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A começar pelo estilo de desenho, um tom tão suave, a intensidade do brilho, o ar esfumaçado, como uma fina névoa, algo que permite uma visualização de um ambiente semelhante a um sonho contínuo.
O enredo com uma complexidade tamanha que é preciso ver além das frases, mas cada movimento corporal, sendo tocado de forma a não chegar a ser um drama angustiante, mas algo docemente monótono, o cotidiano de uma dor crescente.
Personagens tão divergentes e características simplórias, mas esboçados de uma maneira a não permitir que você transcenda suas almas. O foco: porque uma mulher quando deseja ser um homem é respeitada e um homem quando deseja ser uma mulher é algo cômico? Porque em todos os sentidos desta dúvida o fato é que a mulher é um ser frágil.
Este é o questionamento trazido por Hourou Musuko, de forma a quebrar tais paradigmas sociais preconceituosos. Há uma descaracterização de personagens. Quando vi o primeiro episódio, foi uma decepção, porque tudo foi apresentado de uma maneira tão rápida, com flashes do passado, algo que deixou muito confusa a história, porém, decidi dar outra chance, e mais uma vez me decepcionei. O segundo episódio nada acrescentou de esclarecedor comparado ao primeiro, continuou a mesma correria do enredo e lances do passado permanecendo a confusão do primeiro episódio, mas eu estava intrigada.
Então dei uma terceira chance e desta vez eu fui surpreendida, a história se desenrolou tão perfeitamente diante dos olhos que você é tragado para dentro de cada sentimento de cada personagem, podendo sofrer e compreender seus questionamentos de uma fase tão conturbada e bela como o despertar da adolescência.
Um garoto que se confessou, mas sua amada disse que não estava preparada para entender o amor, e que gostava de se vestir como um garoto, ou seja, gostava do rapaz pelo que ele era, um certo ar de “inveja inocente”. O rapaz, Nitori, tão surpreso com tal resposta desejou entender a garota, Takatsuki, e então passou a querer se trajar como menina, assim poderia sentir o que ela sentia e quem sabe ela o aceitaria. O melhor amigo do garoto que é dotado de uma compreensão madura para sua tenra idade (Makoto), outra garotinha que é apaixonada pelo principal e odeia Takatsuki (Saorin), uma garotinha que é quem cuida de todos (Kanabun), uma que é irreverente (Chizuru) acompanhada de sua seguidora fiel (Momo).
É um anime belíssimo, simples e com um questionamento profundo. Não posso esquecer da trilha sonora que é outro fator que me cativou. A abertura com uma voz sedutoramente falha permite sentir as oscilações da adolescência, o ritmo que contagia mostrando a alegria e emoção da transição de infância para o adolescer. E o encerramento melódico, suave, mostrando a monotonia do cotidiano e os segredos de cada sentir na história.
Recomendadíssimo!
Gostei do anime e, apesar de entender a opção estética dele, não deixei de me sentir meio incomodado com aquelas bordas desfocadas na tela. Sério… parecia que eu estava ficando com glaucoma… XD
Confesso que não conhecia, mas fiquei convencido. Mais um para a lista ^^
Eu me senti da mesma forma no começo e também recomendo o anime.