10 animes mais subestimados de 2025 que provavelmente não viste

Imagina seres ostracizada pela sociedade só porque gostas de cozinhar com ingredientes “estranhos”. É exactamente o que acontece a Melphiera, uma nobre que tem uma obsessão peculiar, transformar carne de monstro em pratos requintados. Enquanto toda a gente vê estas criaturas como algo perigoso e nojento, ela descobriu que sabem incrivelmente bem quando preparadas correctamente. O problema? Ninguém quer casar com a menina esquisita que come monstros. Tudo muda quando conhece Aristide, um guerreiro que não só não acha estranho como partilha o mesmo entusiasmo. A premissa é bizarra, mas funciona surpreendentemente bem como romance, especialmente porque a química entre os dois é genuína.

Se gostas de séries policiais mas com um twist médico, esta produção do Project No. 9 pode ser exactamente o que procuras. A Dra. Ameku não é uma médica comum, ela comanda um departamento especializado em resolver casos que deixaram outros profissionais de saúde completamente perdidos. Mortes estranhas, sintomas inexplicáveis, assassinatos disfarçados de causas naturais. Juntamente com o seu assistente Yu, ela investiga mistérios que misturam medicina forense com trabalho de detetive clássico. É o tipo de série que te mantém colado ao ecrã a tentar adivinhar o que aconteceu, e raramente acertas à primeira.

A ENGI acertou em cheio com esta adaptação que já garantiu segunda temporada para janeiro de 2026. Tsukasa tinha o sonho de ser patinador artístico, mas começou demasiado tarde e agora mal consegue pagar as contas como treinador assistente. Quando conhece Inori, uma miúda de dez anos com talento natural, vê nela a oportunidade de realizar o sonho que nunca conseguiu alcançar. O anime usa tecnologia de captura de movimento com patinadores profissionais, o que torna as cenas no gelo incrivelmente realistas. Mas o que realmente funciona é a dinâmica entre os dois, não é só sobre desporto, é sobre segunda oportunidades e acreditar em alguém quando ninguém mais acredita.

Há clássicos que nunca perdem a relevância, e a história de Anne é um deles. Esta adaptação do The Answer Studio acompanha uma órfã de onze anos que passou a vida inteira a ser passada de família em família, nunca pertencendo verdadeiramente a lado nenhum. Quando finalmente chega a Green Gables para viver com dois irmãos idosos numa pequena vila, a sua vida começa a ganhar cor. Ver Anne a descobrir coisas simples, fazer amigos, ir à escola, ter uma casa, tem uma leveza que faz bem à alma. É reconfortante de uma forma que poucos anime conseguem ser.

Paru Itagaki, a mente por trás de Beastars, voltou com algo completamente diferente e a Science SARU fez um trabalho visual espectacular. O Japão do futuro próximo tem um problema grave: praticamente não há crianças. As poucas que existem vivem isoladas em internatos, protegidas mas prisioneiras. Kazushige tem catorze anos quando descobre algo absurdo, é descendente do Pai Natal. Mas esquece a figura alegre que conheces. Aqui, ser Pai Natal significa tornar-se um símbolo de resistência contra um sistema que falhou completamente com as crianças. A premissa soa ridícula no papel, mas a execução é séria e surpreendentemente comovente.

Este filme coreano chegou à Netflix em outubro e passou praticamente despercebido, o que é uma tragédia porque é visualmente deslumbrante. Passado em 2050, mistura estética retro com elementos futuristas de uma forma que simplesmente funciona, tudo acompanhado por uma banda sonora relaxante que te deixa em transe. Nan-young é uma cientista que sonha ir para Marte mas está presa em standby. Jay é um músico que desistiu dos seus sonhos e agora passa os dias a reparar equipamento antigo. Quando os dois se cruzam em Seul, começam a redescobrir o que realmente querem da vida, mesmo sabendo que os seus caminhos podem separá-los em breve. É melancólico mas bonito.

Às vezes só precisas de algo leve e fofo, e este anime entrega exactamente isso. Kiyoko é a presidente de turma responsável que no primeiro dia de aulas vê Yano coberto de ferimentos e decide ajudá-lo. Começa a segui-lo discretamente para garantir que está bem, até descobrir a verdade hilariante: ele não está a ser atacado, é genuinamente o ser humano mais desastrado do planeta. A partir daí, ela decide tornar-se a sua guarda-costas não oficial, andando sempre com uma caixa de primeiros socorros. É adorável, reconfortante e exactamente o tipo de comédia romântica que te faz sorrir.

A Lay-duce criou algo visualmente impressionante aqui. Clevatess é um lorde demónio poderoso que derrotou um grupo de heróis humanos e deixou um rasto de destruição. Mas depois faz algo inesperado, ressuscita uma das heroínas, Alicia, para o ajudar a criar uma bebé chamada Luna. Porquê? Porque o futuro da humanidade depende das escolhas que esta criança vai fazer. Ver um demónio destruidor e uma heroína ressuscitada a tentar perceber como cuidar de um bebé enquanto o destino do mundo está em jogo é tão absurdo quanto brilhante. A construção de mundo é sólida e a animação está ao nível do que esperas de grandes produções.

Provavelmente o conceito mais melancólico desta lista. Estamos em 2157, a Terra foi abandonada há décadas por causa da atmosfera tóxica, mas em Tóquio há um hotel de luxo que continua a funcionar. Não há humanos, só robôs que continuam a trabalhar diariamente, mantendo tudo impecável, esperando por hóspedes que nunca mais voltarão. É um anime original da CygamesPictures que explora temas de propósito, memória e o que significa continuar quando já não há ninguém para servir. Soa depressivo (e é, um bocado), mas há uma beleza estranha em ver estes robôs a manter tradições que já ninguém vai testemunhar.

O Studio Gokumi adaptou esta história de fantasia que terminou em outubro com treze episódios. Monica é única, consegue usar magia sem dizer uma única palavra, o que é extraordinário. Mas há um pormenor importante, ela desenvolveu esta habilidade porque tem ansiedade social paralisante e aprendeu a fazer magia em silêncio para evitar falar em público. Agora tem de proteger um príncipe infiltrando-se numa academia, o que para ela é basicamente um pesadelo. A forma como o anime trata a ansiedade dela é genuína, sem transformar tudo em piada. É reconfortante ver uma protagonista poderosa mas profundamente humana nas suas inseguranças.