O que estamos a ver – 15 de Outubro de 2023

De uma forma resumida, falamos um pouco sobre o que vimos e deixamos o convite para em baixo nos comentários dizerem o que viram e jogaram na última semana.

Captain Tsubasa é uma série de desporto bem diferente do seu género. Ao invés de se debruçar na própria temática ou simplesmente usar como pretexto apelar ao público feminino, ficou conhecida por ser quase um battle shonen com leves camadas de drama. Este episódio foi um hino a este dois fatores, porque demonstrou que todas as personagens sem exceção também têm motivações nobres para agir, realmente no relvado não existem heróis, apenas jovens demasiado humanos para os caprichos e expetativas do desporto rei, Schneider e a sua conturbada família que o digam. No campo do shonen propriamente dito Wakabayashi conquista o torneio nacional do Japão, ou seja, numa assentada defende todas as super técnicas de remate geradas por Nitta, os irmãos Tachibana e até Hyuga. Este efeito foi muito bem inserido porque permite uma progressão mais natural sem condicionar a anterior.

Shangri-la Frontier (02) 

Shangri-La Frontier parece que está muito atento às tendencias dos RPG Isekais porque conseguiu desconstruir algumas destas ao longo deste episódio. Outro efeito que adorei neste episódio é como me revi no Sunraku e como a personagem apelou ao grinding e Level Ups nos Rpgs ao enfrentar inimigos muitíssimo mais poderosos numa fase muito prematura de jogo, essa uma característica que costumo enveredar neste género de jogos. Só espero que o pseudo-interesse de romance não condicione o fluxo e dinâmicas da série, até agora pelo género que é está a ser bem agradável e não fadiga.

Jujutsu Kaisen -Segunda Temporada- (12)

A luta continua para as personagens principais de Jujutsu Kaisen após Yuji enfrentar os guardiões da barreira, eis que chega a vez de Kugisaki e Kento lutarem contra um tipo com uma energia juvenil que vê as vidas humanas como objetos. Interessante a abordagem do combate da que teve referência de física e jogos de luta ao referir o peso e que numa luta a médias distâncias um adversário a curto alcance nunca terá hipótese. Novamente o grande destaque deste episódio foram as coreografias de luta e animação, embora não tenham sido também espetaculares como nos episódios anteriores foram destaque em quantidade e na apresentação de danos físicos, aquele Edward Elric de trazer por casa realmente sentiu a dor de estar vivo bem na pele… no mínimo.

Dr. Stone: New World (14)

For fim Dr. Stone regressa para nos banhar e divertir com muita excentricidade científica hiperbólica. Tal como o título assim o indicou, o império da ciência contra-atacou -com muito sigilo- as investidas dos feiticeiros do novo mundo. Mais uma vez a série relembra que Senkuu é apenas o fio condutor no desenvolvimento de personagens e que é inútil quando atua sozinho. Por muito que deteste a personagem Ryuusui, tenho de me render a evidência que também possui pontos fortes e que assistimos ligeiramente a um desenvolvimento pessoal. Taijuu, Suika, Kohaku, e o Mentalista também regressam e cimentam o seu legado definitivamente na série ao demonstrar o quanto se desenvolveram através das experiências e conhecimentos do Senkuu, cada um é como uma roda dentada numa máquina bem oleada chamada de desenvolvimento de personagens. Adorava que mais séries seguissem este modelo de desenvolvimento e não esquecessem o contributo pessoal narrativo quando são introduzidas novas personagens, por muito que goste e admire Dragon Ball, este é um dos seus maiores problemas, algo que certamente não se verifica na obra de Boichi. Todas as personagens sem excepção possuem um tempo, destaque e lugar sem restrições.

Rurouni Kenshin (2023) (15) 

Realmente não pensei que o pequeno arco de Raijuta fosse adaptação nesta versão moderna de Rurouni Kenshin, porque quando foi anunciada julgo que foi dito que o mesmo não seria adaptado. Não obstante, este demonstrou a área cinzenta da série, o quanto vilões também podem ser heróis de um certo ponto de vista. Raijuta teme que a Europa conquiste o Japão através de armas de fogo, e refere que o seu país se tornou demasiado brando e fraco ao ponto de se defender com espada de bambu. Por isso este mestre de espada deseja erradicar todas as escolas de artes de defesa, para reunir os melhores espadachins na defesa do Japão. Após presenciar a destreza de Kenshin e do seu hiten mitsurugi-ryu tenta recrutar o samurai para o seu grupo, claro que o nosso amigo recusa e diz que se o seu estilo conduzir a uma nova era sangrenta vão ser inimigos no campo de batalha.

Goblin Slayer II- (02)

O Matador de Goblins, a sua party e uma nova adição ao grupo viajam até uma dungeon para erradicar… goblins. Este episódio foi de certa forma um regressar às origens, visto que descobrimos a verdadeira identidade do pequeno feiticeiro, porque alberga um ódio compulsivo por goblins, e no salvamento de uma donzela que supostamente teria o mesmo desfecho quem tantas nesta série. Como foi servida de uma maneira mais suave e até hilariante -para que raios foi utilizado aquele martelo?- tudo me leva a crer que o novo estúdio de animação talvez esteja a ser menos gráfico. Esta nova abordagem também me faz sentir um trabalho mais pobre, certas cenas de ação visceral parecem menos trabalhadas e a arte um pouco menos cuidada, felizmente continua a ser um deleite assistir às interações e dinâmica da party do Goblin Slayer. O que também parece ser uma certeza é o passado desta personagem. No final do episódio vimos o exterminador implacável de duendes num raro momento de fraqueza sem o seu icónico capacete.

SPY x FAMILY II- (02)

SPY x FAMILY parece continuar com o seu formato episódico ao apresentar pequenas mini histórias com as suas personagens. Este efeito é paralelamente a melhor qualidade e efeito negativo ao mesmo tempo, isto porque faz com que o enredo não avance enquanto dá especial relevo a todas as personagens, mesmo as secundárias como Bond e Damien que foram destaque neste episódio. O problema a meu ver é a frequência porque SPY x FAMILY gosta de demasiado do seu formato e faz desta a sua politica o que acaba por irritar demasiado os espetadores mais impacientes.