Depois dos sucessos recentes com a fórmula dos jogos Sonic clássicos, a SEGA volta à carga com Sonic Superstars, pelos developers japoneses Arzest em colaboração com a Sonic Team. Com o interesse renovado dos fãs graças ao fantástico Sonic Mania, Takashi Iizuka, actual líder da Sonic Team, quis modernizar os jogos tradicionais de Sonic, continuando uma série independente dos jogos 3D e assim, apesar das negociações com os developers de Sonic Mania terem falhado, Iizuka voltou-se para a Arzest, estúdio fundado pelo co-criador do Sonic, Naoto Ohshima.

Superstars dá-nos assim um motor 2.5D (gráficos 3D, mas jogabilidade 2D clássica) fantástico, com todo o feel dos jogos da velhinha Mega Drive (re-editados há pouco tempo na colectânea Sonic Origins) e quatro personagens disponíveis para jogar ao longo das 12 zonas, com um total de 26 níveis das North Star Islands, as quais temos de salvar dos esquemas do Doctor Eggman, aka Robotnik, ajudado por Fang the Hunter (que regressa dos jogos de Sonic da Game Gear) e Trip the Sungazer.

Cada uma das quatro personagens tem as suas habilidades especiais, com Sonic a poder executar o seu spindash a partir de um salto, Tails com o seu cauda-cóptero, Knuckles a planar e trepar paredes e Amy Rose que pode atacar os inimigos com o seu martelo gigante e duplo-salto. Ao completar o Story Mode, desbloqueamos ainda Trip como personagem jogável, assim como a possibilidade de jogar a campanha novamente (com uma dificuldade ligeiramente acrescida) da perspectiva desta nova personagem!

As várias zonas e níveis contêm toda a variedade de ambiente e obstáculos a que a série nos tem habituado, com abundância das clássicas molas, loops, TV’s com power-ups, anéis e algumas novidades pontuais, com muitos dos níveis a acabar com um boss ou um encontro com Eggman. É de notar que Superstars não tem um contador de “vidas”, sendo assim impossível obter um Game Over, no entanto, não julguem que isso faz de alguns bosses uma coisa fácil, até porque muitos deles têm várias fases e uma falha implica voltar ao checkpoint e começar o boss do início.

Dentro dos níveis, e mais uma vez, à boa maneira dos clássicos, há vários portais para níveis especiais, uns através de anéis gigantes que nos mostram um ambiente 3D onde temos de balançar de bolha em bolha para apanhar uma das sete Chaos Emeralds (nos anéis dourados) ou um conjunto de Sonic Medals (nos anéis azuis). Passando os checkpoints com anéis suficientes, abre-se um portal para os níveis especiais clássicos do primeiro Sonic, com pequenos labirintos rotativos, que nos permitem colecionar também Sonic Medals.

A novidade das Chaos Emeralds é que neste jogo, cada uma das sete desbloqueia um pequeno power-up que pode ser usado apenas uma vez por cada checkpoint que vão desde fazer crescer uma vinha com várias plataformas, poder observar plataformas invisíveis, ou criar vários clones da personagem que enchem o ecrã. Colecionando todas as sete Emeralds, é desbloqueada uma última habilidade (que requer também um mínimo de 50 anéis), que transforma Sonic na sua forma Super Sonic, com velocidade extra e invencibilidade aos inimigos normais em troca de ir gastando os anéis que acumulamos (com as restantes personagens a ter os mesmos efeitos, mas sem mudanças visuais… à excepção de Trip, mas guardamos a surpresa!) Para ver o boss final do jogo, é mesmo necessário colecionar todas as Chaos Emeralds, mas não será uma tarefa árdua.

Já as referidas Sonic Medals, acabam por servir para comprar peças que vamos desbloqueando ao longo do jogo para construir e customizar um robot que depois podemos usar em modos PvP locais e online, com cross-platform disponível, que consistem em corridas, batalhas, colecções competitivas e um género de last man standing. Algumas das peças que colecionamos para os nossos robots permitem-nos construir réplicas do Metal Sonic (originalmente do jogo Sonic CD), assim como Metal Knuckles (de Sonic R) e os novos Metal Tails, Metal Amy e Metal Trip!

Tal como nos jogos da Mega Drive, Sonic Superstars não utiliza nenhum tipo de voz ou diálogo escrito, apenas interações entre as personagens. A sua banda sonora é inteiramente nova, mas encaixa perfeitamente no estilo dos jogos originais, o que também se pode dizer das novas zonas/níveis, que apesar de alguma familiaridade, são completamente originais. Também são de notar as duas sequências animadas presentes no jogo na abertura, e no final, produzidas pelos estúdios Telecom Animation Film, responsáveis pelo anime Sonic X, para mais um pouco de nostalgia para os verdadeiros fãs de Sonic.

Sonic Superstars é assim uma verdadeira carta de amor à geração Mega Drive dos jogos de Sonic, com parecenças suficientes para um veterano saber exatamente o que está a fazer, mas a quantidade certa de novidades para manter as coisas interessantes. Apesar de não ser um jogo muito longo, há sempre a possibilidade de repetir os níveis com as várias personagens, assim como umas rondas competitivas online. A franchise está bem, e com boa saúde!

Review por Tiago Vasconcelos.

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