Mais de 100 estrangeiros desapareceram no Japão no ano passado depois de chegarem em navios de cruzeiro

O Japão tem recebido números recordes de visitantes estrangeiros nos últimos anos, e nem todos chegam via Narita, Haneda ou um dos outros principais aeroportos. Como uma nação insular, a viagem de barco é uma opção viável para chegar ao Japão e, graças à flexibilização das regulamentações governamentais, houve um grande aumento no número de viajantes que chegam em navios de cruzeiro ao Japão.

Em 2014, cerca de 410.000 viajantes estrangeiros chegaram ao Japão via navio de cruzeiro, mas em 2018 esse número cresceu para 2,44 milhões. Este aumento substancial deve-se em grande parte a uma emenda à Lei de Controle de Imigração do Japão, que entrou em vigor a 1º de janeiro de 2015.

Este relaxamento da lei facilitou as viagens ao Japão vindas da China e de vários países do sudeste asiático, o que levou a um rápido aumento no número de viagens de cruzeiro da China para a ilha de Kyushu, no Japão.

No entanto, com o aumento de visitantes também veio um aumento no número de passageiros de cruzeiros estrangeiros que desaparecem depois de chegar ao Japão, e ostensivamente estão a viver e a trabalhar no país ilegalmente. Em 2018, 106 passageiros de cruzeiros estrangeiros que desembarcaram no Japão nunca voltaram para a viagem de volta, nem foram regitrados a deixar o país por qualquer outro meio. 2018 foi a primeira vez que o número de desaparecimentos foi superior a 100, e representa um salto repentino dos 21 casos em 2015. Em 2018, a própria Prefeitura de Nagasaki foi o ponto de entrada de mais de 20 passageiros estrangeiros que desapareceram.

Enquanto que o salto de cinco para 21 desaparecimentos entre 2015 e 2018 é ligeiramente menor do que o crescimento de seis vezes em visitantes estrangeiros entre 2014 e 2018, ainda é surpreendente o suficiente para que o governo japonês estar atento. Navios começaram a ser rejeitados e está agora a ser solicitada uma maior diligência dos operadores de cruzeiros na verificação de passageiros que estão a viajar no cruzeiro com a intenção de residir ilegalmente no Japão após a chegada, e também em direção a um maior escrutínio das listas de passageiros com a possibilidade de rejeitar a entrada para passageiros considerados em risco de desaparecer.