Volume gigante do mangá de One Piece finta queixa de direitos autorais

Lembram-se do enorme volume do mangá One Piece de Eiichiro Oda com 21540 páginas que a JBE Books prometeu lançar por 21540 páginas sendo que apenas iriam ser criadas 50 cópias?

Bem, na realidade, a Shueisha veio revelar que a JBE Books não tinha os direitos para a criação de tal volume e a JBE Books conseguiu escapar de uma queixa de direitos autorais devido à maneira como o volume foi promovido.

Então, como a JBE Books consegue livrar-se de qualquer reivindicação de direitos autorais da Shueisha quando se trata de imprimir um livro com mais de 20 mil páginas no total? Bem, o artista Ilan Manouach, que criou a edição, afirmou que não era para ser visto como um livro, mas sim como “material escultórico”, tornando-o uma obra de arte. Manouach descreve o volume como uma “escultura ilegível que toma a forma de um livro – o maior até hoje em número de páginas e largura da lombada – que materializa o ecossistema de divulgação online de comics”.

Outro detalhe que também faz escapar a JBE Books de problemas legais é que o título é ONEPIECE e não ONE PIECE, e aqui o espaço faz toda a diferença nesta questão.

Volume de One Piece com mais de 20 mil páginas

O artista aparentemente estava a comentar sobre o estado atual dos comics digitais e o seu efeito na forma de arte, e a JBE Books divulgou a seguinte declaração:

Profusão de conteúdo online disponível e a digitalização desenfreada da indústria de comics que desafia o estado da arte da criação em comics. O ONEPIECE de Ilan Manouach propõe mudar a compreensão dos comics digitais num exame qualitativo das possibilidades formais dos comics digitais para uma reavaliação quantitativa dos ‘comics como Big Data!

A JBE Books ao tornar o volume uma “escultura” e uma “peça de arte” escapa assim a um processo legal que acabaria por lhe sair bem caro.