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    Aniversário da Livraria Lello desvenda segredos musicais guardados na Universidade de Aveiro

    A Livraria Lello, no Porto, festeja o113º aniversário sob o signo do Fado com a inauguração, a 13 de janeiro, das mostras “A Severa Que Vocês Não Viram” e “Porto 1900: as primeiras expedições de gravação em Portugal”. Organizadas pela Universidade de Aveiro (UA), as mostras vão desvendar pela primeira vez ao grande público peças do espólio da Academia associados à figura da Severa e a primeiros discos gravados na Invicta em 1900.

    Para além das mostras, patentes até 28 de fevereiro no espaço da Livraria Lello, os festejos de aniversário da centenária livraria incluem ainda uma mesa redonda sobre o tema “O Porto, o Fado e outras Músicas”. Na conversa promovida pela UA a partir das 16h30 vão estar presentes o musicólogo Rui Vieira Nery, a etnomusicóloga e docente da UA, Maria do Rosário Pestana, o diretor da editora Tradisom José Moças e o divulgador musical e docente Jorge Castro Ribeiro.  

    “Não poderíamos estar mais satisfeitos por ver associado o nome da UA e de alguns dos nossos doadores, como o autor e compositor Frederico de Freitas, o ‘violeiro’ Joaquim Domingos Capela e o especialista José Moças, às comemorações do aniversário da Livraria Lello”, congratula-se Alexandra Queirós, Vice-reitora para a Cultura e a Vida nos Campi.

    “Poder divulgar o nosso acervo em parceria com a Livraria Lello, que nos enche o imaginário, quer pela sua beleza arquitetónica, mas acima de tudo pelo seu saber livreiro e pela sua importância na divulgação e preservação de cultura, é um motivo de enorme orgulho para a UA, que ao chegar ao seu quadragésimo quinto aniversário se associa a uma instituição centenária como a Livraria Lello”, afirma a responsável.

     

    Programa de aniversário da Lello:

    _ Inauguração às 16h00 da mostra “A Severa que vocês não Viram”  

    A UA desvenda um pouco dos bastidores da gravação musical e cénica do que é considerado o primeiro fonofilme de realização portuguesa “A Severa”, de Leitão de Barros (1931), dedicado à hipotética biografia de uma figura central da história do fado em Portugal – Maria Severa Onofriana.

    Através de um conjunto de peças do acervo do compositor e maestro Frederico de Freitas (1902-1980), que integra partituras, discos, fotografias, e outros documentos originais, destaca-se a importância do filme na construção de um reportório que se emancipou do compositor, Frederico de Freitas, e que foi apropriado como património cultural e de memória, no quadro da música popular portuguesa.

    Esta mostra, patente até 28 de fevereiro, é complementada pela aplicação “Severa de Bolso” que possibilita a interação com esse universo e pela apresentação do cartaz original do filme, cedido pela Cinemateca Portuguesa.

     

    _ Inauguração da mostra “Porto 1900: as primeiras expedições de gravação em Portugal”

    Berliners de 7’’ é a designação pela qual são conhecidos os discos de goma-laca que foram gravados no Porto, em 1900 por William Sinkler Darby, aquando da sua deslocação a Portugal para divulgar o gramofone de Emile Berliner, numa das primeiras expedições para gravação de discos de 78 r.p.m. de repertório português.

    Sabe-se que pelo menos 29 destas gravações seriam de fado. Poucos são os exemplares que ainda existem. Nesta mostra, que está patente até 28 de fevereiro, apresentam-se quatro discos Berliner e outros discos que apresentam gravações seguintes efetuadas no Porto. Tratam-se de exemplares da Coleção José Moças, património da UA, que integram o acervo do Museu desta Universidade, sendo alvo de investigação e divulgação.

    Como contraponto, a Livraria Lello acrescenta a esta mostra o último disco de fado lançado no Porto: O Fado da Livraria Lello. Com letra de Maria do Rosário Pedreira, e interpretação da fadista Patrícia Costa, também aluna do mestrado em Música da UA, foi apresentado a 27 de novembro de 2018. A fadista vai mesmo pontuar o programa de aniversário com alguns

     

    _ Início às 16h30 da mesa redonda “O Porto, o Fado e outras Músicas”

    Conversa aberta promovida pela UA com os convidados:

    – Rui Vieira Nery – doutorado em Musicologia, é professor associado da Universidade Nova de Lisboa e investigador do Instituto de Etnomusicologia – Centro de Estudos de Música e Dança e do Centro de Estudos de Teatro. Na Fundação Calouste Gulbenkian é presentemente Diretor do Programa Gulbenkian de Língua e Cultura Portuguesas (desde 2012). Como musicólogo e historiador, é autor de diversos estudos sobre História da Música Portuguesa. Foi Presidente da Comissão Científica da candidatura do Fado à Lista Representativa do Património Cultural Imaterial da Humanidade (UNESCO).

    – José Moças – interessado no estudo, recuperação e edição de fontes históricas de música, é proprietário e diretor da Tradisom, editora discográfica dedicada ao universo da música lusófona e edição de bibliografia temática. Em 2002 doou à UA uma coleção de 6000 discos portugueses referentes ao período entre 1900 a 1961.

    – Maria do Rosário Pestana – doutorada em Etnomusicologia, é professora auxiliar na Universidade de Aveiro e integra o Instituto de Etnomusicologia, Centro de Estudos em Música e Dança. Desenvolveu investigação de arquivo e de campo em Portugal, França e na Suíça, que resultou em publicações sobre: folclore e folclorização, música e emigração, comunidades musicais, música e movimentos sociais e indústrias culturais.

    – Jorge Castro Ribeiro – doutorado em Música (Etnomusicologia) pela UA, desenvolve trabalho de campo e pesquisa em arquivos e centros de documentação. Os seus domínios principais de interesse científico são a música cabo-verdiana, a música em Portugal, a migração, os estudos poscoloniais, a música e educação, a música no espaço lusófono e música como património cultural imaterial. É vice-presidente do Conselho de Administração da Fundação Casa da Música, no Porto.

    Esta sequência de eventos será pontuada pela participação musical da fadista Patrícia Costa.

    Helder Archer
    Helder Archer
    Fundou o OtakuPT em 2007 e desde então já escreveu mais de 50 mil artigos sobre anime, mangá e videojogos.

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