Review por Tiago Vasconcelos.

King of Seas é nos trazido pelos italianos da 3DClouds e publicado pelos veteranos britânicos da Team17, tratando-se de um RPG de Acção que nos põe nos pés do príncipe (ou princesa) de um reino constituído por um vasto oceano e várias ilhas, onde o grande mal trazido pela magia negra do voodoo foi eliminada pelo nosso pai, o actual Rei… Até este ser morto precisamente na altura da nossa primeira missão ao controlo de um navio por um feitiço de origem desconhecida, do qual somos injustamente acusados e prontamente afundamos com o nosso navio…

Claro que imediatamente somos milagrosamente resgatados e levados para uma nova vida de pirataria e toda uma luta para provarmos a nossa inocência e encontrarmos o verdadeiro assassino do Rei! Um conjunto de piratas ensina-nos as bases do que é ser um “navegador privado” em mar aberto (e gerado processualmente, para garantir que dois jogos nunca serão iguais) e visto de cima para baixo, lembrando o clássico da Psygnosis para PC e PlayStation “Overboard!” elevado a um novo nível de complexidade e fidelidade visual.

Os controlos do navio cingem-se a três níveis de aceleração, equivalentes a quantas velas são içadas, virar o barco, usar os canhões laterais do navio e habilidades especiais que dependem da tripulação e seus membros, estando a velocidade final dependente do vento e a sua força e direcção em relação às nossas velas. A partir daí somos postos num trilho de quests para avançar o plot do jogo assim como side-quests para aumentar os nossos recursos e melhorar o nosso navio, não havendo uma enorme variedade nos tipos de missão disponíveis.

Em alguns casos é-nos pedido para entregarmos um item específico ou um número de items de uma cidade para outra (coisa que podemos repetir sem estar associados a quests, comprando items onde eles são baratos para os vender onde eles são caros para juntar ouro), ou afundar uma embarcação específica ou embarcações de determinada facção (mais uma vez, algo que podemos repetir livremente de modo a juntar items que podemos vender ou equipar no nosso navio), ou ainda podemos pescar, ir apanhando items e tripulação à deriva no oceano ou abandonados e até tesouros escondidos! (e sim, “X marks the spot”).

Embora a variedade seja limitada, a dificuldade não é, e temos de ter muito cuidado com quem nos metemos neste jogo, principalmente se forem navios maiores que o nosso (o que não é muito difícil no inicio), navios que tenham escolta (ter de lidar com mais do que um adversário irá pôr até os melhores capitães em sentido) ou navios que estejam perto de portos/cidades da sua própria facção (ter todos os canhões de uma cidade a disparar na nossa direcção não é nada divertido).

À nossa disposição temos cinco tipos diferentes de navios, de diferentes pesos, capacidades de carga, velocidade e quantidade de canhões, cada um com vários elementos para fazer upgrade cujas estatísticas dependem da sua raridade e do seu nível. Esse nível está obviamente também ligado ao nível da personagem que vai tendo skills para desbloquear numa skill-tree em três áreas distintas com bónus para afectar o nosso navio. Para ganhar num combate, temos de ter em atenção três barras que correspondem ao dano das velas (o que debilita grandemente a mobilidade de um navio), ao dano do casco (chegando a zero, o barco afunda), e tripulação (que afecta a velocidade de recarregamento dos canhões e refresh das habilidades especiais).

King of Seas conta com um motor gráfico robusto, com ciclos de dia e noite e vários estados meteorológicos com efeitos a condizer, mas mantendo uma identidade visual cartoonesca e leve. Infelizmente a história do jogo não é algo propriamente inovador, assim como os seus diálogos inteiramente em texto não são exactamente algo que puxe o jogador a querer saber mais. Como mencionamos, as missões são um pouco repetitivas, mas a jogabilidade é simples e interessante e lembra alguns jogos de um género que não é assim tão explorado, como o “OverBoard!” que já mencionamos e o super-clássico “Sid Meier’s: Pirates!” e o seu remake, acabando assim King of Seas por nos deixar com desejos de chegar um pouco mais longe, mas “morre na praia” com a sua simplicidade.

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