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    Back Street Girls – Ep.1: “O Início”

    Primeiras impressões de Back Street Girls? Comédia pura com muito ecchi à mistura, rima e é verdade.

    Neste episódio de estreia vemos um grupo constituído por 3 membros da Yakuza que acabam por falhar redondamente num certo trabalho que o chefe lhes tinha proporcionado. São eles o Tachibana Ryou com 25 anos de idade conhecido como Ryo, o Yamamoto Kentarou com 28 anos de idade conhecido como Aniki (ou Big Brother em inglês) e ainda o Sugihara Kazuhiko com 23 anos de idade conhecido como Kaz. Obviamente que ficam todos a chorar, pedindo ao patrão que lhes poupasse a vida e ficam à espera de serem mortos pelo erro que cometeram, pelo que Kaz diz inclusivamente que prefere cortar todos o seus dedos das mãos do que entregar a sua própria vida. Eis que nesta atmosfera avassaladora, o patrão, como boa pessoa que diz ser (afinal de contas os Yakuza não são nenhuns demónios), inesperadamente oferece-lhes a alternativa de se tornarem verdadeiras idols de sucesso, em vez de honrosamente cometerem suicídio como mandam as leis da Yakuza.

    Esta ideia, adiciona ele, ouvi-a através de conhecidos do presidente. Refere também que o mundo das idols é uma fonte de receitas bastante rentável, dando o exemplo do grupo AKB48 que, como bem sabemos, é um dos grupos feminino de idols com maior sucesso não só no Japão, mas também à escala planetária. Para essa ideia se concretizar, teriam que fazer uma viagem até à Tailândia para fazerem uma cirurgia de redesignação sexual com o intuito de se tornarem verdadeiras meninas (acho que não preciso explicar de forma mais pormenorizada), país este que é um dos que apresenta maior número de transexuais no mundo, daí ser o lugar perfeito para tal não acham? Obviamente que ficaram todos em estado de pânico, mas no fundo não teriam escolha senão aceitar a proposta. Em tom de brincadeira com o cachimbo na mão, o chefe diz-lhes que sempre pode vender os órgãos deles e que se não se decidissem em 5 segundos matava-os a todos. Claro está que, naquele curto espaço de tempo, acabaram todos por aceitar à força a única opção que os deixava continuar a viver (pelo menos por mais algum tempo), pelo que logo no dia seguinte apanharam o voo que os levariam até ao país dos elefantes, Tailândia.

    Parece que no fim de contas o patrão é mesmo um demónio…
    Parece que no fim de contas o patrão é mesmo um demónio…

    É então que começa a real aventura (parece mais uma tragédia). Um ano mais tarde, o antigo Ryo passa-se a chamar Mari, o Aniki torna-se na Airi e por fim o Kaz é agora a Chika. Completamente irreconhecíveis, vemos o grupo a atuar pela primeira vez para uma quantidadde considerável de fãs. O grupo adquire o mesmo nome do anime, Back Street Girls. No fim do concerto de estreia, é com desalento que elas (repararam na diferença de género?) tomam conhecimento de que tinham esgotado a lotação para aquele dia. Tinham-se tornado populares e sobretudo kawaiis, só que nenhum dos fãs tinha conhecimento dos seus passados, nem poderia saber porque se elas expusessem a sua real identidade acabariam mortas. Fica-se a saber que durante aquele ano, sofreram uma lavagem cerebral horrível ao serem colocadas num quarto minúsculo completamente às escuras, apenas com um ecrã à frente delas a dar vídeos de atuações de idols durante 30 horas. Como se isso não bastasse, foram presas em montanhas para treinar intensivamente as suas vozes e durante a noite, quando fosse a altura de irem dormir, dançavam arduamente debaixo de uma queda de água. Foi então neste autêntico inferno que se tornaram nas idols perfeitas. No entanto, ainda mantinham secretamente o espírito da Yakuza que guardavam dentro de si, bebendo bastante álcool e falando alto dentro dos seus camarins.

    Afinal de contas há alguém que parece ter mudado completamente o seu caráter
    Afinal de contas há alguém que parece ter mudado completamente o seu caráter

    É então que surge outra personagem, o Mandarin Kinoshita. Basicamente é um manager lendário que torna qualquer grupo de idols num fenómeno de sucesso. Ele vem para tentar subir o grau de sucesso do grupo, que ainda não era o bastante. Depois de um concerto que ele assistiu do grupo, na sua opinião, tudo aquilo tinha sido um bocado chato, chegando mesmo a bocejar ao fim do espetáculo. Achou também que elas pareciam estar a fingir ser idols e que não estavam a apreciar o momento, quase como se fossem marionetes e estivessem a ser controlados por alguém. O que ele não sabia é que, na verdade, tinha razão. O grupo ainda tentou dizer que ele estava enganado e que adoravam o seu trabalho, embora ele continuasse a achar que não sentia a “fofura” interior do grupo.

    Desta forma, Kinoshita fica encarregue de treiná-las emocionalmente de forma a que essa fofura interna finalmente se libertasse. Ao pedir que fechassem os olhos e que pensassem nos belos tempos do passado em que eram inocentes, lembram-se de todo o trauma que tiveram desde o último ano, pelo que o Kinoshita utiliza uma abordagem diferente. Ele diz-lhes para imaginarem que sentem saudades de um senpai de seus velhos tempos. Nesse preciso instante, recordam-se de um antigo chefe da Yakuza, segundo no comando em relação ao patrão, por quem tinham imensa consideração. Enquanto Kinoshita continuava o discurso, revivem o acontecimento que acabou por incriminar esse chefe e colocá-lo na prisão. Embora soubessem, fizeram de conta que não sabiam que as armas estavam carregadas com munições, o que supostamente não deveria ter acontecido. Sentiam-se todos culpados por esse incidente, apesar do antigo chefe ser boa pessoa e não os ter repreendido por causa disso.

    Mais adiante, o manager descobre-as a jogar Mahjong com cartas Hanafuda, o que claramente não é um jogo que idols deveriam estar a jogar, mas sim um jogo de velhos. Ficando furioso com isso, diz-lhes que cada uma delas deve ter a sua própria personalidade e por isso pede-lhes para esquecerem todos os ideais que acreditam ser aqueles que tornam alguém numa idol. Diz-lhes ainda para entrarem no palco como se estivessem a entrar numa batalha a sério e que se desafiem a si próprias, mantendo uma postura de guerreiras. Eis que, novamente, associam aquelas palavras com as palavras do antigo chefe na altura em que o foram visitar à prisão e, subitamente, ficam totalmente motivadas para surpresa de Kinoshita. À medida que ele vai continuando a falar, direciona um discurso motivador para cada uma delas, pelo que se lembram se todos os elogios e ensinamentos do seu antigo chefe. Por exemplo, Airi associa as palavras de Kinoshita com a ocasião em que o antigo chefe lhe disse que, como Aniki, deveria de apoiar e defender os otoutos (little brothers) à sua volta.

    No dia seguinte, enquanto estavam numa sessão de autógrafos e fotografias com os fãs, surge alguém que vai ter com a Mari, dizendo-lhe que gosta muito dela e que comprou 182 CD´s da banda (cheira-me a stalker). Logo que Mari olha para o sujeito, reconhece-o. Era nada mais, nada menos que o Kuroda Toru, líder do gangue rival Shokuroda. Com a entrada desta personagem surge um outro episódio passado, em que Toru os tortura numa casa desabitada e faz deles o que quer, dizendo que os vai usar para fazer pazes com outro grupo, de seu nome Inukin, visto que não queria continuar a ter uma relação de ódio entre as duas fações. Com a pessoa que as tinha aterrorizado e transformado as suas vidas de cabeça para baixo, todo sorridente e mesmo ali ao pé de Mari, ela só pensava em começar aos xutos e pontapés (perceberam a referência?). Claro está que não o podia fazer, caso contrário ele descobriria as suas identidades e já se sabe o que aconteceria às 3, pelo que tentou permanecer calma. Nisto, um fã que tinha estado anteriormente cara a cara com a Mari repara que Toru está bastante perto dela a tocar-lhe de forma imprópria, acusando-o aos gritos de assédio sexual. Instala-se o pânico e ambos começam à pancada. No fim o fã ganhou, a polícia foi chamada ao local e Toru acabou por ser preso. Por fim, o episódio termina com o narrador a mencionar a seguinte frase: dois pássaros caçados com uma única pedra, publicidade gratuita em todo o país e o inimigo principal do grupo na prisão.

    Quanto ao som, nada a dizer sobre os atores de voz, acho que cumpriram o seu papel. Tanto a opening e a ending são típicos de um anime deste tipo, por isso sem surpresas até aqui. Já no que toca à animação, tecnicamente não é de longe o melhor estilo. Sinceramente, dá a sensação que pegaram em ilustrações do manga, deram-lhes cor, voz, música e simplesmente animaram-nas, sobretudo no que se refere aos flashbacks dos personagens principais (parecem uma versão audiobook). Por outro lado, para quem leu o manga não irá desgostar desta versão, é quase como se tivessem a ler os painéis do manga em movimento. Além disso, a adaptação do manga foi excelente, pelo que o estúdio J.C.Staff não fez quaisquer alterações. Por isso, não será este o ponto negativo a ter em conta. No geral, a animação é claramente mais fraca do que seria expectável para um seinen com comédia e ecchi, o que normalmente não costuma acontecer neste género de anime.

    Fica por terminada a review sobre este primeiro episódio, talvez um pouco extensa demais. Por último peço que escrevam nos comentários o que acharam desta análise e do episódio. Até à próxima!

    Análise semanal por João Gomes.

    Helder Archer
    Helder Archer
    Fundou o OtakuPT em 2007 e desde então já escreveu mais de 50 mil artigos sobre anime, mangá e videojogos.

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    nuno_21
    nuno_21
    11 , Julho , 2019 19:02

    Melhor review que alguma vez li. Vou passar a seguir atentamente as reviews deste joao. Continua o bom trabalho 🙂

    João Gomes
    João Gomes
    Reply to  nuno_21
    11 , Julho , 2019 20:59

    Muito obrigado 😉 Também Irei acompanhar Grand Blue, que promete grande animação.

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