O que estamos a ver – 1 de Maio de 2022

De uma forma resumida falamos um pouco sobre o que vimos e deixamos o convite para em baixo nos comentários dizerem o que viram e jogaram na última semana.

Bruno Reis

One Piece    

Inicialmente pensei apenas em criar um breve texto mencionando os brilhantes registos do episódio, mas enquanto escrevia sentia que não estava a sincero comigo, convosco, e com Megumi Ishitani e a sua equipa, daí que decidi criar um artigo dedicado ao incrível episódio 1015 de One Piece.

Por que o episódio 1015 de One Piece foi tão especial?

Kyoukai Senki    

Amou continua evitar contar aos seus amigos porque se afastou durante oito meses dos campos de batalha, apenas o que sabemos é que o consome internamente. Felizmente o episódio não se debruçou em tentativas falhadas desta abertura com os seus colegas, e enveredou por um caminho bastante vanguardista no atual panorama de séries mecha. Mais uma vez Kyoukai Senki, decide fazer de táticas de combate uma das suas forças e individualidades, o invés de colocar prestigio e poderes em pilotos especiais. Alexei Zelenoy e Dhalia enfrentam um exército de AMAIMs norte-americanas. Contudo, a dupla apenas leva a melhor devido a estrategicamente combater num campo lamacento e a sua unidade estar equipada com esquis. No entanto, quem surge para o enfrentar é Wyatt (lembram-se o que disse no início da série) a bordo de uma inesperada AMAI Ghost completamente renovada e controlável. Alexei Zelenoy, parece ser o Char Aznable de Kyoukai Senki, é também muito estratega, mental, e mesmo sendo fiel a uma causa desconhecemos as suas verdadeiras intenções. Na minha opinião o episódio também teve uma arte e animações ligeiramente superiores.

The Ascendance of a Bookworm -Temporada 3-    

Enquanto o gelo derrete e a primavera chega, o coração da pequena Mein fica gélido quando descobre que ao completar 10 anos, vai ter de abandonar os seus pais, e ser aceite numa família de aristocratas. Isto porque a sua “MANA” é incrivelmente poderosa e a nossa amiga se voltar a perder o controlo dos seus poderes poderá ferir ou matar aqueles que mais ama neste mundo. Para tal terá de desenvolver técnicas de controlo avançado enquanto vive a sua adolescência numa mansão da nobreza junto de um dos amigos do Grande Sacerdote. Contudo, o Sumo Sacerdote, completamente inconsciente dos movimentos de Mein no santuário, continua a usar desmesuradamente os seus poderes. Felizmente nem tudo são más notícias para a nossa pequena génio, finalmente -com alguma ajuda externa- constrói uma prensa para imprimir caracteres.

Summer Time Rendering    

Summer Time Rendering é uma série anime baseada num mangá serializado na Shounen Jump + de Yasuki Tanaka. Este mangaká iniciou a sua carreira como assistente de Kohei Horikoshi, o criador de My Hero Academia. Shinpei Ajiro, é um jovem que ficou órfão desde muito cedo e foi posteriormente criado por duas irmãs, Mio e Ushio. Após algum tempo fora, Ajiro regressa à sua cidade natal assim que recebe a notícia que a Ushio se afogou durante um trágico acidente. No entanto, acaba por descobrir esta morte não foi um acidente, e existe algo sinistro à espreita nas sombras desta aparentemente pacata cidade à beira-mar. É realmente incrível como este anime estreou em exclusivo no catálogo da Disney+ no ocidente. Além de um mínimo fanservice, e um enredo muito sério, é bem gráfico, cruel e cru na execução das suas mortes. O primeiro episódio também me deu sérias vibes de Persona 3/4 não só pelos óbvios momentos de pistola voluntariamente apontada à cabeça, como também pelo verdadeiro “eu” se manifestar por sombras e as personagens principais investigarem um assassinato numa pacata cidade rural japonesa.

The Rising of the Shield Hero -Season 2-    

Como seria de esperar o episódio desta semana foi muito mais calmo que o frenético que assistimos na anterior. Noafumi e o seu grupo após o rescaldo de uma dura batalha -e sobreviverem a um CGI manhoso- dedicam o seu tempo a pesquisar os mistérios em redor do Espírito da Tartaruga enquanto assistimos a revelações sobre o passado de Rishia e a sua relação com o Herói do Arco. O mais recente membro do Herói do Escudo, foi o destaque deste episódio. Não só foi o principal elemento narrativo como permitiu unir os diferentes povos e personagens. Interessante como na Tartaruga também coabitam povos e civilizações um efeito que me fez de imediato recordar o gigante Bionis de Xenoblade Chronicles.

Tomodachi Game    

O conturbado circulo amoroso continua a destruir a outrora inquebrável amizade do grupo. Tudo parece correr de vento em popa para Tenji, contudo, o que não contava era com uma intervenção muito cerebral de Yuuichi. Felizmente para esta vil criatura, Shibe age inconscientemente a acaba por cair num abismo sem fim. Embora não fosse um episódio gráfico como o anterior, conseguiu em certas instâncias ser mais perturbador, visto que nos demonstrou o quanto baixo alguém pode descer para saciar os seus desejos.

Ao Ashi 

Ashito e os seus colegas continuam a disputar uma acesa partida contra os jogadores titulares da escola de futebol de Esperanto. Perante a imensa linha que separa novatos de veteranos, o nosso craque quase aceita uma inevitável derrota. No entanto, por escutar a sua coragem interior e o seu amor pela sua mãe e irmão, começa a percorrer o relvado furiosamente incentivando os seus colegas a continuar a lutar mesmo perante esta balança desequilibrada. Embora Ao Ashi partilhe imensos registos do lendário Captain Tsubasa, certas “nuances” modernas se fazem sentir. Por exemplo, o nosso amigo parece uma versão futebolística do Asta do Black Clover, as táticas e o jogo, são também baseadas no real, tal como assistimos em Haikyuu.

Bubble  

Bubble, no meu ver, personifica na perfeição a expressão “All Style, no Substance“, dado o seu maior destaque apenas passa por ser um filme visualmente deslumbrante a todos os instantes. A própria produção e departamentos de “marketing” sublinharam tanto o seu requinte técnico que no final acredito que se esqueceram do resto. Tal como Belle este filme apresentou mais uma desconstrução japonesa de um “clássico da Disney“. Desta vez a escolha recaiu sobre a Pequena Sereia. Este poderia ser apenas um elemento patente na narrativa, o pior é que o filme não cessou de esfregar-nos na cara a todos os instantes deste, e esqueceu-se do resto, ou seja, os departamentos das outras personagens, ambiente e consequente enredo foram muito pobres. Em várias instâncias senti que tentava a todo o custo suavizar estas lacunas com cenas animadas, “close-ups” incrivelmente belos e técnicas de rotoscopia requintadas. Infelizmente, perante estes valores senti que o filme foi basicamente uma “tech demo” animada para nos demonstrar técnicas de animação e o portento visual do Wit Studio. Além das óbvias presenças licenciadas dos refrigerantes Coca-Cola; Fanta; Dr. Pepper; Sprite, será que fui só eu que julguei que uma das personagens dos Blue Blazes é versão do Naruto, (inclusive faz alguns comentários a ramen, e órfãos) algumas personagens usam uma variante dos uniformes dos ciclistas de Yowamushi Pedal, o final do filme parece que saiu do Final Fantasy VII, e que a canção da “Uta” é uma versão da Wind’s Requiem de The Legend of Zelda: Wind Waker?

Dragon Quest: The Adventure of Dai (2020) 

Avan, por fim explica aos seus discípulos porque se afastou destes por um enormíssimo período de tempo desta aventura. Tal como julgávamos o herói, decidiu que o melhor seria observar o crescimento dos seus alunos das sombras. Contudo, o que desconhecíamos que é o fazia enquanto percorria os abismais 150 andares do labirinto onde a Leona aprendeu o seu feitiço de purificação. Avan saberia que um feitiço de purificação muito mais poderoso seria imprescindível para romper as defesas do castelo de Vearn. Quem não partilhou esta visão foi o Hyunckel que numa alusão aos Cavaleiros do Zodíaco decide ficar para trás para proteger os seus colegas e mestre à sua maneira. A forma como “nerfaram” o Avan, foi do mais cómico, faz sentido, mas não de uma forma tão preto no branco, e sem variáveis como o conhecimento ou experiência.

Spy X Family 

Finalmente e após um sem fim de peripécias, os Forger vão finalmente dar o grande passo para a execução da missão Strix, a ingressão da Anya no colégio de prestígio. Se o trio dos episódios anteriores partilhou cenas de ação com comédia, o desta foi inteiramente polvilhado muita comicidade. Os pais de Anya, foram colocados em situações bem macabras e divertidas. Felizmente a antecipação de Loid, e a capacidade de julgamento de Yoh, conseguiram passar sem grandes problemas um trio de provas. Tudo teria acabado na perfeição se não fosse um dos diretores da escola usar a sua arrogância e influência para convidar o pai de Anya a desligar o cérebro. Mesmo perante tais registos, a ELEGÂNCIA desta peculiar família conquistou o coração de uma figura do júri. Devido à comicidade deste episódio e antevisão do próximo começo a sentir que o coração de Spy X Family passa por ser essencialmente uma “sitcom” animada, mas com uma família bem diferente, que não é amarela, não possui um bebé mutante que tem como melhor amigo um cão falante, e não partilha um lar patriótico com um extraterrestre.

Helder Archer

Bubble

Bubble é basicamente um recontar moderno da história de Pequena Sereia. Visualmente o filme é soberbo, daqueles animes que devem ser vistos numa TV 4K, mas narrativamente já era previsível o que iria acontecer. Curiosamente a parte do parkour, era a que pensava que me ia afastar mais do anime, mas não me incomodou. Este é daqueles filmes que têm de ver.

Uncharted

O típico “filme de domingo” para ver em família, entretém, mas não passa disso.

Spy X Family 

Os próximos episódios prometem depois de uma candidatura atribulada mas divertida. Está visto que o anime vai assentar numa vertente mais cómica muito bem estruturada.

The Rising Of The Shield Hero 2

Posso ter visto mal, mas acho que as proporções da tartaruga manhosa CG variam muito de cena para cena. Começo a achar que a produção do anime não está a levar muito a sério o seu trabalho.

Ricardo M.

Heartstopper – Temporada 1

Esta semana foi dedicada a Heartstopper, a nova série britânica de drama juvenil LGBT baseado no romance gráfico best-seller de Alice Oseman. A série de oito episódios centra-se especialmente em Charlie Spring e Nick Nelson, dois jovens adolescentes com personalidades muito diferentes que protagonizam um romance inspirador que trará ensinamentos ao público em geral. A história em si é retratada de forma clara, apresentando os estereótipos habituais deste género de narrativa mas que agarra naturalmente de episódio para episódio ao debater com sinceridade um tema como a homossexualidade e as suas dificuldades dentro do meio escolar. Apreciei o embelezamento gráfico nos momentos de desenvolvimento íntimo dos personagens que não nos deixa esquecer o traço particular da ilustradora. Para além disso, gostei de ver a importância que deram a Tao, Elle, Tara e Darcy, algo que na BD não teve espaço para acontecer.

Felipe Soares

Spy x Family

O quarto episódio da adaptação para série anime de Tatsuya Endo mostrou Loid, Yor e Anya em ação durante os diversos testes da escola particular.

Se antes a história da série estava contida e com uma comédia simples, neste episódio o lado nonsense teve sua porteira aberta com tudo. Foi legal ver que Loid estava realmente preparado para inúmeras situações, mas a quatidade de roupas que cabiam naquela maleta foi bem surpreendente. Foi interessante Yor tentar seguir o plano já tentando imitar algumas ações do Loid, o que achei inesperado foi a ação dela diante do touro com maquiagem do Kiss. O foi realmente inesperado neste episódio foi a reação de Anya quando questionada sobre sua mãe, a reação da jovem personagem deixa o questionamento sobre o que aconteceu com ela em seu passado e como isso afeta ela.

Em questões técnicas a produção deste episódio foi muito boa. A animação funcionou bem, mas achei que edição é a atuação de voz ajudou para que este episódio tivesse a dinâmica necessária para que a comédia funcionasse.

Dragon Quest: The Adventure of Dai (2020)

O novo episódio de Dragon Quest mostrou o grupo de protagonistas partindo para o Palácio enquanto que Hyunckel segura os inimigos. Avan também revelou o que fez durante todo o tempo em que esteve fora.

Aos poucos estou tendo cada vez mais certeza que o retorno de Avan não foi uma boa ideia para a série. A justificativa para o personagem ficar durante todo este tempo desaparecido não fez sentido e, para piorar, sinto que a adição dele ao grupo principal está diminuindo a função de Leona. 

A Princesa de Papnica não tinha ganhado um grande destaque anteriormente e, como membro do grupo principal, seria uma boa oportunidade dela ganhar destaque como a segunda maga do grupo. Porém, com a chegada de Avan no grupo sinto que ela ficou meio de lado nestes últimos episódios. O jeito é esperar o que vai acontecer nos próximos episódios.

Jujutsu Kaisen 0

Nesta quinta-feira (28 de abril) estreou no Brasil a adaptação para filme anime do manga JUJUTSU KAISEN 0 de Gege Akutami. Abaixo vocês podem conferir a análise que fiz do longa.

Um ponto que gostaria de destacar da estreia deste filme é a boa distribuição que a Sony Pictures Brasil / Crunchyroll está fazendo em seu lançamento no Brasil. Não lembro de um outro filme anime de uma franquia menos conhecida ter acesso a tantas salas de cinema e isso é um ponto bastante positivo. Ressalto também que nesta semana não está ocorrendo nenhuma estreia de filmes esperados pelo público, então o lançamento do longa anime foi bem oportuna neste momento. 

Jujutsu Kaisen 0 – Análise

Moon Knight

Chegamos ao quinto episódio da atual série da Marvel Studios e neste episódio vemos Mark e Steve fazendo uma auto análise de seu passado.

Este episódio foi interessante por responder como surgiu a segunda personalidade do protagonista, praticamente isso serviu para ele enfrentar seus traumas do passado e de como muitas coisas estavam desde o início da série e fecham um ciclo.

Para o episódio final fica a expectativa do que ira acontecer para o personagem voltar ao mundo dos vivos e de como ele poderá combater o vilão da série agora que ele já pode estar utilizando os poderes de Amit.

Gosto que este episódio tenha uma edição que funciona muito bem para mostrar de forma bem dinâmica o passado do protagonista. Por outro lado, achei as cenas no barco um pouco artificiais, não estraga a experiência do episódio mas foi algo meio estranho.

Call Me Tonight

Vou fechar minha participação nesta coluna falando da coisa mais estranha que assisti recentemente, e não estou falando de Level E (que é uma obra do Togashi que todos também deveriam ver).

Finalmente assisti a recomendação do Beja e foi uma montanha de pensamentos em cada um dos 29 minutos desse OVA em que sentido é uma palavra que não existe nele. Inicialmente achei que a obra estava tentando passar alguma mensagem sobre os monstros internos do ser humano, algo que até estava fazendo sentido no início. Porém, a partir do momento que surge uma gangue de delinquentes adolescentes (apesar que animes dos anos 80 os adolescentes parecem ter cara e corpo de 30 anos), uma pessoa guardando um lança-foguete em casa e um ser colecionador de monstros, as coisas passaram a não fazer sentido algum, a mensagem sobre monstro interno foi para o espaço e eu passei os últimos minutos pensando no que tenha assistido.

Pensando com a mente da época em que esta obra foi lançada, a animação dela está bem produzida. O visual dos personagens e dos monstros também são legais e todo o clima de mistério funciona.