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    Indústria dos animes em 2016/2017

    O mercado de animes ultrapassa os 2 triliões de yens pela primeira vez

    A Associação Japonesa de Animações (AJA) reportou que em 2016 o mercado de animes alcançou pela primeira vez os 2 triliões de yens (2.009), o que se traduz em um aumento de 9,9% em relação a 2015 e registou também o maior resultado consecutivamente pelos últimos 4 anos.

    A AJA é uma organização constituída por membros influentes da indústria como o presidente da NIPPON ANIMATION, o diretor de manejamento da TOEI ANIMATION, os presidentes dos estúdios A-1 Pictures e BONES entre outros; com o objetivo engajar e analisar os mercados conectados com a indústria japonesa de animação. A AJA tem publicado o “Anime Industry Report” desde 2009 em ordem a disseminar informação sobre a indústria não só no Japão como em todo mundo.

    Neste gráfico podemos ver as receitas totais do mercado de 2002 a 2016 tendo em conta as receitas de televisão domestica, box office de adaptações teatrais, vendas domesticas de anime (DVD, Blu-ray, etc.), distribuição de anime na internet, merchandising, musica, receitas do mercado fora do Japão (inclui filmes, TV, videojogos, etc.), Pachinko (slots machine e outro tipo de máquinas relacionadas com anime) e entretenimento a vivo (inclui concertos, eventos, exibições, etc.)

    O mercado tem estado em expansão continua, registando a vendas mais elevadas por 4 anos consecutivos enquanto que o mercado ultrapassou a marca dos 2 triliões de yens impulsionado pelas receitas do exterior.

    O mercado de animação “bateu no fundo” em 2009 mas logo voltou a recuperar já em 2010 e desde então registou um crescimento por 7 anos consecutivos e foi reportado que as suas vendas foram as mais elevadas por 4 anos consecutivos. O tamanho do mercado finalmente excedeu os 2 triliões de yens o que se traduz num crescimento de aproximadamente 10% anual. As vendas de videojogos, tv, merchandising e jogos “pachinko” tiveram um decréscimo de 14,9%; 1,2%; 2,9% e 4,2% respectivamente. Enquanto que nos filmes, música, distribuição na internet, entretenimento ao vivos e rendimentos do exterior ouve uma expansão de 41,4%; 10,5%; 9,4%; 29,5% e 31,6% respetivamente. Nas vendas na distribuição e exibição de filmes teve um grande peso o sucesso do filme “Kimi no na wa” (Your name) e as receitas do exterior que ganham grande destaque por serem a maior fatia das receitas totais desde o ano de 2015.

    Indústria de animes em 2016/2017
    Receita total da indústria de anime

    A expansão do mercado de animação e as vendas do exterior

    Recentemente, a indústria da animação japonesa tem sido tema na grande media, incluindo jornais e tv, isso ajuda no aumento da perceção de cada pessoa em relação á indústria.

    Olhando para cada uma das categorias a ter em conta, 5 delas (Filmes, Distribuição na internet, Música, Vendas no exterior e Entretenimento ao vivo) tiveram um crescimento enquanto que as outras 4 (TV, Videojogos, Merchandising and Panchinko) tiveram uma queda nas vendas.

    Os grandes fatores de crescimento foram os filmes, que registaram a maior box office no género de animação, a distribuição na internet que regista sempre um aumento todos os anos e o mercado exterior que registou um aumento muito significativo.

    O mercado exterior que já tinha ficado em 1º lugar no ano anterior (2015), muito que expandiu, deixando merchandising em 2º lugar pelo 2º ano consecutivo. Por isso, pode-se dizer que as vendas no exterior suportaram, em muito, o crescimento da indústria.

    Distribuição de anime e negocio chinês

    Um dos negócios mais movimentados no negócio da animação em 2016 foi a distribuição de anime e o poder que a China tem sobre ele.

    Indústria de animes em 2016/2017

    Em termos de distribuição de anime, a Netflix e a Amazon Prime Video, as duas plataformas que têm direccionado a sua atenção para os animes recentemente, são as que se destacam. A netflix especialmente, atraiu a atenção depois de ter anunciado o seu investimento em muitas obras exclusivamente, entre elas estão as adaptações de mangás populares como “DEVILMAN crybaby”, “Baki” e “Saint Seiya”. A Netflix tem positivamente colaborado com grandes estúdios de animação como a Toei Animation e Toms Entertainment para essas obras.

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    Enquanto que a plataforma domestica de distribuição de vídeo Hulu, esteve envolvida na produção de animações como “Soutaisekai”, “Enshen to Maho no Tablet”, e “Pig – Okanoue no Dam Keeper”. Mais tarde, a Hulu atraiu atenção por ter distribuído Infini-T Force via internet primeiro ainda que a transmissão em tv japonesa tirando partido da sua afiliação com a estação de tv japonesa.

    Indústria de animes em 2016/2017

    Abema TV, uma plataforma co-capitalizada pela Cyber Agent e a estação japonesa TV Asahi, também atraiu atenção pelo seu modelo de streaming gratuito. A plataforma, reconhecida não só dentro da industria da animação mas também entre os serviços de streaming no Japão, teve um grande crescimento de subscritores por ter ganho popularidade com programas únicos como “Kameda Koki ni Kattara 1000 Man!”, e entre esses programas populares estavam também animes. A plataforma teve todos os seus esforços direccionados com o objetivo de ganhar popularidade por meio da distribuição de alguns animes antes mesmo da sua transmissão na TV, contudo, não há dúvida que o seu apelo mais vistoso é o serviço gratuito. Vale apena manter os olhos na Abema TV para observar se vai ou não ser uma ameaça para os serviços de distribuição pagos no Japão.

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    Outro grande tópico em 2017 foi o poder chinês. Foi acerca de 3 a 4 anos atrás quando a China começou a participar na produção de animes para as suas plataformas. Em 2016, algumas empresas chinesas começaram a investir em comités de produção de animes, mais tarde, eles começaram a subcontratar estúdios japoneses para os seus próprios projetos. Desde 2015, o governo chinês retirou a proibição sobre os filmes de animes, que também teve os seus efeitos económicos, aumentando as vendas globais dos animes.

    O mercado chinês, contudo, tem um grande risco de oscilação devido ás fortes politicas do governo da China. Como pôde ser visto em casos passados, tais como a proibição de transmissão de animações de fora em 2006, existe o risco do “encolhimento” súbdito do mercado devido ao clima politico.

     O que a altura da transmissão indica: O público-alvo foi a faixa etária mais adulta. E as curtas animações começaram a emergir (Como se pode ver até nesta temporada de primavera 2018)

    Segundo o gráfico as transições nas horas nocturnas superaram as de horários nobre a partir de 2015, a diferença foi ainda maior em 2016 e só tende a aumentar. Este aspecto é bem típico do Japão e não se tem visto em outros países onde as animações são direccionadas para o público infantil. Em 2018, a primeira “geração OTAKU” irá atingir a marca dos 60 anos, o que significa que irá existir uma maior diversidade de gerações, desde crianças com os seus primeiros anos de vida até adultos na casa dos 60 anos a ver animes no Japão.

    Indústria de animes em 2016/2017
    Minutos de Produção de animes (de dia, à noite)(unit min.)

    Outro facto interessante é que o número de animes curtos aumentou de 275 para 356 nos últimos 4/5 anos enquanto que os minutos de produção têm estado por volta dos 110,000 pelos últimos 4/5 anos. Isso deve-se ao aumento do número de curtas animações de 10 minutos. Esse fenómeno, foi gerado graças ao aumento da velocidade do ritmo de vida e o crescimento de criadores digitais, e é esperado que continue com o efeito e o peso da media da internet, que não requer tempos fixos de animação.

    A oportunidade de maior crescimento do mercado de animes

    Aplicativos de jogos desenvolvidos principalmente para smartphones têm um grande potencial a ser explorado para fazer a indústria crescer ainda mais. “Fate/Grand order”, o grande hit da franquia de jogos/animação Fate/Stay Night, foi desenvolvido na maioria nos mercados japoneses e chineses, enquanto que “Dragon Ball Z Dokkan Battle”, também um enorme êxito, foi localizado para o mercado chinês. Esse tipo de jogos têm ganho cada vez mais conhecimento tanto no mundo do jogos como das animações, tendo cada vez mais peso na indústria de animes.

    Indústria de animes em 2016/2017

    A mudança nas trends das adaptações teatrais de animação

    O ano de 2016 será sempre conhecido como o ano que o cenário de filmes de anime mudou. Graças aos sucessos de “Shin Godzilla”, “Your Name”, “A Silent Voice (Koe no katachi)”, e “In This Corner of the World”, que emergiram rapidamente. Como pode ser visto no seguinte gráfico, é óbvio dizer que as adaptações teatrais de animações têm aumentado a sua presença desde 2000, contudo, o fenómeno foi mais notório em 2016. (O ano 2001 saltou á vista devido ao lançamento do agora clássico “Spirited Away (A viagem de Chihiro)”).

    Indústria de animes em 2016/2017
    Box office das vendas de filmes de anime no Japão

    Outros dados relevantes relativamente á indústria

    Indústria de animes em 2016/2017
    Minutos de produção
    Indústria de animes em 2016/2017
    Número de animes produzidos
    Indústria de animes em 2016/2017
    Numero de filme de animação produzidos
    Indústria de animes em 2016/2017
    Receitas relativas a merchandising relativo a anime
    Indústria de animes em 2016/2017
    Número de animes distribuidos por meio da internet
    Indústria de animes em 2016/2017
    Receita relativa a videojogos de animes
    Indústria de animes em 2016/2017
    Receita de adaptações teatrais de animação

    Helder Archer
    Helder Archer
    Fundou o OtakuPT em 2007 e desde então já escreveu mais de 50 mil artigos sobre anime, mangá e videojogos.

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    Wesley GS
    Wesley GS
    11 , Julho , 2019 21:08

    Eu vejo idiota falando que a industria depende de bluray, se não vender bem não tem segundas temporadas e que dão prejuízo, veja, por exemplo, toda temporada lançam dezenas de animes, desses apenas uns 3 se tornam hits e vendem muito, outros 10 se pagam ou dão lucro (seguindo a lógica do Bluray) e o resto dar prejuízo, na temporada seguinte o mesmo estúdio que teve prejuízo lança outro anime que tem prejuízo e outro, outro, outro, outro. se a industria fosse seguir essa ideia já teria quebrado a anos.

    Nomura-San
    Nomura-San
    Reply to  Wesley GS
    12 , Julho , 2019 0:15

    O estúdio não perde nada se o anime não vai bem em vendas ele é pago apenas para fazer o anime mesmo que ele não venda e sim bluray e dvd ainda é relevante e os mega hits pagam esses animes que deram prejuízo, junto do streaming que paga o anime então ESSAS PESSOAS não são idiotas

    Wesley GS
    Wesley GS
    Reply to  Nomura-San
    12 , Julho , 2019 1:58

    não questiono a relevância, mas tem pessoas que bateram o martelo afirmando que se não vender bluray o anime deu prejuízo ou nunca terá uma segunda temporada,

    Nomura-San
    Nomura-San
    Reply to  Wesley GS
    12 , Julho , 2019 3:23

    Bom bluray e dvd e algo muito importante mas a segunda temporarada de attack on titan vendeu 3000 Unidas do blu-ray e dvd e mesmo assim vai ter 2 temporada por causa da editora (provalvelmente) por que o manga vendeu muito ele é o segundo mais vendido do Japão então em casos como estes da para uma segunda temporada

    carinha
    carinha
    11 , Julho , 2019 21:08

    E ainda assim o Japão teima em tentar fechar sites, impor barreiras e dificultar a vida de quem quer assistir. ai ai. Mas obrigado pela postagem. é bem informativa.

    Anónimo
    Anónimo
    11 , Julho , 2019 21:08

    Não tem garantia de nada esses dados ?

    Cláudio Correa
    Cláudio Correa
    11 , Julho , 2019 21:08

    Ainda ficam de olho grande.

    willian
    willian
    11 , Julho , 2019 21:08

    Nossa! Muito bom trazerem esse tipo de assunto pro Site. Estou feliz demais com os resultados da industria, pois isso tende a crescer ainda mais! Q FELICIDADE!

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