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    O que estamos a ver – 17 de Dezembro de 2023

    De uma forma resumida, falamos um pouco sobre o que vimos e deixamos o convite para em baixo nos comentários dizerem o que viram e jogaram na última semana.

    Bruno Reis

    Captain Tsubasa: Youth Tournament Arc (11)

    O primeiro grande desafio da seleção japonesa em terrenos europeus por fim de termina. Embora o foco fosse o desafio entre a Itália e Japão de juniores, não pude deixar de ficar indiferente a outros elementos bem interessantes. O primeiro e mais evidente é o culminar da herança sul-americana de Tsubasa. Desde criança que o número 10 da seleção juvenil japonesa adotou um estilo de jogo e técnicas do futebol brasileiro por recorrer ao caderno de Roberto Hongo que lhe confiou antes de partir. Avançamos um pouco mais tarde, mais propriamente, em 2002 quando encontrarmos Tsubasa adulto a jogar como titular numa equipa do Brasil, que como todos sabemos é o inicio de Captain Tsubasa: Road to 2002. Outro acontecimento que possivelmente passou despercebido também possa ter partido desta série. Como todos sabemos Hyuuga em Captain Tsubasa: Road to 2022 vai jogar no Juventus e suspeito que essa escolha foi originada deste episódio quando fez o juramento ao seu antigo rival que vai ser o melhor ponta de lança do mundo. Esta afirmação partiu quando marcou o golo da vitória num encontro decisivo e como foi contra a Itália julgo que planeia conquistar inicialmente o palco onde fez a sua promessa. Não deixa de ser interessante que esta série parece ser o elo esquecido entre todas as outras, contudo, não já sei onde inserir Captain Tsubasa J na narrativa.

    Shangri-La Frontier (11)

    Este episódio de Shangri-La Frontier foi mais um fecho de ciclo, foi uma literalmente uma exposição de elementos narrativos que serviram para desenvolver o seu já requintado “world building”. Para muitos a canção de ferreiro do Vash (foi como o Big Boss/Solid Snake estar a cantar uma canção de embalar) possa ter sido inusitadamente longa por ocupar quase dois terços do episódio. Contudo, e para os olhares mais atentos serviu para introduzir o “level cap” em Sunraku e como uma lâmina se torna uma espada. Outro elemento também muito importante foi o medo que Wethermon provoca, até 3 dos maiores veteranos já não olham a meios para se prepararem antes de partirem para conquistar a criatura. Adorei também o facto de como as armas do Sunraku são praticamente uma extensão viva dos seus elementos de personalidade e ataque.

    Dr. Stone: New World (23)

    Por muito estranho que vos possa parecer Senkuu é um “ser humano” dentro do mundo de Dr. Stone. Ao longo de toda a obra e nesta resta final rumo ao clímax descobrimos que o excêntrico cientista não é desprovido de emoções. Grande parte do episódio foi dedicado à união entre o Reino da Ciência e os habitantes do continente do novo mundo. Senkuu demonstrou a todos o poder da ciência e como pode até ser lúdico e divertido. Soyuz foi outra personagem determinante pelo formo como atuou entre os dois grupos. Assistimos ao fim do seu arco de desenvolvimento de uma forma aberta, que penso que até possa ser explorada em futuras adaptações se Boichi desejar. Por fim e para tapar a tampa da panela destes desenvolvimentos assistimos a uma conversa muito pessoal entre Senkuu e Kohaku e descobrimos que mesmo que não admita, Senkuu ainda admira e ama o seu pai. Realmente é incrível como uma série que não devia promover as emoções humanas continua a ser um dos seus maiores valores e força, afinal a ciência é objetiva e gere-se por intermédio de objetivos. Faço-vos a pergunta será o dispositivo de pedra uma tecnologia lunar?

    Jujutsu Kaisen -Segunda Temporada- (21)

    Jujutsu Kaisen voltou à sua bela e incrível forma em todos os campos onde se destacou. A arte e animação neste episódio foram incríveis. Planos aproximados super detalhados, coreografias de luta intensas e maravilhosamente bem animadas foram os principais condimentos deste explosivo episódio que colocou um “handicap match” entre Mahito e a dupla de brothers Yuji e Todo. Foi impossível não ficar boquiaberto a física dos golpes, a mente de Todo -julgo ser o feitiço mais poderoso de toda a série- e o despertar do Freeza de Mahito. Também outro elemento muito interessante deste episódio foi assistirmos na reta final ao medo de Mahito, e como o seu elemento principal afinal foi a sua maior fraqueza. Admito que parte de mim quer apenas que Jujutsu Kaisen termine para afagar as mágoas da sua equipa, contudo, com episódios assim desejava que continuasse até ao seu final sem paragens.

    A mente do Todo é a arma mais poderosa!

    Rurouni Kenshin (2023) (24) 

    O ambiente na narrativa é um dos seus elementos mais importantes, pois além de ser apimentar toda a obra também faz com que se torne intemporal. Este foi essencialmente o grande problema deste episódio e consequentemente de toda esta adaptação moderna de Rurouni Kenshin. O momento da despedida de Kenshin e Kaoru na obra clássica é recorrentemente recordado porque todos os condicionantes estavam reunidos e contidos num curto espaço de tempo. Um noite profunda e escura apenas iluminada pelo luar e luz de pirilampos numa floresta próxima de Tóquio ao som de uma melodia bela e triste e onde Kaoru nem sequer conseguiu proferir uma palavra apenas choro diante das palavras meigas de um homem que não consegue fugir do seu passado. Estes foram os ingredientes que temperaram uma das mais belas e “humanas” cenas de anime da história. O que tivemos nesta adaptação moderna foi uma completa antítese. Um Kenshin mais terra a terra que se “teleporta” para o dojo de Kaoru diante de uma jovem desbocada ao som do tema de encerramento da obra, que além de ser para despachar, não é sem dúvida a banda sonora para momentos especiais como este. Kenshin ama Kaoru mais do que qualquer coisa neste mundo, e esta versão moderna penso que não fez justiça aos seus sentimentos.

    Contudo, gostei muito mais do assassinato de Okubo e a sua visão democrática do Japão. Ambos imprimiram mais choque nos espetadores e no coração do Kenshin na tomada da sua decisão. Também esta série demonstrou um lado ainda menos orgânico e frio de Saito, um verdadeiro deleite para o desenvolvimento da personalidade e consequente coração gelado e distante do lobo. Perante estes acontecimentos o que senti neste e nos outros episódios desta obra foi que todos os elementos estavam presentes e estruturados, o problema foi essencialmente a sua execução e uma falta tremenda de ambiente nos mesmos. A banda sonora apesar nem sequer aos calcanhares de Noriyuki Asakura, passou completamente despercebida e alguns momentos também me pareceram demasiado apressados especialmente nesta parte final. Mesmo perante esta verdadeira montanha russa de elementos espero ver adaptado brevemente o arco de Kyoto, um dos meus favoritos em qualquer anime, e que mesmo que desse a entender o “Read the manga” já ofereceu um vislumbre da Misao, dos Juupongatana e do seu líder o carismático, Shishio.

    Goblin Slayer II – (11)

    Se existe elemento que tem ficado aquém nesta temporada de Goblin Slayer é a sua extrema violência. Como todos sabemos o principal mote da primeira temporada foram corpos verdes desmembrados a voar em todas as direções num mar de sangue, ocasionalmente também foram apresentados momentos sexualmente questionáveis. Nesta temporada estes elementos foram praticamente inexistentes…pelo menos até este episódio. O grupo de Goblin Slayer brilha mais alto quando mergulha em dungeons escuras, por isso foi uma lufada de ar fresco para esta temporada e para nós assistir à party do Orcbolg estraçalhar um grupo de 20 goblins num verdadeiro arraial de violência extrema! Este seria um fator negativo em vários pontos se fosse inserido noutra série, mas como Goblin Slayer é uma obra de fantasia sombria e tem estado tão morninha que este festival de sangue foi mais que necessário. Mas nem tudo foram efeitos imediatos também foi um deleite assistir à uma party cada vez mais coesa, mesmo que o Goblin Slayer utilize um pergaminho como uma Pokébola para capturar Goblins.

    Frieren: Journey’s End (15) 

    Frieren introduziu uma nova personagem muito recentemente à sua party, embora fosse apresentada precisava de uma janela para a desenvolver, felizmente este episódio tapou essa lacuna. Gostei imenso de assistir a uma personagem desconexa ser introduzida com suavidade, habitualmente quando são introduzidas tarde muitas vezes o seu desenvolvimento é colocado no enredo “às três pancadas”, felizmente não foi o caso aqui. Frieren não tinha um “par” na viagem por assim dizer e penso que com Sein encontrou o seu. O outro par ou seja, Fern e Stark continuam o seu desenvolvimento como casal, mesmo que ache a jovem uma personagem irritante a vários níveis, enquanto pelo caminho unem um pai amargurado pelo seu passado. Felizmente e a honrar a morte, Stark revela que viaja pelos mesmos motivo e consegue libertar pai e filho de expetativas e amarras desnecessárias e de culpa.

    SPY x FAMILY II (11) 

    SPY x FAMILY é uma das raras séries que não tem problemas nenhuns em ser calma após apresentar arcos repletos de ação e entusiasmo para dedicar bastante do seu tempo a desenvolver as personagens através da comédia do quotidiano. Este episódio descreveu com exatidão esta afirmação ao apresentar o índice precoce de libido de Becky, desenvolvido através de novelas, com Anya comicamente a fluir num mar de emoções sem nexo contra Yor. Através da comédia e de uma forma muito suave a amiga de Anya foi introduzida ao enredo e ao lar dos Forgers. Na segunda parte e um pouco mais do mesmo, assistimos à agente Nightfall a tentar lutar pelo afeto do seu colega e amor, Loid, realmente há tipos com sorte meus amigos.

    Bruno Reis
    Bruno Reis
    Vindo de vários mundos e projetos, juntou-se à redação do Otakupt em 2020, pronto para informar todos os leitores com a sua experiência nas várias áreas da cultura alternativa. Assistiu de perto ao nascimento dos videojogos em Portugal até à sua atualidade, devora tudo o que seja japonês (menos a gastronomia), mas é também adepto de grandes histórias e personagens sejam essas produzidas em qualquer parte do globo terrestre.

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    Ana MartinsD
    Ana Martins
    18 , Dezembro , 2023 21:47

    Sobre a despedida do kenshin e da kaoru, foi quadro por quadro o que aconteceu no manga
    O anime antigo tinha mais liberdade artística o que tornou algumas cenas bonitas mas ele nao é original e o que acontece nele nao é o canon.
    Cada vez mas fica obvio que o pessoal nao quer uma versão + fiel ao manga, eles querem um copy&paste do clássico e pra isso mais vale nem fazer.
    Sobre essa cena e sobre o remake em geral so concordo com as criticas ao OST que é o maior problema do remake.
    Eu amo o segundo ending (o primeiro tb) mas essa musica nao combinou nada com o momento triste que é a despedida do kenshin e da kaoru.
    A musica é demasiado alegre e animada pra isso. eles deviam ter pedido aos Kid Phenomenon pra fazer uma versão especial pra este ep, tipo uma versão balada da musica com muito menos ritmo.
    Fora isso, sinto que estes ultimos ep foram demasiado apressados e o remake poderia muito bem ter tido 25 ep. Triste que cortaram a luta completa do saito x sanosuke e nao colocaram o momento engraçado da megumi colando uma coleira no kenshin pra ele nao ir embora.
    como disse o anime antigo tinha mais liberdade artística e eles nao nao estavam preocupados em apressar as coisas ja que eles enfiavam um monte de fillers (nao so ep fillers mas tb como pequenas cenas que nao existem no manga) na historia pra nao chegar tao rapido ao manga que ainda estava a sair. Assim podiam encher chouriços colocando imagens muitas vezes desnecessárias mais bonitas das paisagens.
    Enfim vamos a ver como sai a 2º temporada. Espero que as criticas ao OST tenham chegado a eles e isso melhore. Tb gostava de saber se vao dividir o arco de kyoto em duas temporadas (este arco no manga é bem maior que o anterior e no anime antigo creio que nao teve ep fillers e precisaram de mais de 30 episodios por isso pergunto me se vao ter de dividir em 2 ou se a temporada tb vai ser cerca de 30 episodes ou ate mais). Espero que eles nao apressem as coisas como senti que ficou nestes ultimos episodios por isso sou totalmente a favor de dividirem se for necessario

    Last edited 4 meses atrás by Ana Martins
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