Black Clover: Sword of the Wizard King – Análise

Nesta sexta-feira (16 de junho de 2023) estreou na Netflix o filme anime Black Clover: Sword of the Wizard King (Black Clover: A Espada do Rei Feiticeiro / Black Clover: Mahоu Mikado no Ken), o longa baseado na adaptação para anime do manga Black Clover, de Yūki Tabata.

O longa teve animação produzida pelo estúdio Pierrot, com direção de Ayataka Tanemura, história criada por Yūki Tabata, roteiros de Johnny Onda e Ai Orii, designer de personagens de Itsuko Takeda, trilha de Minako Seki e distribuição mundial pela Netflix.

Sinopse de Black Clover: Sword of the Wizard King

Asta, um menino nascido sem magia em um mundo onde a magia é tudo, e seu rival Yuno, um mago genial escolhido pelo lendário Grimório de 4 folhas, lutaram juntos contra vários inimigos poderosos para provar seu poder além da adversidade e apontar para o mago superior “Rei Mago”. Conrad Leto, o antigo predecessor de Julius Novachrono, já conquistou o respeito do povo no Reino Clover. No entanto, ele inesperadamente se voltou contra o reino e foi posteriormente selado pelo próprio Júlio. Agora, Conrad ressurge e empunha a “Espada Imperial” e busca destruir o Reino Clover e trazer uma nova era onde a igualdade prevalece, revivendo aqueles que ele considera merecedores de um lugar em sua sociedade. Ele usa o poder da espada para reviver três reis magos do passado: Edward Avalaché, Princia Funnybunny e Jester Garandaros, que compartilham a mesma visão que ele, a fim de atingir seu objetivo.

Se passando entre os episódios 157 e 158 da adaptação para anime do manga criado por Yūki Tabata, Black Clover: Sword of the Wizard King é um teste para três tipos de pessoas. O primeiro tipo são aqueles que estão esperando ver uma experiência em questão de animação, o que o longa consegue fazer de uma forma satisfatória. O segundo tipo são as pessoas que não se importam de ver um filme bem longo, o que é incomum para filmes anime de obras battle shonen. O terceiro tipo são as pessoas que não se importam com a história e que querem ver apenas lutas entre os personagens animados.

Falando da história desse longa, Black Clover: Sword of the Wizard King é claramente voltado para aqueles que desejam ver algo totalmente voltado para as lutas. O filme até flerta com uma tentativa de desenvolver um embate de ideias, mas isso fica bem longe de ser desenvolvido de forma clara. O fato dos vilões do filme serem antigos Reis Magos é até interessante como contraponto ao ideal do Rei Mago de Asta, porém, a falta de desenvolvimento da história deles acaba fazendo com que eles pareçam bem genéricos e com frases prontas que são repetidas milhares de vezes. 

Os protagonistas e personagens secundários do longa não são tão diferentes dos vilões em questão de desenvolvimento. Os mesmos personagens da série anime começam e terminam o filme da mesma, creio que isso ocorreu por causa dos acontecimentos que viriam a ocorrer no arco antes do final do anime. Ainda assim, chega a ser quase insuportável algumas frases de efeito serem repetidas diversas inúmeras vezes, algumas vezes em variações diferentes.

Não dá para saber qual o objetivo da produção em fazer um filme tão longo. Isso pode até agradar o segundo tipo de pessoa, mas outras irão achar que o tempo não está passando. Diferente de outras filmes anime de battle shonen, sendo Dragon Ball Super: Broly o melhor que eu já assisti e que também é um filme que se passa em quase uma luta inteira, o filme de Black Clover acaba passando muito do ponto e tendo muitas reviravoltas diversas vezes. O filme até tenta trazer uma grandiosidade de acordo com que as batalhas vão escalando, mas a queda de braço entre heróis e vilões fica tão longa que chega a se tornar massante.

Mesmo sendo um filme bem longo, o ritmo do filme anime não para em nenhum momento. As lutas e os acontecimentos engatam o 220 em um determinado ponto e não param em nenhum momento. Após mais de uma hora de filme as coisas estavam em velocidade alta e não paravam de acelerar ou dando qualquer oportunidade de respiro. Chegou ao ponto que fui obrigado a dar uma parada no filme pra respirar e repor o copo com água antes de voltar na velocidade máxima que ainda iria chegar no filme.

No fim quem se deu bem é o primeiro tipo pessoal, os que gostam de boa animação. Black Clover: Sword of the Wizard King é muito bem produzida em questão de animação, suas cenas de luta são grandiosas e com poderes visualmente legais. Diversos momentos da luta entre Asta e Conrad possuem troca de golpes que são impressionantes visualmente. Sem falar do incrível prólogo inicial do longa. Mesmo sendo extremamente longo, é interessante como a produção do filme conseguiu manter a qualidade da animação com um ritmo são acelerado o tempo todo. A edição e montagem também possuem seus méritos neste quesito, apesar da aceleração do ritmo do filme.

A trilha sonora do longa não possui nenhuma música em destaque e em alguns momentos chega a ter temas musicais genéricos. Já o elenco do longa, que é o mesmo do anime, mantendo o mesmo estilo de atuação da série, incluindo os gritos característicos do Asta. Já o quarteto de vilões possuem uma atuação que casa bem com seus personagens, com destaque para o personagem Conrad.

No geral, Black Clover: Sword of the Wizard King consegue ser uma experiência interessante. Mesmo com uma animação bem trabalhada e ritmo alucinante, o longa acabou deixando de lado que deveria desenvolver seus personagens para se focar em lutas grandiosas, mas com muitas reviravoltas. No fim, o longa pode até não agradar todo mundo, mas consegue deixar sua marca em questão de qualidade de animação.