foi lançado para a Playstation 4 em fevereiro de 2017 e rapidamente se tornou num dos grandes destaques da plataforma, desenvolvido pela  a história de Aloy conquistou o coração dos jogadores e na altura tornou-se no melhor lançamento de uma nova franquia na consola da Sony.

Cinco anos depois, já na geração Playstation 5, a expectativa não podia ser maior com a chegada da sua continuação, Horizon Forbidden West, a 18 de fevereiro para PlayStation 4 e PlayStation 5.

História de Horizon Forbidden West

A história de Horizon: Forbidden West começa aproximadamente 6 meses após os acontecimentos de Horizon: Zero Dawn, e pelo meio tivemos ainda a história da sua banda desenhada publicada pela Titan Comics em parceria com a Guerrilla Games.

Sem entrar em spoilers, com o mundo a enfrentar uma praga e cada vez mais perto do seu fim, Aloy abandonou a sua terra natal e parte para o Forbidden West (Oeste Proibido) onde estará a resposta para a sobrevivência da humanidade.

Horizon Zero Dawn foi lançado a 28 de fevereiro de 2017 para PlayStation 4

Vamos assim encontrar uma Aloy mais madura, mas também movida pelo peso da responsabilidade, alguém disposto a desafiar quem se atravessa à sua frente e sempre com o “bem maior” presente nas suas decisões. Esta sensação de urgência é muito bem passada ao jogador, sendo que a narração do jogo ocorre sempre num crescendo que vai envolvendo e agarrando cada vez mais o jogador. Nem vão dar fé das horas a passar e esse é o maior elogio que se pode dar a uma história.

Continuam também os jogos políticos entre as várias tribos entre os quais Aloy terá de navegar e para além de “salvadora do mundo” terá também o papel de apaziguadora.

Algo que Forbidden West consegue fazer melhor que Zero Dawn é o sentido de camaradagem com os restantes personagens. Ao longo da história Aloy vai conhecendo múltiplos personagens com alguns deles a juntarem-se ao pequeno grupo que a vai acompanhar nas suas aventuras. Cada um com a sua própria personalidade e história, o jogo faz um trabalho exímio em mostrar este grupo único de personagens com as quais nos vamos preocupar.

Com alguns personagens já conhecidos e outros novos, vamos querer saber como eles interagem entre eles, as suas preocupações e motivações. Para além de Aloy este núcleo de personagens é o coração de Horizon Forbidden West e mostra um caminhar da produção para algo muito especial, aliás este interesse sobre as motivações e interações entre elementos de um grupo era algo que eu já não sentia desde os tempos áureos de Mass Effect. Foi algo que gostei de ver explorado e que pode ter muito potencial no futuro.

História envolvente e interessante

Claro está que uma história também se faz de antagonistas e o mundo ríspido de Horizon Forbidden West não tem falta deles. Desde novas máquinas, ambientes hostis, novas tribos, velhas caras e novas ameaças, a história foi estruturada e contada de maneira muito inteligente e interessante com o cuidado de tudo estar interligado e as ações terem sempre repercussões.

Jogabilidade de Horizon Forbidden West

No que diz respeito à jogabilidade, Horizon Forbidden West mantém o que tornou Zero Dawn popular. Temos uma bela representação em mundo aberto de um cenário pós-apocalíptico povoado por seres mecânicos semelhantes a dinossauros e uma sociedade humana reduzida a uma cultura tribal que tenta sobreviver numa mundo hostil.

A história é contada por clusters como habitual neste tipo de jogos o que dá aos jogadores um maior controlo sobre o ritmo com que a história progride. Basicamente a história principal leva o jogador a determinada região onde vão encontrar uma grande quantidade de missões secundárias e atividades que podem fazer ou então fazer apenas o objetivo principal e avançar para outra região e assim sucessivamente

Horizon Zero Dawn foi o primeiro RPG da Guerrilla Games

No caso de Horizon Forbidden West as missões secundárias mostraram-se bem interessantes e diferenciadas permitindo ao jogador conhecer melhor a história das regiões e recomendo fazerem, não só para ganharem mais experiência para desenvolver a personagem como vos darão uma melhor perspetiva da história. Este é sem dúvida daqueles jogos que recompensa quem se dedicar mais tempo a fazer atividades para além da “Missão Principal” dando uma grande longevidade ao jogo. Caso queiram dedicar-se apenas à “Missão Principal” podem esperar um número de horas de gameplay semelhante ao do primeiro jogo.

Em Horizon Forbidden West para além da missão principal e secundárias, vão também encontrar atividades como fazer Recados, Tarefas, Contratos de Sucata, Territórios de Caça, lutas no Poço de Combate, destruir Acampamentos e Postos Rebeldes, explorar Ruínas, converter Pescoçudos (pensem nas torres que revelam o mapa em Assassin’s Creed), explorar e derrotar os Caldeirões (onde as máquinas são construídas), havendo ainda espaço para Corridas de Obstáculos e os habituais Colecionáveis, pelo que se quiserem têm pela frente, muitas horas de gameplay.

Em Horizon Forbidden West vamos ter também tal como em outros RPGs a introdução da cozinha, ou seja, o consumo de determinados alimentos que dão à personagem determinados buffs temporários. E como estamos numa de ir buscar inspiração a outros jogos temos também “Máquinas ao Ataque”, o jogo de tabuleiro de Horizon que podem jogar contra outros NPCs e que não me espantaria ver lançado fisicamente, aliás a edição de colecionador vem com uma dessas peças.

Horizon Forbidden West é um RPG de ação e como tal podem esperar que terão de desenvolver a vossa personagem. A progressão é feita através da experiência que vão ganhando em combate e na conclusão de missões. Terão 6 árvores de habilidades pelas quais terão de espalhar os pontos de habilidade que vão ganhando sempre que sobem de nível e que dão ao jogador a oportunidade de moldar as características da Aloy ao seu estilo de jogo, seja ele mais furtivo ou passando pelo confronto direto mais musculado.

  • Guerreira – Para o combate Corpo a Corpo
  • Armadilhadora – Para a construção de armadilhas
  • Caçadora – Habilidades com o Arco
  • Sobrevivente – Focada na saúde
  • Infiltradora – Para quem prefere um estilo furtivo
  • Mestre de Máquinas – Interação com as máquinas

Presente está também o inventário, onde para além de gerirem o que vão recolhendo pelo mundo podem também alterar a roupa da Aloy, consultar stats, as suas armas, remover e colocar itens que dão buffs, etc… No jogo vão também encontrar bancadas onde podem fazer upgrade às vossas armas.

Tal como o seu antecessor, Horizon Forbidden West também oferece uma enorme variedade de abordagens a um combate e de utilização de armas. Em primeiro lugar o jogador deve saber que máquina tem pela frente, cada uma tem os seus pontos fortes e fracos, e optar pela melhor abordagem.

Pode partir para o confronto direto utilizando o poder das suas armas, ou pode atacar individualmente cada um dos constituintes da máquina, removendo-os e debilitando assim o seu poder de ataque, aliás, o jogador pode até em alguns casos remover armas de grandes máquinas e utiliza-las em combate. Isto possibilita um sem número de estratégias e é garantido que um combate nunca será igual a outro.

Combate divertido e estratégico

Em Horizon Forbidden West foi introduzido também o mundo subaquático, vemos agora a Aloy a explorar lagos e outros ambientes inundados. Esta é uma evolução natural do jogo, faz todo o sentido e demonstra a vontade dos produtores em acrescentar mais um plano de complexidade vertical ao mundo de Horizon. É, no entanto, muito fácil desorientarem-se de baixo de água e definitivamente existe aqui uma curva de aprendizagem no controlo da personagem que a Guerrilla Games vai querer limar numa próxima aventura.

Mas passando agora para o meio oposto, as máquinas desempenham um papel crucial neste mundo com a Aloy a utiliza-las em combate e também na sua deslocação.

Vão também possuir um bloco de notas, onde vai sendo reunida toda a informação que vão recolhendo do mundo, desde características das máquinas passando por registos informáticos, biografias das personagens, estatísticas, tutoriais e progressão do jogo.

No que diz respeito a dificuldade temos dois grandes presets, são eles:

  • História – Combates mais simplificados para o jogador se concentrar mais na história e exploração;
  • Fácil, Normal, Difícil e Muito Difícil – Para quem aprecia um bom desafio

Para além destas opções temos um grande número de opções que podemos modificar que alteram a maneira como encaramos o mundo. Podemos por exemplo selecionar se queremos que os indicadores de percurso das missões aparecem sempre no ecrã dizendo por onde temos de ir ou com que objetos podemos interagir, ou então, se queremos um modo de “Exploração” com muito menos indicadores visuais no ecrã e o jogador terá de descobrir que percurso fazer ou com o que consegue interagir.

Gráficos de Horizon Forbidden West

Desde os primeiros trailers Horizon Forbidden West sempre impressionou pelos seus gráficos e a expectativa era muita.

Graficamente o mundo de Horizon Forbidden West é belo, muito belo, temos muito mais partículas em ecrã do que no seu antecessor. Temos ambientes ricos, interessantes, com cores vibrantes e muitas vezes vão dar por vocês a apreciar a paisagem e claro a utilizar o modo fotografia.

É impressionante a beleza que a Guerrilla Games consegue introduzir no mundo de Horizon Forbidden West e isso inclui também atenção aos pequenos detalhes. As irregularidades do terreno, os efeitos atmosféricos com ciclo de dia/noite, os vários biomas e as suas características, as luzes e os efeitos dos ataques, tudo é retratado de forma sublime num mundo enorme sem cair num efeito de repetição.

É impressionante ver a luz a atravessar as paisagens, a densidade da vegetação e os efeitos atmosféricos naquele ambiente pós-apocalíptico a ser invadido pela natureza.

Belo, vibrante e intenso!

Temos disponíveis dois modos gráficos:

  • Favorecer a Resolução – Qualidade máxima com menos FPS
  • Favorecer Desempenho – Fidelidade inferior com mais FPS

Por o mundo de Horizon Forbidden West ser tão rico e belo visualmente, merecendo ser experienciado em pleno, faço aqui uma recomendação que pode não ser consensual, joguem no modo Resolução. Ao contrário de outros jogos notei que a perda de detalhe visual é mais acentuada neste jogo entre os dois modos. Claro está que esta é uma preferência pessoal.

Isto leva-me a querer que Horizon Forbidden West é um jogo que de certa maneira acabou por ficar “refém” da geração passada, ou seja, um jogo que é lançado para Playstation 5 mas que foi desenvolvido também para ter um bom desempenho na Playstation 4, o que inevitavelmente levou a um subaproveitamento das capacidades da Playstation 5.

Horizon Forbidden West acontece num mundo aberto ambientado numa Califórnia pós-apocalíptica.

Detetei também em Horizon Forbidden West alguns problemas esporádicos de clipping, ou seja, objetos a atravessar objetos e personagens o que acaba por fazer perder sempre um pouco a imersão.

Uma das coisas que Horizon Forbidden West tem tendência a fazer é planos de câmara apertados dos personagens, isto tem como objetivo mostrar as feições faciais dos personagens e consequentemente a sua carga emocional, mas nem sempre foi esse o resultado obtido. Temos algumas vezes planos muito perto e baixos dos personagens o que acaba por não resultar, ainda para mais com uma Aloy que foi submetida a uma cirurgia plástica da qual não sou muito fã.

O que foi aproveitado em pleno foi o SSD da Playstation 5 com loadings de 2/3 segundos, impressionante, isto claro quando entram no jogo ou fazem uma viagem rápida, pois uma vez no jogo podem ir de uma ponta do mapa à outra sem um único ecrã de loading.

O jogo usa uma versão atualizada do motor de jogo Decima com suporte para HDR

Nota também para o Dualsense, temos o aproveitamento dos gatilhos adaptáveis para transmitir a tenção de cordas, armas e outros movimentos, o feedback háptico é impressionante fazendo-nos sentir a trepidação das grandes máquinas a caminhar perto de nós e até o altifalante é utilizado para transmitir a velocidade com que brandimos a nossa lança e fazemos ataques. Isto aliado a um áudio 3D competente torna a experiência Horizon Forbidden West bem imersiva.

Uma palavra também para a nossa localização, tal como Zero Dawn também Forbidden West está localizado para português estando ao nível do primeiro. Uma vez tendo experienciado o primeiro jogo dobrado em português não tive a mínima dúvida em jogar Forbidden West com o áudio em português e acho que só isso traduz a competência da localização.

Em jeito de conclusão, Horizon Forbidden West correspondeu às minhas expectativas, isto vindo de alguém que considera Horizon Zero Dawn como um dos melhores jogos da Playstation 4. Forbidden West mantém o que gostamos do primeiro jogo, inova e é refrescante o suficiente para proporcionar uma nova experiência que é ao mesmo tempo familiar, mas também aprimorada e interessante. Horizon Forbidden West é por isso um jogo

Obrigatório

Subscreve
Notify of
guest

0 Comentários
Inline Feedbacks
View all comments