Nesta quinta-feira (03 de agosto) estreou na Netflix a adaptação para filme live-action do mangá Zom 100: Bucket List of the Dead (100 Coisas para Fazer Antes de Virar Zumbi / Zom 100: Zombie ni Naru Made ni Shitai 100 no Koto) de Haro Aso e Kotaro Takata.

O longa possui direção de Yûsuke Ishida, roteiros de Tatsuro Mishima, direção de fotografia de Taro Kawazu e edição de Eri Usuki. No elenco principal temos Eiji Akaso (Kamen Rider Build) como Akira Tendo, Mai Shiraishi como Shizuka Mikazuki, Shuntarô Yanagi como Kenichiro Ryuzaki e Kazuki Kitamura como Gonzô Kosugi.

Sinopse de Zom 100: Bucket List of the Dead

Sobreviver a um Apocalipse zombie é melhor do que ser um escravo assalariado! Depois de passar anos a trabalhar como um escravo para uma empresa destruidora de almas, a vida de Akira perdeu o seu brilho. Ele mora num apartamento cheio de lixo, o seu salário é péssimo e ele nem consegue reunir coragem para confessar o seu amor à sua linda colega de trabalho. Mas quando um Apocalipse zombie assola a sua cidade, isso dá-lhe o empurrão que ele precisa para viver por si mesmo. Agora Akira está numa missão para completar todos os 100 itens na sua lista antes de… bem, morrer.

Considerado como um dos mais influentes diretores do gênero de horror, o diretor George Romero (Night of the Living Dead) colocou em seus filmes de zumbis diversas críticas sobre a forma como a sociedade age diante de situações de trabalho e consumismo. Desde então surgiram diversas obras utilizando desta temática, indo desde The Walking Dead (e sua discussão sobre os humanos serem mais perigosos que os zumbis) a franquia de games Resident Evil (usando os mortos vivos como panos de fundo para falar sobre a influência de empresas na sociedade).

O filme Zom 100: Bucket List of the Dead (100 Coisas para Fazer Antes de Virar Zumbi / Zom 100: Zombie ni Naru Made ni Shitai 100 no Koto) se utiliza da temática do horror de zumbis apenas como um pano de fundo para abordar sobre como o trabalho em excesso pode transformar uma pessoa em zumbi mesmo ela estando viva. A primeira parte do longa (que é literalmente igual ao anime, mas com algumas mudanças) mostra como que Akira Tendo sai de um jovem alegre para alguém sem brilho e energia por causa do excesso de trabalho. Gostei como o filme traz o ponto de virada de uma forma bem simples e direta, mas se mantendo dentro de uma temática de comédia de horror.

A segunda parte do filme foi a mais interessante, a partir do ponto em que Akira passa a listar seus desejos é possível ver o quando o longa vai desenvolvendo o personagem. A chegada dos personagens Kenichiro Ryuzaki e Shizuka Mikazuki também trazem questões bem interessantes para o longa. Kenichiro entra no filme como um personagem que mostra uma couraça de carisma e sucesso para esconder suas frustrações, já Shizuka passa pela jornada de personagem solitária para alguém que aceita fazer parte de um grupo.

O terceiro ato do filme é um momento em que o ciclo dos três personagens se fecha. Olhando de longe, os três personagens passam por uma situação que coloca eles de volta ao status inicial e com a importante decisão de mudar radicalmente ou se manter em uma falsa segurança. Mesmo o terceiro ato sendo muito mais exagerado e com um ser inesperado, gostei que isso serviu para mostrar uma boa dinâmica entre os três atores e encerrar o assunto em torno do trabalho em excesso.

Como um todo, creio que algumas pessoas vão achar que alguns acontecimentos da história do filme são resolvidos através de deus ex-machina. De uma certa forma eles não estão errados, mas creio que passar a mensagem de que “o que você deseja estar ali é só ir buscar” acaba sendo o principal objetivo do longa.

Diferente da adaptação para anime, o filme de Zom 100: Bucket List of the Dead fica no meio termo em relação a ao seu visual. Nos momentos em que o filme vai mais para o lado do horror fica bem perceptível o uso de uma paleta de cores mais escura, já nos momentos mais calmos é utilizada cores com uma saturação maior. O longa possui uma edição bastante dinâmica e divertida, mas com momentos tensos quando necessário. As cenas de ação estão até que bem feitas, apesar de ser perceptível alguns momentos acelerados de propósito. Já o CG do longa não dava para esperar nada melhor que algo meio tosco, mas isto é um item que pessoalmente acrescenta positivamente para o filme.

No geral, o filme live-action de Zom 100: Bucket List of the Dead (100 Coisas para Fazer Antes de Virar Zumbi / Zom 100: Zombie ni Naru Made ni Shitai 100 no Koto) funciona para aqueles que querem ver um longa divertido, funciona para aqueles que querem ver uma crítica ao excesso de trabalho e funciona como adaptação. Mesmo com um CG meio tosco, o filme possui uma edição dinâmica e uso de paletas de cores distintas para os momentos de horror e para os momentos mais divertidos.

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J pereira
J pereira
7 , Agosto , 2023 7:41

Zumbis? A sério?