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    Retronime – Dragon Ball GT

    Retronime - Dragon Ball GT

    Com Dragon Ball aos poucos a voltar a popularidade que recebeu em 1990, porém infelizmente com o filme de Broly ausente do nosso país, penso que seja altura de falar-vos da série que muitos consideram a pior da trilogia inicial. No entanto como veremos de seguida muita dessa visão é na verdade um grande mal-entendido.

    Retronime - Dragon Ball GTPassaram-se dez anos desde que Son Goku resolveu partir para treinar Uub, a reencarnação humana do Majin Buu. Os dois passaram a maior parte do tempo a combater numa sala de treino especial no palácio do Dende, escusado será dizer que Uub agora está em pleno de todas as suas capacidades. Mas os nossos heróis não estão sozinhos, quem está de regresso é Pilaf e o seu bando, que desejam ainda ser donos do mundo! Este descobre que neste lugar sagrado encontraram-se as Dragon Balls de estrela negra, as quais podem também conceder desejos quem estiver em posse das sete. Quando o imperador está quase a conceder o seu desejo, aparece Goku que irrita o pigmento azul de tal forma que refila e relembra ao defensor do universo este foi sempre a causa principal do seu fracasso e porque nunca concretizou o seu sonho.

    Certa altura refere-lhe que devia tê-lo aniquilado quando ainda era um rapazinho, e o Dragão Sagrado de cor vermelha pensou que esse seria o seu desejo. Imediatamente reverte Goku novamente ao estado de criança antes de partir. De volta a casa e para grande tristeza da sua mulher, recebe uma notícia muito preocupante do seu amigo e mentor do outro mundo, o rei Kaioh das galáxias do norte. Este indica-lhe que estas Dragon Balls têm um senão muito grave, em primeiro lugar estão espalhadas pelo universo e se não forem reunidas novamente no espaço de um ano, o planeta onde foram usadas será extinto! Goku, Trunks, e Pan, a jovem filha de Gohan e Videl, (juntando-se mais tarde Giru) serão a tripulação que viajará pelo universo numa grand tour tentando reunir novamente as sete bolas de cristal!

    Retronime - Dragon Ball GT

    Em primeiro lugar eu penso que as pessoas que detestam Dragon Ball GT, não percebem o seu propósito. Para começar, GT não tem uma história independente, é apenas um ponto final de uma série que acompanhávamos a largos anos. A razão por não existir desenvolvimento de personagens ou de uma história propriamente dita foi simplesmente a evolução de um trabalho prévio estabelecido na série original e em Dragon Ball Z. Dragon Ball GT é na sua essência um ponto final numa obra de arte mesmo que esta não seja canónica, misturando elementos que celebrizaram e ao mesmo tempo pagam tributo a ambos os segmentos das aventuras desta versão nipónica do Super-Homem. Reparem como de início temos um regressar as origens de Dragon Ball, nas quais aquele espirito de aventura, humor e descoberta de novos lugares esteve presente. Goku como também reverte a criança, volta a perder um pouco o senso comum, regressando também o toilet humor, não tão expressivo, mas integrado em diversos segmentos. O trio nesta parte também penso que tem um propósito quase pré-estabelecido. Goku é o elemento humorístico, o elo que liga todas as ações na série. Trunks é a voz da razão, quem pondera antes de agir e tem a maior responsabilidade, no entanto e em diversos momentos este ponto acaba por ter um reverso cómico. Pan é o elemento sentimental especialmente com Goku e Giru, (que inicialmente trata muito mal) também em diversos acontecimentos parece ter uma paixoneta muito leve por Trunks. Finalmente Giru um robot do planeta M9 que assimila o Dragon Radar nas suas costas, este literalmente atua como um fio condutor de acontecimentos, como estas personagens não saem muito destes moldes chegamos a conclusão que esta primeira parte é simplesmente uma homenagem ao Dragon Ball original.

    Retronime - Dragon Ball GT

    Lentamente vamos assistindo a um destaque mais próximo de lutas e a um enredo mais sério, aos poucos aquele espírito de descoberta e aventura vai-se perdendo, aqui claramente temos uma alusão a Dragon Ball Z, até porque o enredo remete aos Saiyans e uma raça que arde de vingança a estes guerreiros, os Tsufurus. Estes criaram uma forma de vida chamada Baby que viaja até a terra e assimila Vegeta o príncipe dos Saiyans, ameaçando criar uma nova raça de Tsufurus sendo Vegeta Baby o seu líder. Chegamos ao segundo ponto, vital e que de certa forma achei muitíssimo bem empregue nesta série, os laços entre amigos e familiares. Todos os momentos marcantes foram a base deste elemento, desde as despedidas de Majin Buu e Piccolo a poderosa nova transformação de Son Goku, conhecida como Super Saiyan 4, e que apenas pôde alcança-la quando avistou a terra de outro planeta, lembrando-se das imensas aventuras que ali viveu. Pouco depois temos um arco muito breve onde os Andróides voltam a ter destaque (tomando tributo a Dragon Ball Z) e a outro extremamente muito bem orquestrado, no qual os Dragões fartaram-se de serem usados e voltam-se contra Goku e os seus amigos, resultante num final intenso, digno e cheio de referências como um todo. Até mesmo no trio inicial, cada integrante representa uma geração de Dragon Ball. Son Goku da geração Dragon Ball original, Trunks de Dragon Ball Z e finalmente Pan da nova geração. Como vêm o problema de Dragon Ball GT aos olhos de muita gente foi apenas encontrar o seu equilíbrio, no entanto esta resolução e este final foram para todos que acompanharam e receberam ambas as entregas anteriores. A versão Dragon Ball Super, já canónica, penso que terá um final para a continuação de Dragon Ball Z, omitindo o espírito e valores de Dragon Ball.

    Retronime - Dragon Ball GT

    Sem surpresa Dragon Ball GT foi obra da Toei Animation. Tal como nas anteriores versões voltamos a assistir aquela montanha russa de animação. Porém quando a animação e arte estiveram a cargo de uma certa equipa tivemos resultados mesmo muito bons, rivalizando até com os inúmeros filmes que tivemos de Dragon Ball Z uns meses atrás. Realmente é incrível como certos detalhes artísticos e animação estiveram muito acima da continuação recente de Dragon Ball Z. Também GT usa em certos ambientes um jogo de luzes e sombras muito digno, transmitindo bem a ideia de climas mais urbanos e pessimistas, este factor é notório no primeiro planeta que Goku e a sua tripulação visitam e onde conhecem Giru. A respeito de banda sonora, Dragon Ball GT, apresentou como um todo faixas para todas as situações, enveredando para ambientes mais sombrios e sentimentais e abandonando aquela banda-sonora mais festiva que assistimos na parte final de Dragon Ball Z. Falando em sentimentalismo que dizer da sua abertura Dan Dan Kokoro Hikareteku, interpretada pelos Field of View? Literalmente o hino oficial de Dragon Ball, na qual ninguém foi capaz de conter-se e soltar uma pequena lágrima. Os encerramentos, Don’t You See!, Blue Velvet, Sabitsuita Machine Gun de Ima o Uchinukou, todos interpretados pelos Deen, são novamente um indicador dos laços familiares, quem conheceu, o que viveu, e acima de tudo quem esteve para assistir a tudo, reparem que o próprio Goku no segundo e terceiro encerramentos olha para nós o espectador, saudando-nos.

    Evidentemente que os gritos de Dragon Ball GT também passaram nas goelas de Henrique Fiest, João Loy, Cristina Cavalinhos e de uma nova geração de atores de voz. Inicialmente no nosso país foi um produto estranho, em plena exibição , foi comercializado na forma de cassetes VHS, pela mão da Prisvideo, cada uma com 3 episódios e custando a módica quantia de 2 contos e quinhentos ou se preferirem 15 euros. Lembro-me que a produção lançava mensalmente e o primeiro volume apenas tinha o logo envolto num espaço negro. Perto do seu final a SIC (canal de televisão aberta português) decide comprar os direitos da série e transmitir os 64 episódios aos fins-de-semana de manhã. Sem surpresa Dragon Ball GT foi muito mal recebido no nosso país, só chegou a ter um certo interesse na saga do Super 17, por resgatar novamente os valores do Dragon Ball Z.

    Retronime - Dragon Ball GT

    Voltando atrás e agora como uma mente mais desenvolvida peço-vos por favor voltem a dar uma hipótese a Dragon Ball GT, não omitam, não escondam, nem desprezem uma obra que foi feita apenas com um propósito, o tributo a todos nós que acompanhamos a vida de Son Goku. Não vão faltar momentos emocionais, e muito dignos nem que seja pela fantástica transformação de Goku que aqui não brinca com lápis de cor da Faber Castel, e toda é um tributo ao que foi, viu e viveu, tanto fisicamente como psicologicamente. Em suma Dragon Ball GT não é perfeito, muito longe disso, mas também não é tão mau como a maioria assim o afirma.

    Concordam com a minha visão da segunda infância de Goku? Comentem.


    Artigo enviado pelo nosso leitor Bruno Reis. Podem enviar as vossas reviews para o email admin@otakupt.com.

    Helder Archer
    Helder Archer
    Fundou o OtakuPT em 2007 e desde então já escreveu mais de 50 mil artigos sobre anime, mangá e videojogos.

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    NASH
    NASH
    25 , Agosto , 2019 15:40

    Bela Analise,concordo com tudo que foi dito,acredito que o GT e o SUPER poderiam coexistir sendo os dois oficiais na linha do Tempo por se passarem anos de diferença,Mas as pessoas adoram o SUPER pelo simples fato de que foi dito ser Canônico e uma continuação oficial,e o maior defeito do GT foi a pressa e o mal aproveitamento na Narrativa em alguns arcos da História como foi o caso de alguns Dragões que poderiam ter sido mais fortes e renderem ótimas lutas contra Vegeta,e os demais personagens,porém entregou muito mais conteúdo original e mais bem pensado do que o SUPER, como personagens mais marcantes e Transformações que realmente você nota diferença alem de causar muito mais impacto visual em relação a poderes,Dragon Ball Gt precisava de mais eps e mais espaço para personagens queridos pelos fãs nas batalhas e em outras situações,já o SUPER precisa mudar quase tudo para ser mais próximo do Z a começar por entregar Personagens com visuais melhores e mais bem trabalhados além de um Goku melhor porque de todos os Gokus o do Super é o mais fraco em personalidade.

    Cláudio Correa
    Cláudio Correa
    Reply to  NASH
    25 , Agosto , 2019 15:46

    TMB ACHEI O GIKKU MEIO ABOBADO NO SUPER. QUANDO CRIANÇA E NO Z ERA MAISI MADURO.

    Fantasma Renegado
    Fantasma Renegado
    25 , Agosto , 2019 15:40

    Diferentemente da maioria dos fãs da franquia Dragon Ball, eu prefiro o início da jornada do Goku, até o final da batalha contra a Red Ribbon, no Dragon Ball original. Para mim, essa foi a melhor fase da franquia. E por ser um grande fã do Goku criança, eu tenho muito carinho por GT.
    E concordo com tudo o que você expôs. Dragon Ball GT pode não ser um suprassumo, mas possui o seu valor. Um valor sedimentado nos sentimentos de quem acompanhou a jornada do Goku pelo Dragon Ball original e por Dragon Ball Z e seus filmes, além disso GT foi feito para ser um encerramento da jornada de Goku. Quem não gosta de GT possivelmente nunca vibrou com aquele menino macaco fazendo coisas hilárias e superando inimigos na base da paulada, literalmente, com seu bastão mágico, no Dragon Ball original. Quem despreza GT deve ser fã apenas do Goku já crescido, um alien saiyan super poderoso. Por outro lado, os fas de GT devem ser aqueles que ainda acham o treinamento de Kuririn e Goku jovens entregando leite na cidade um treinamento sensacional.

    Bruno Reis
    Bruno Reis
    Reply to  Fantasma Renegado
    25 , Agosto , 2019 17:21

    Concordo obrigado 🙂

    Tiago Spider
    Tiago Spider
    25 , Agosto , 2019 15:40

    Dragon Ball gt ainda continua sendo uma bosta

    Cláudio Correa
    Cláudio Correa
    Reply to  Tiago Spider
    25 , Agosto , 2019 15:46

    SE NÃO FOSSE AS LUTAS E OS ESCESSOS VISUAIS E O FATO DE 80% DA SERIE SER MAL ANIMADA EU GOSTARIA DO GT.

    classic_naruto
    classic_naruto
    Reply to  Cláudio Correa
    26 , Agosto , 2019 7:51

    a ideia era boa, e o goku reciclado também, pra mim é melhor k esse dragon ball super versão pre adolescentes 😉

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