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    Little Witch Academia: Chamber of Time – Análise

    Se ainda estão em casa e não deu o toque para as aulas fiquem ai para ler, e conhecer uma adaptação de luxo, de uma das melhores séries anime saídas no ano passado.

    Little Witch Academia: Chamber of time, volta a apresentar-nos a academia de Bruxinhas de Luna Nova, e a energética aprendiza de feiticeira Kagari Atsuko, ou como gosta de ser vulgarmente chamada Akko. Passaram-se seis meses desde que ingressou na academia, desde esse momento, Akko, viveu imensas aventuras, junto das suas duas companheiras de quarto, falamos da adorável, Lotte, e da sarcástica, Sucy. Agora é tempo de relaxar, porque as férias de verão estão ao virar da esquina! Porém nem tudo corre sobre rodas, como o seu desempenho académico não foi exemplar a Sra. Kagari terá aulas suplementares, e como não bastasse como castigo ainda terá de arrumar toda a biblioteca que ficou virada do avesso. Luna Nova também vive de boatos, o clube de jornalismo da escola, investiga diversos estudantes que despareceram na mesma, e segundo parece Akko terá a sua dose de eventos macabros. Isto porque certo dia, durante a arrumação da biblioteca, a nossa amiga decide fazer uma pausa e adormece. Quando acorda, descobre um misterioso livro, que inicialmente não estava no local. Curiosa, decide arrumar o livro na prateleira, que acaba por revelar-lhe uma passagem secreta no local atrás de uma estante de livros. Na companhia de Sucy e Lotte, o trio descobre no seu interior uma misteriosa sala, uma porta e um relógio misterioso. De inicio as nossas amigas não dão demasiada importância a este acontecimento, e focam-se em ajudar Akko, a arrumar a biblioteca. Com o passar do tempo, e dias decorrentes descobrem um estranho fenómeno. Desde que Akko revelou a sala, a academia apenas tem 24 horas, revertendo o dia, e revivendo o mesmo e os seus acontecimentos decorrentes. Luna Nova encontra-se parada numa disfunção temporal! Cabe as bruxinhas Akko, Lotte, Sucy, Jasminka, Amanda, Constanze e Diana, descobrir a causa e a solução a tal acontecimento, ou arriscam-se a reviver outro verão interminável, a semelhança de Haruhi Suzumiya.

    É difícil situar onde, Little Witch Academia: Chamber of time, enquadra-se na série, se tivesse de colocar, seria antes da segunda temporada, isto porque Akko ainda não descobriu a verdade sobre a professora Ursula, nem o seu passado. O jogador controla a jovem aprendiza e tal como foi descrito apresenta-nos um fluxo temporal de 24 horas, onde temos ciclos diários, eventos, e cada hora equivale a 1 minuto. Durante este tempo somos livres de explorar a Academia Luna Nova como desejarmos, interagir com os seus estudantes e professores, enquanto tentamos solucionar a causa deste fenómeno. Em primeiro lugar tenho de referir, o elevado cuidado, que a produção da A+ Games colocou em toda a academia. Está fielmente recriada com todos os seus condicionantes, e personagens que encontramos na obra onde se baseia. Desde os laboratórios (onde podemos fabricar items), campos de desporto, salas de aula, dormitórios e até a Grande Torre que fornece energia magica a escola. A Luna Nova é tão vasta, que até tive flashbacks dos meus tempos de estudante, enquanto procurava incansavelmente as minhas salas de aula, sem perder-me no caminho. Como Little Witch Academia: Chamber of time, assume a forma de um RPG, preparem-se para ajudar todas as colegas de Akko, enquanto investigamos a misteriosa sala. As nossas amigas pedem todo o tipo de auxílio a Akko, desde conselhos amorosos, soletrar o nome completo de Constanze, cozinhar, ou até procurar as 7 moedas da sorte, espalhadas pelo recinto. Como o tempo de Akko, é muito limitado, cabe ao jogador, organizar muito bem o seu, ou arrisca-se a ter de repetir todos os acontecimentos outra vez, isto porque com o regredir do tempo, todos os acontecimentos no mesmo são restabelecidos. Esta mecânica faz com que nada do jogo possa ser deixado para trás, permitindo, se o jogador quer focar-se mais no solucionamento do enigma, ou obter chaves e recompensas das suas colegas para solucionar o mesmo.

    Como Akko, é uma aprendiza, o seu uso de magia, é muito limitado e tem de consumir poções para a maioria de situações no seu mundo. Desde reparar baldes com buracos com a poção regenerativa, teletransportar-se por todo o recinto (vital para as nossas lutas contrarrelógio), como até salvar o seu progresso. Numa nota muito pessoal gostei como a A+Games, introduziu todas estas mecânicas neste ecossistema, nada encontra-se por acaso, tudo tem um local e contexto, para o melhor e para o pior, isto porque até podermos salvar o nosso progresso, e andar livremente pela academia, temos longas e incessantes sessões de correria pela mesma.    

    Mas não pensem que os dias de Akko e das suas amiguinhas resumem-se a encontrar pistas e interagir com personagens, longe disso. Quando somos levados para a porta do tempo, e escolher uma chave, o jogo assume uma forma de um dungeon crawler, muito semelhante ao recente Dragons Crown Pro. Ao invés de apenas controlarmos uma personagem juntam-se mais duas no nosso leque de 7, podem ser controladas tanto pelo computador, como por um jogador local nas caóticas dungeons. Infelizmente aqui cai a pior das nódoas num quadro que não diria perfeito, mas com diversos motivos para tal. O sistema de combate embora não seja limitado, encontra-se muito aquém das espectativas. Dispomos de um ataque fraco, medio e forte, este último pode traduzir-se num ataque a longa distancia em certas personagens, para evitar os ataques a nossa feiticeira pode rebolar, esquivar-se ou saltar. Também por artes de magia (literalmente), Akko pode utilizar a mesma nestes misteriosos locais. O jogador dispõe de um leque de feitiços onde pode selecionar apenas 6 para acompanha-lo na exploração das dungeons. Infelizmente a inteligência artificial quer dos nossos adversários, como das nossas personagens, aliada a limitação de animações (que noutros ambientes são fantásticas), e hitboxes duvidosas, traduz-se na maioria das vezes num button mashing, e spamfest de ataques que na maioria das vezes não percebemos o que está a acontecer. Para finalizar este ponto até o próprio layout das dungeons é muito repetitivo, bem com os seus inimigos. No canto superior direito temos um mapa, onde cada quadrado significa uma casa, que ao limparmos a zona podemos seguir o nosso caminho enquanto descobrimos o paradeiro do Boss, e terminar a mesma. Realmente é uma pena o modo de combate ser tão limitado, até porque na torre da escola temos um Modo Online com 999 pisos!! Se fosse mais dinâmico e divertido poderia ser uma mais valia para explora-lo, contudo com personagens controladas por humanos, o panorama pode mudar, já que as jovens controladas pelo computador, além de não conhecerem contenção e o botão de ataque, mancham completamente a pintura deste quadro.

    Akko, e as suas amigas para aventuraram-se nos intermináveis locais dentro do quarto do tempo, devem ter equipamento apropriado para tal. A progressão de personagens, não inova nem tenta reinventar a roda, tudo é recorrente de metodologias e conceitos recorrentes de outros Rpg clássicos. Cada personagem possui níveis, que com a acumulação de experiência sobem, adquirindo pontos onde podemos distribui-los em várias categorias, tais como a Vitalidade, Força, Inteligência, Agilidade e Sorte. Cada possuí equipamento que pode comprar ou encontrar como drop de monstros. Aqui destaque para algo, que achei muito, mas mesmo muito bem empregue e que soluciona diversos casos de dificuldade que encontramos em jogos deste género. Atribuído a cada equipamento está um nível. Se esse equipamento for por exemplo, de nível 25 e a nossa personagem apenas tiver alcançado o nível 5, não pode equipa-lo, desta forma essa personagem seria ridiculamente forte as restantes e aos seus inimigos. Little Witch Academia: Chamber of time, cria algo muito inesperado, um equilíbrio saudável entre o desafio e a progressão de jogo. Para finalizar para as nossas feiticeiras de bolso aprenderem novos feitiços, devem encontrar a sua fórmula, e preencher diversas constelações numa mecânica muito Sphere Grid, ou Crystarium da série Final Fantasy, realmente mais uma vez um conceito muito bem implementado na natureza onde é aplicado.       

    Little Witch Academia: Chamber of time, tecnologicamente falando é um produto tão requintado que se fosse um bolo seria um bem delicioso e requintado! Além da academia estar fielmente bem recriada, está bem polvilhada de personagens, chegando ao um estado de quase, quase como fosse uma localização real. É impossível não sentir o “cheiro” da relva enquanto Akko atravessa o campo desportivo (que por ser tão vasto parece um episódio do Captain Tsubasa), o burburinho das suas colegas no pátio, ou até o clima intimidante das suas professoras nos corredores durante a noite. Tanto personagens principais, como NPCs, e cenários estão dotados de um incrível trabalho e muita dedicação por esta franquia. As animações de personagens neste contexto estão fantásticas, quer em grande plano quando falamos com as principais, quer enquanto deambulam no quotidiano da escola. A respeito de Akko a mesma tresanda do seu popular carisma. Enquanto fica parada cruza os braços e boceja, tem diversas animações de corrida, gesticula quando algo não lhe agrada, e usa os seus dotes de furtividade andando em bicos de pés ou escutando as conversas em grupo das sua colegas, de um modo hilariante, e muito próprio. O restante leque de personagens também possui animações, só que bem mais limitadas. Por exemplo Lotte ajusta os óculos, Sucy diverte-se com as suas poções e Diana afasta o seu cabelo loiro como nos anúncios da L’oreal…porque ela merece. Mesmo no grafismo do seu jogo, o mesmo conta com quadros cheios de detalhe, muito apropriados a sua natureza, com grandes personagens, inúmeras e pequenas animações que passam quase despercebidas, mas que estão lá para enriquecer a nossa experiência, como é o caso quando Akko conquista um nível piscando o olho ou as suas colegas sorrirem, é disto que falo, quando desejo menus mais requintados em vez de formas retangulares de cores com texto.

    A respeito de resolução, o jogo conta com 1080p e 60 fps com raras quebras, só notei na cafetaria da escola as 12 da manhã, por estar extremamente congestionada, durante a hora do almoço. Se navegarmos para versão PC Steam, podemos encontrar uma Luna Nova mais detalhada chegando a resoluções 4K, um autêntico deleite visual. Inexplicavelmente as versões contam com certas animações muito estranhas onde o movimento de ambas desce para os 25fps, como é o caso do andar em bicos de pés de Akko, criando um efeito muito artificial em relação ao resto do pacote. Gostam da banda-sonora da série anime? Pois a mesma encontra-se intacta em Little Witch Academia: Chamber of time. A sua semelhança já sabem o que encontrar, uma majestosa banda-sonora composta na sua maioria por clarinetes, enquadrada nas diversas cenas de ação, quotidiano e humor. Também surpreendeu-me como todo, mas mesmo, todo, o dialogo é falado, e isto incluindo com os NPCs! Adaptações, tirem apontamentos de Little Witch Academia: Chamber of time, quando falamos de adaptações fiéis ao seu produto, a banda-sonora original, é sempre uma mais valia e deve ser sempre empregue. Por alto Little Witch Academia: Chamber of time, está muito próximo de um episódio de Little Witch Academia, a dedicação que a equipa da A+ Games colocou neste produto é simplesmente espetacular.  

    Little Witch Academia: Chamber of time, é um produto a pensar em todos os fãs da série da Trigger, no seu interior encontramos muita dedicação e respeito pelo produto original.
    Porém o seu valor é manchado por uma jogabilidade rudimentar e repetitiva nas dungeons, se são fãs das sabrinas nipónicas, se gostam de Rpgs, ou simplesmente desejam conhecer as nossas amigas, Little Witch Academia: Chamber of time, deve permanecer na vossa ludoteca, deixem-se levar pela sua magia!             

    O jogo foi jogado numa PS4 PRO, por cerca de 25 horas, e foi gentilmente cedido pela , para esta review.

    Artigo por Bruno Reis. Podem enviar os vossos artigos para o email admin@otakupt.com.

    Helder Archer
    Helder Archer
    Fundou o OtakuPT em 2007 e desde então já escreveu mais de 50 mil artigos sobre anime, mangá e videojogos.

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    Jose Moraes Neto
    Jose Moraes Neto
    11 , Julho , 2019 21:06

    Eu não sei dizer nada sobre o jogo. Mas o anime, eu posso garantir que é um dos piores que já vi. Não é o estilo de anime sério, não existe uma maturidade nele. Parece quase aqueles desenhos de fadas pra meninas de 8 anos. Sinto muito, já vi muito anime bom, mas este estou passando…

    Bruno Reis
    Bruno Reis
    Reply to  Jose Moraes Neto
    12 , Julho , 2019 0:13

    É precisamente esse o espírito da série e ainda bem

    Kielson Lemos da Silva
    Kielson Lemos da Silva
    11 , Julho , 2019 21:06

    Estou adorando. Jogo nota 10. Assim como o anime!

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