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    O que estamos a ver – 27 de Novembro de 2022

    De uma forma resumida, falamos um pouco sobre o que vimos e deixamos o convite para em baixo nos comentários dizerem o que viram e jogaram na última semana.

    Bruno Reis

    Bleach: Thousand-Year Blood War (07)

    Os Gotei 13 foram vencidos pelo Rei dos Quincy. Após sangrentos confrontos a outrora próspera Soul Society ficou envolta num mar de destruição e desolação. Felizmente, Ichigo consegue finalmente romper a sua barreira para confrontar alguém que parece conhecer muito acerca do si, aliás a sua visita parece ser demasiado pessoal. Ao contrário do que se esperava, este primeiro intervalo do primeiro cour do último arco de Bleach ao invés de responder a diversas questões, colocou mais perguntas. É mais que certo que Yhwach deseja muito mais do que uma simples vingança contra Genryusai, aliás parece que o seu alvo é levar Ichigo para o exército branco, visto que quando este chega ordena as suas tropas para abandonarem os campos de batalha. Quem eram aqueles mistérios Shinigami no início do episódio? Estarão vivos? Quem são? Realmente não consigo imaginar como esta parte seria produzida com os valores de uma década atrás. Agora finalmente percebem porque disse que Bleach era muito mais adulto e intenso do que aparentava.

    Chainsaw Man (07)

    Após dias e dias de loucura intensa, Denji consegue derrotar a legião do oitavo andar do prédio. Para comemorar esta grande vitória -e um passo decisivo ao paradeiro do demónio da bala- os caçadores de demónios reforçam as suas amizades durante um jantar onde foram servidos os prazeres da vida humana. Realmente começo a acreditar que Chainsaw Man é essencialmente uma história sobre um rapaz a descobrir o que é ser humano. Denji tem uma cultura e uma inocência muito pouco próprias para um jovem de 16 anos. Estas o conduzem a eventos e elementos que geram muitos conflitos na sua psique. Abraçar e reconhecer os pecados, alegrias e prazeres da vida de um ser humano, de viver emoções fortes, estas parecem ser as metas de Denji. Também acho incrível como a obra consegue alternar entre o sério, a comédia, a sensualidade e… o nojo. O encerramento deste episodio foi para lá de belo, não só nos transportou para os anos 80 como reteu todos os seus valores, a música, a imagem nubladas, belas mulheres e muita sensualidade.

    Frustration is gettin’ bigger
    Bang, bang, bang, pull my Devil Trigger

    Urusei Yatsura (2022) (07)

    Ataru, Lum e o seu bando encontram um monstro no fundo de uma piscina da família do Mendo. Esta é uma criatura incompreendida porque não importa o que seja ou faça todos o menosprezam e abandonam. Como Mendo bane a criatura de uma das suas piscinas, esta decide viajar para a banheira da casa do Ataru. Porém após um mês a viver neste lar, a mãe do azarento Ataru ordena que vá procurar local para viver noutro lugar. Mesmo recalcada temos uma poderosa mensagem do quanto alguém por ser ostracizado por diferir de padrões sociais. Por mais boas intenções que tenhamos, a sociedade pode ser incrivelmente cruel apenas por sermos nós próprios. Psicossociologias à parte, Urusei Yatsura brindou-nos com outra das suas forças, a desconstrução de estereótipos. Sakura é uma miko séria, sexy e melancólica. Contudo, quando lhe espetam comida à sua frente por artes de magia se torna uma mulher completamente diferente. Esta é na minha ótica uma das causas porque a primeira obra da Rumiko Takahashi ainda é a minha favorita. Não existem personagens unidimensionais. Todas de certa forma são contrastes e paralelos. Por estas razões não existem nem boas, nem más (quer dizer… existe a Ran) no fim das contas todas são excecionalmente humanas. Este elemento foi como um guia para as restantes obra da autora; Maison Ikkoku; Ranma ½; Inuyasha. Infelizmente tivemos o primeiro senão desta adaptação. Como, os episódios são escolhidos a dedo, algumas das personagens nos mesmos não parecem ter continuidade. Este foi o efeito que senti com o surgimento de Tsubame, o namorado da Sakura que caiu literalmente de paraquedas e não foi apresentado aos espetadores que não conhecem ou assistiram à adaptação original. Infelizmente não pudemos ver como a sua magia ocidental capturou o coração gélido da miko nesta modernização.

    Mob Psycho III (08)

    Tome, Shigeo, Reigen e o seu grupo de amigos finalmente conseguem encontrar o misterioso OVNI. Como não fosse bastante, também encontram em contacto como os extraterrestre mais fofos que alguma vez vimos. Mob Psycho possui um estilo de arte muito característico do seu autor, mas não sei o que se passou neste episódio em relação à mesma. Caras em branco e uma animação que tentou imprimir fluidez a mais foram alguns dos aspetos negativos desde episódio. Felizmente a imagem de globalização universal foi muito bem transmitida quer não sua mensagem como pela sua realização.

    Os meus olhos azulados detetaram que a corrida dos aliens mais kawaii é idêntica à dos Titans de Attack on Titan

    Akiba Maid Sensou (08)

    Após um sangrento confronto contra as maids extraterrestres, o grupo decide que a melhor forma de sarar feridas é disputarem todas intenso e brutal jogo de baseball. Embora fosse um episódio na sua essência cómico, o seu final abriu portas para o enredo caminhar quer para o passado como o futuro das suas personagens. Mais uma vez sublinho os planos carregados que parecem saídos dos animes dos anos 70, ou seja, quando tivemos imagens que pareciam pintadas a lápis de cor.

    SPY x FAMILY (21)

    A família Forger enfrenta a maior ameaça até à data, uma agente da Wise perdidamente apaixonada por Loid. Com Loid como objetivo, Yor como alvo e Anya como obstáculo como irá a família prosperar. Embora a operação Strix continue a decorrer novas personagens continuam a ser apresentadas. Em parte percebo que a Nightfall seja um elemento desconstrutivo para a narração da série. Pois se fosse apresentada antes de Yor faria mais sentido até porque Loid teria de se casar com alguém e na agência já tinha a candidata perfeita. Está introdução na minha ótica destruiu o efeito inicial da série quando a Wise estava a tentar arranjar uma candidata para o Twilight. No entanto, foi interessante assistir ao recalcamento de emoções humanas, que foram insignificantes perante o sermos seres humanos. A emoção e os sentimentos por mais que os tentamos encobrir vêm sempre ao de cima.

    Frustração, tristeza e aceitação, tantos sentimentos numa simples imagem
    Frustração, tristeza e aceitação, tantos sentimentos numa simples imagem

    POP TEAM EPIC II (08)

    As bocas de esgotos esta semana dedicaram-se ao retro. O primeiro segmento foi absolutamente delicioso para quem acompanhou e cresceu com anime nos anos 90. A sua sonoplastia este no ponto. Além de uma imagem em 4:3 bem nublada (comparativamente à da atualidade) o estilo artístico, animação, planos de câmara, violência e até o formato é cor das legendas foram elementos comuns neste período. Como não fosse bastante o segmento do parque Brasileiro existe mesmo. Quanto seiyuu um deles de certeza foi do Gendo Ikari de Neon Genesis Evangelion e antigo Akuma de Street Fighter. Esperava ver piadas em redor das suas interpretações ao estilo como vimos a Pipimi M.Bison da primeira temporada no episódio do Norio Wakamoto. Julgo que este é um elemento que está a falhar nesta segunda temporada.

    Minna Atsumare! Falcom Gakkuen (Tudo consumido de rajada)

    Quem me conhece sabe certamente que sou um grande fã dos jogos da série The Legend of Heroes: Trails. Como recentemente descobri que uns bons anos atrás foi produzida uma mini série anime que celebrou os 30 anos da Nihon Falcom Corporation resolvi dar uma vista de olhos. Vislumbre, é mesmo o termo mais apropriado, visto que cada episódio tem menos de 2 minutos. A série reune as personagens de YS e da série Trails num liceu gerido e leccionado por vilões dos jogos. Certamente, que quem conhece Isekai Quartet saberá agora onde o gag isekai se baseou. O ambiente e gags são incrivelmente parecidos. Adol a começar a sua aventura sempre a ser despertado por uma donzela, Lloyd e Tio a prenderem vilões e heróis por crimes de assédio, nudez e desvio de Mira, um Shining Pom para amealhar grandes quantidades de experiência, Joshua disfarçado de mulher, e a fantástica e -horriplante- arte ocidental de Adol Christin na capa de YS IV na SEGA Mega Drive são apenas alguns momentos que podemos encontrar nestes 24 episódios que podem ser assistidos em menos de 40 minutos. Enquanto a primeira parte foi parciamente focada entre as duas séries, a segunda foi claramente dedicada a The Legend of Heroes: Trails of Cold Steel, dado que a Class VII foi o foco principal. Se são fãs como eu das séries da Nihon Falcom Corporation devem soltar umas gargalhadas. No entanto, preparem-se para  uma arte que por vezes parece saída de MS Paint.

    Helder Archer

    Bleach continua em grande com a batalha de Genryūsai Shigekuni Yamamoto a deixar vontade de conhecer mais do passado da Soul Society, Spy x Family para mim entrou numa fase em que vejo mais pelo entretenimento, mas a história já não suscita aquele querer imediato de ver o episódio mal ele saia.

    My Hero Academia 6 está num crescendo e lentamente a confusão de eventos inicial vai assentando, Chainsaw Man continua bem interessante aos mostrar novos personagens e a dinâmica entre eles, bem como um foco para as suas atividades mundanas que acabam por criar alguma ligação com o publico.

    Felipe Soares

    Bleach: Thousand-Year Blood War (02 a 07)

    Coloquei os episódios de Bleach em dia e destaco algumas coisas da produção que achei bem interessantes.

    A primeira coisa é a escolha que fizeram da série ter um tom completamente fúnebre. Esse tom está na escolha de cores mais sombrias, no uso constante de azul (que remete a tranquilidade, mas também a depressão) e da trilha sonora orquestrada em um tom mais triste (inclusive com novos arranjos de temas considerados épicos do anime). No decorrer dos episódios também percebi um tom de terror. Talvez por se tratar de uma guerra, esse tom de terror é usado através de sons e da violência gráfica.

    Sobre o esperado episódio seis, eu achei que este episódio foi muito mais pirotecnia visual, mas como luta eu achei a animação apenas OK. Quando falo de pirotecnia visual me refiro ao bom uso de luz e sombra (principalmente nas cenas mais inflamadas e com muitas chamas). Por saber o que já acontecia no manga esperava apenas que a produção tentasse algo um pouco diferente na luta, mas ainda assim não desgostei do episódio.

    SPY x FAMILY (20 a 21)

    Chegamos nos últimos episódios da primeira temporada de SPY x FAMILY e aos poucos vou vendo que a série, que antes considerava muito boa, talvez seja algo apenas bem OK. Como obra de comédia a série chega a ser bem divertida, mas, na minha visão, o limite até onde o divertimento da obra vai chegou e agora me vejo com o sentimento de tédio com uma série de repetições que sua história está tendo.

    Entendo que a história da Operação Strix é a longo prazo, isso é inclusive citado em uma fala no episódio 21, mas ao longo dos episódios recentes não ocorreu nenhum avanço na obra que possa manter a atenção de fato. O fator Anya atualmente chega a ser massante para mim e os outros personagens chave, Loid e Yor, neste momento da obra estão servindo apenas como figurantes ou são usados apenas para piadas de casal.

    O anime parece que ira entrar em um novo arco a partir do próximo episódio e eu espero que a história nesse arco traga um andamento para a história da série, ou no futuro é possível que uma nova temporada da obra não chame minha atenção (afinal, animação bem produzida não segura audiência se a história for fraca).

    My Hero Academia 6 (09)

    “Com grandes poderes vem grandes responsabilidades”, normalmente essa clássica frase do Spider-Man é atribuída à responsabilidade com os outros que vem com os poderes que se ganha. Porém, e se esses poderes causarem estragos ao próprio corpo do usuário se não forem usados com responsabilidade? Se Shigaraki age violentamente para cumprir seus objetivos ao ponto de não se importar com o próprio corpo, é interessante ver Deku agindo da mesmo forma na tentativa de impedir que seu algoz cause mais destruição.

    Gostei da definição que Bakugou dá para o One For All, afirmando que o poder é um tipo de bênção, por possibilitar que Deku use vários poderes, e ao mesmo tempo é maldição, pelo corpo do usuário ter que aguentar uma carga muito grande. Isso acaba fazendo paralelos com Shigaraki, afinal o usuário do All For One também tem que passar pela mesma carga.

    Estou interessado pelos próximos acontecimentos da obra, afinal o próximo embate parece que será algo mental entre os usuários anteriores do One For All e do All For One e isso pode definir como Deku e Shigaraki irão agir após esta luta.

    Bocchi The Rock! (07 e 08)

    Estava bem relutante em chegar a esta definição, mas depois dos episódios sete e oito posso afirmar: BOCCHI THE ROCK! É O MELHOR ANIME DESSA TEMPORADA.

    Gostei que o episódio sete retrata bem, e com uma comédia bem escrachada, como uma pessoa com fobia social pode acabar agindo quando sabe que ira receber alguém em casa. A ideia de ter alguém de fora do seu ambiente “natural” é estressante para alguém com fobia social, principalmente por tentar fazer a pessoa se sentir o mais confortável possível. Mas a série não tira sarro com este tipo de coisa, afinal os membros da banda de Bocchi sabem das limitações sociais dela e incentivam a personagem sair de sua própria bolha dentro do possível.

    O episódio oito foi o que me fez bater o martelo sobre a série. Existe uma enorme diferença entre uma pessoa tímida ter dificuldade em se apresentar em público para uma pessoa com fobia social. Fazer algo do zero em público já é realmente difícil, mas fazer algo no improviso e fugindo de um padrão (ou de um roteiro) pode acabar sendo muito mais difícil para quem tem fobia social. Por isso que a atitude que Bocchi toma ao ver o nervosismo de suas companheiras de banda é algo corajoso e o ápice da série até o momento.

    Não é possível elogiar a série sem falar também de sua animação, é incrível a criatividade da produção do anime ao utilizar de diversos elementos live-action para ilustrar alguns momento dos episódios. O uso de diversos elementos visuais também ajudam a ilustrar os acontecimentos em tela, além de funcionarem muito bem nos momentos cômicos. Destaco também a cena musical do episódio oito (recomendo o vídeo acima), que acaba casando bem a animação com a música e os instrumentos.

    Bruno Reis
    Bruno Reis
    Vindo de vários mundos e projetos, juntou-se à redação do Otakupt em 2020, pronto para informar todos os leitores com a sua experiência nas várias áreas da cultura alternativa. Assistiu de perto ao nascimento dos videojogos em Portugal até à sua atualidade, devora tudo o que seja japonês (menos a gastronomia), mas é também adepto de grandes histórias e personagens sejam essas produzidas em qualquer parte do globo terrestre.

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    Samuel Silva
    Samuel Silva
    28 , Novembro , 2022 23:44

    Abençoada temporada, com tanta coisa boa de ver, e tão diferente. Dois Battle Shonen, Bleach e MHA, que estão melhor do que alguma vez estiveram; Chainsaw Man que, apesar de poder sofrer com o hype demasiado elevado, é um anime que se destaca bastante pela produção; Urusei Yatsura valeria a pena quanto mais não fosse para ver esta versão animada absolutamente deslumbrante da Lum mas tudo resulta bem; Akiba Maid Sensou é mais bom entretenimento do que alguma vez julgava possível; Blue Lock é uma proposta tão diferente dos normais animes de desporto que o torna muito interessante e Bochi The rock! que é um anime que mesmo desta temporada insana merece ser destacado, por muitas das razões identificadas pelo Felipe.

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