a alternativa, sendo refrescante quando vista com a disposição certa, ou absolutamente desapontante se formos à espera de algo mais profundo e elaborado. Aluguem.

    Helder Archer
    Helder Archer
    Fundou o OtakuPT em 2007 e desde então já escreveu mais de 50 mil artigos sobre anime, mangá e videojogos.

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    Bushido
    Bushido
    5 , Setembro , 2010 20:30

    Obrigado pela review

    Está excelente, ainda não vi mas acho que vou dar uma espreitadela no filme

    sinn
    sinn
    6 , Setembro , 2010 5:15

    obrigado! ainda bem que gostaste.
    tem uns erros gramaticais agora que a revi, mas foi escrita ás tantas da manhã… de qualquer maneira passa a ideia, penso eu.

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