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    O que estamos a ver – 24 de Dezembro de 2023

    De uma forma resumida, falamos um pouco sobre o que vimos e deixamos o convite para em baixo nos comentários dizerem o que viram e jogaram na última semana.

    🎄FELIZ NATAL PARA TODOS LEITORES DO OTAKUPT🎄

    Bruno Reis

    Captain Tsubasa: Youth Tournament Arc (12)

    Se existe um ponto onde Captain Tsubasa se destaca da “concorrência” é quando dá protagonismo a todas as personagens, mesmo que sejam secundárias ou de equipas rivais. Foi precisamente sobre este ponto que este episódio se debruçou, ou seja, no encontro entre as seleções de juniores da França e da Inglaterra. Todos em campo partilham sonhos ambições e desejam o tão ansiado troféu mundial, foi precisamente isto que vimos entre a dupla de talentos da França, o capitão da Inglaterra e um calmo mas imponente Schneider, que parece estar também focado na sua família, prevejo que é sobre este elemento que o inevitável confronto entre o Tsubasa de cabelos loiros e o Tsubasa moreno se vai incidir. Outro personagem que este episódio se focou foi no colega de equipa de Pierre, um arrogante médio que tem como disparo um poderoso pontapé canhão! Foi durante estes momento que assisti a um dos efeitos mais negativos do episódio desta semana, ou seja, um CGI para lá de manhoso e uma arte muito fraca onde por vezes reparei em personagens com os olhos tortos e traços de cara para lá do duvidoso. Claro que o efeito mais horrível foi não podermos assistir aos jogadores juniores de Portugal em campo onde levaram 4 “batatas” da Alemanha.

    Oh então!?

    Shangri-La Frontier (12)

    “Grinding” é um elementos mais divisivos nos jogos RPG. Enquanto muitos fãs adoram permanecer horas a fio num local a fortalecer as suas personagens, outros afirmam que é aborrecido, uma perda de tempo e retira desafio ao jogo porque as personagens, eventualmente, vão se tornar muito mais poderosas que os próprios bosses no local e adiante. Quer se goste ou não o episódio de Shangri-La Frontier desta semana foi literalmente inspirado neste elemento, por isso senti um pouco aborrecido, sejamos sinceros, sou adepto do grinding, mas num anime não é algo do mais entusiasmante para se ver. Outra vertente muito presente num RPG é um minijogo de pesca e neste capítulo gostei bastante como o integrou no lore para desenvolver o seu mundo e introduzir uma breve mas intensa luta.

    O minijogo favorito dos Jrpgs

    Dr. Stone: New World (24) FIM

    Dr. Stone é em muito casos uma das séries mais surpreendentes e originais desta década. A mesma faz da sua inconveniência o seu mote, isto porque a obra de Boichi baseada no conhecimento científico devia ser objetiva e reta, tal como os temas que evoca. No entanto, consegue ser incrivelmente humilde e humana, aliás muito mais que muitas obras  fazem desta a sua permissa. A narrativa de Dr. Stone por alto pode ser descrita sobre a história de um homem que inspira a humanidade enquanto a humanidade inspira um homem. Devido a este elemento a epopeia de Senkuu pode ser comparável a um épico, ao apresentar abundantes paralelismos com o cristianismo, ou seja, como Jesus Cristo inspirou um culto que perdura até aos tempos presentes.

    Porém, e de Religiões à parte, também posso afirmar também estamos na presença de uma obra extremamente bela, que nos demonstrou que todos, absolutamente todos temos um papel e um destaque no nosso mundo, não importa que sejamos eufóricos, zangados, obsessivos ou até excêntricos, de salientar que nesta temporada tivemos um Senkuu mais humano, frágil que até revelou sensibilidade diante dos seus maiores amigos. Sejamos sinceros Senkuu decidiu escondeu a sua humanidade atrás de equações e invenções científicas por viveu num mundo desprovido de tais valores, mas ao renascer num mundo pré-histórico demonstrou que também é um ser humano. Durante a sua expiçao n novo mundo interagir vimos o cientista louco a interagir não só com as várias personalidades do Reino da Ciência como também da “ilha de Ibara”. Embora Ibara seja uma antítese completa de Senkuu no papel, na prática são bastante semelhantes, rótulo até que Ibara pode ser visto como uma versão maléfica de Senkuu, visto que também é bastante mental e cauteloso, mas como no seu coração pulsa a ambição e o poder, recorreu à ciência para atingir os fins nefastos.

    Esta é essencialmente a grande diferença de um para outro, enquanto Ibara usou a Dr. Stone para inspirar medo e semear a discórdia, Senkuu recorreu ao engenho para salvar vidas e unir povos, também vimos em várias instâncias colocar a sua vida em risco para demonstrar o quanto a ciência pode unir e inspirar diferentes culturas e desenvolver a sociedade e o pensamento lógico. Este foi outro elemento bem presente, especialmente nos explosivos clímaxes de ambos os cours quando os habitantes do Reino da Ciência confiaram cegamente no seu líder, no seu conhecimento lógico e na sua inabalável vontade que consequentemente se materializou amizade sólida como o aço. Senkuu demonstrou a todos o quanto podem contribuir mesmo que sejam um polícia com a mania das grandezas, um cobarde ou um mentiroso nato, não importa todos podem ser determinantes para reverter uma situação desesperada, podemos ir mais longe ao afirmar que a salvação da humanidade partiu de uma amável e indefesa que reconstruiu estátuas como fossem blocos LEGO, ou como alguém que jamais acreditava num mundo governado pela ciência imergiu como um dos mais devotos e poderosos aliados de Senkuu. Dr. Stone é isto e muito muito mais, na teórica é essencialmente um MacGyver com ainda mais ácidos, mas na prática é uma incrível história de humanidade, que sinceramente deveria ser assistida por todos nós porque além de demonstrar o nosso valor é extremamente divertida.

    Uma imagem descreve quase todos os parágrafos que letram

    Goblin Slayer II – (12) FIM

    Desde muito cedo senti Goblin Slayer como uma obra fora dos padrões atuais sociais. A mesma pega numa abordagem bem simples, ou seja, um tipo com uma obsessão doentia em assassinar goblins num mundo regido pela violência. Este foi essencialmente o mote da primeira temporada, porque além de uma violência extrema para os padrões atuais, a série não teve nenhuns problemas a colocar jovens donzelas em situações sexuais no mínimo questionáveis e efervescentes. Escusado que estes elementos foram polares positivos e negativos em simultâneo. Enquanto serviram para colocar Goblin Slayer em polémicas nas mentes mais suscetíveis, ao mesmo tempo devido também a colocaram nas bocas de todo o mundo e numa era onde a fantasia sombria se padronizou devido à serie de jogos Dark Souls e a inúmeros metroidvanias e outras obras que tentaram beber do seu sucesso foi extremamente bem recebida mesmo por camadas que não tiveram o hábito de consumir anime em doses semanais. Senti que desde o anúncio da sua segunda temporada de Goblin Slayer que teria de recorrer a uma abordagem diferente porque o mundo pode mudar muito num par de anos e Goblin Slayer para se ambientar precisava urgentemente de encontrar um equilíbrio. Enquanto de um lado da balança tinha as expetativas dos seus fãs, do outro o peso social atual. A solução passou pela humanização uma personagem desprovida de emoções e colocá-la diante de situações semelhantes às do seu passado aos olhos de personagens e eventos. Gradualmente o nosso guerreiro inexpressivo que literalmente respondia a todos as situações com “one-liners sobre goblins” e um vocabulário comparável às opções do Windows, a se preocupar com o bem-estar do seu grupo, revelar emoções como a frustração e o riso e claro se aperceber que existe mais no mundo do que exterminar goblins. Embora esta segunda temporada revelasse também vislumbres do seu passado, a estrela de serviço foi claramente a sacerdotisa. A primeira acompanhante do Matador de Goblins foi literalmente a figura central de toda a temporada e o seu desenvolvimento o fio condutor. A nossa indefesa sacerdotisa evoluiu para uma guerreira corajosa e sagaz capaz de abraçar o seu conturbado passado para salvar a party do Orcbolg em inúmeras situações. Para mim estas interações foram o melhor elemento da temporada, foi um verdadeiro deleite assistir ao crescimento de cada membro e como os apoiou e dinamizou o grupo como um grande núcleo. Estes momentos apenas foram apenas pequenos chamarizes ao longo da temporada, infelizmente grande parte da mesma introduziu e foi focada num fanservice desnecessário e pejorativo que polvilhou os ambientes com grandes doses de slice of life e pincelou um fantasia sombria numa e crua com tons saturados e vibrantes. É possível que Goblin Slayer regresse para assassinar mais goblins daqui a alguns anos porque manteve um final em aberto com a introdução de uma misteriosa nova personagem, porém, tudo depende como digeriu esta temporada.

    Jujutsu Kaisen -Segunda Temporada- (22)

    Cada vez estou mais convencido que Jujutsu Kaisen está a tentar se redimir das maldições que causou na indústria e nos corações dos espetadores. Neste último bloco de episódios assistimos à boa e velha forma do início deste cour e da série anterior. Animação fluida e detalhada repleta de cenas de ação e coreografias de luta incríveis e intensas. Aparte de elementos técnicos este episódio também foi abundante em revelações que certamente vão fazer avançar Yuji e o enredo para um patamar que tem tanto de espectável como de surpreendente.

    Materia get!

    Frieren: Journey’s End (16) 

    Frieren continua a demonstrar e a honrar a vida após a morte. Novamente o protagonismo foi dado a Sein e a uma promessa incumprida que perdura até à sua idade adulta, as motivações do padre partiram deste ponto. Contrariamente ao que pensávamos o seu propósito não era encontrar e viajar com uma Tiazinha sexy, mas sim encontrar o seu amigo de infância que de certa forma partilha os seus sonhos. É certo que esta narrativa já foi explorada até ao tutano em diversas obras, mas a forma como Frieren honra a mesma através que quem já não está presente em corpo mas sempre em espírito contribuiu para nos dar uma dimensão e uma dinâmica diferente e superior numa obra. Acreditem prefiro muito mais as interações e química da Elfo e do Padre com as de Stark e Fren, além de juvenis por vezes parecem tiradas a ferros para agradar os fãs dos casalinhos.

    SPY x FAMILY II (12) FIM

    A segunda temporada de SPY x FAMILY começa e termina da mesma forma que assistimos na primeira, ou seja, com um fio condutor que faz avançar muito lentamente o desenvolvimento da família Forger. Embora a série tenha uma abordagem episódica “sitcom” muito ao estilo ocidental em cada cour sobressai com um mini arco criado para desenvolver exponencialmente uma ou mais personagens principais. Esta segunda temporada conseguiu corrigir um dos maiores problemas da anterior, o desenvolvimento de Yor. As motivações da Rosa Selvagem pareciam um pouco fora de contexto quer na sua personalidade como na narrativa, felizmente nesta temporada esse efeito não foi finalmente integrado como conseguiu aproximar a família Forger como um todo.

    No mini arco do Lorelai além de algumas das melhores cenas de ação até à data também pudemos assistir a uma dimensão mais pessoal de cada membro da família Forger. Somos introduzidos à associação “Garden” e Yor descobre o conceito de proteger e amar uma família, Loid questiona o seu lugar no mundo e Anya, à sua maneira, está presente para salvar o dia. Não existem dúvidas que a menina telepata é a cola que une o casal, é certo que gradualmente começam a sentir afeto um pelo outro, mas se não fosse a intervenção da membro mais jovem da casa, a relação não só se poderia se desmoronar como ambos poderiam ter morrido. Anya ama a sua família mais que tudo, e esse elemento é mais que evidente nestes 12 episódios. O mesmo posso dizer de Loid e Yor porque através de pequenas intervenções desprovidas de senso comum e de caráter cómico demostraram se preocupar com a família ao utilizar a missão como máscara (mais sobre este tema em baixo). Contudo, no arco da Yor pudemos ver que “família” foi o que lhe fez agarrar à vida com unhas e dentes, literalmente.

    O único membro que parecia ter ficado de fora destes desenvolvimentos foi Bond, o cão vidente dos Forgers. Felizmente o último episódio lapidou esta inconveniência de uma forma muito orgânica, diria mesmo relacionável para muitos de nós que temos cães como animais de estimação. Contudo, a operação ainda está tem curso e nesta temporada praticamente não avançou em nada, para muitos continua a ser o problema mais grave da série, a missão parece ser apenas um pretexto narrativo que foi impresso para introduzir as personagens na história. Não sei como está o mangá atualmente, mas espero que Anya já tenha recebido mais do que uma Stella até porque como vimos com Demon Slayer uma série apenas se basear em incríveis cenas de ação não é suficiente e mais ou mais tarde carecer de narrativa introduz fadiga. Não tenho dúvidas que veremos muito mais aventuras da família Forger, não só vamos ter o filme como também uma inevitável terceira temporada. A propósito o final da série seria perfeito para dar um gostinho do filme, senti que um recap por imagens e situações desta temporada deu uma ideia de moleza e talvez de alguma fadiga.

    Nunca me vou cansar destas expressões da Anya
    Bruno Reis
    Bruno Reis
    Vindo de vários mundos e projetos, juntou-se à redação do Otakupt em 2020, pronto para informar todos os leitores com a sua experiência nas várias áreas da cultura alternativa. Assistiu de perto ao nascimento dos videojogos em Portugal até à sua atualidade, devora tudo o que seja japonês (menos a gastronomia), mas é também adepto de grandes histórias e personagens sejam essas produzidas em qualquer parte do globo terrestre.

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