De uma forma resumida, falamos um pouco sobre o que vimos e deixamos o convite para em baixo nos comentários dizerem o que viram e jogaram na última semana.
“Esta foi uma semana com um domingo de ausências, One Piece ficou parado no cais enquanto o desafio de Captain Tsubasa deu lugar para o Japão assistir a outro evento desportivo, por isso este espaço nesta semana foi mais reduzido, ainda assim Urusei Yatsura finalmente recebe um dos episódios mais marcantes e voltamos a reviver um momento de Dragon Ball e das nossas infâncias.” Solo Leveling não está esquecido também e em breve devo começar a atualizá-lo, simplesmente porque minha vida laboral está a consumir mais tempo e energia. Quanto ao que foi dito nos comentários ns semanas anteriores, li mais ainda não tive a oportunidade de responder apenas posso dizer que assisto a Captain Tsubasa nos sites da especialidade e que o Seu Vinicius assiste a bastante do que estou a ver.
Bruno Reis
Urusei Yatsura (2022) (33)
Por fim o tão esperado episódio da fantasminha foi adaptado e se estiveram atentos a este espaço saberão o quanto vai ser importante para o desenvolvimento do Ataru por oferecer uma maior dimensão numa personagem aparentemente simplista e unidimensional. O Ataru está longe de ser apenas um ser humano com um apetite voraz por qualquer rabo de saias que encontra, no seu interior também vive um rapaz preocupado e carinhoso que infelizmente se deixa levar demasiado pela luxúria. Na verdade e ao analisar este episódio numa fase adulta julgo que foi a simplicidade, liberdade e leveza de carácter do Ataru que fez com que a Nozomi se apaixonasse pelo rapazinho, sejamos sinceros quem não desejaria sair de um quarto de hospital ao saber que vai morrer a qualquer instante? Aqui dou a palmatória à Rumiko por abordar um tema tão adulto e polémico com leveza e beleza em total equilíbrio. Estes elementos também foram transitados para o Ataru através de pequenas nuances para os mais atentos que não só vão ser determinantes no seu desenvolvimento como também foram indiretamente transitadas para outras personagens como vou passar a explicar.
Embora de início fosse o Ataru que todos conhecemos na superfície, gradualmente no resto do mini episódio assistimos à sua “transformação” humana, o ponto fulcral é quando o jovem descobre que Nozomi morreu ao tricotar uma camisola para o seu amor não correspondido e mesmo que seja debaixo de um sol escaldante de Agosto decide, de imediato, vestir a mesma juntamente com um cachecol e um gorro que também foram tricotados pela mesma, até parte num encontro e honra o seu compromisso, ou seja sem esbarrar com cada mulher que encontra e lhes pedir nome e número de telefone. De salientar que a Rumiko alterna de estilos narrativos com total fluidez, da comédia para o drama com uma naturalidade pouco comum, tenho a certeza que hoje em dia toda a situação seria abordada de uma forma demasiado melodramática e sofrida como temos assistido num sem fim de obras modernas. Porém não dou o total de pontos positivos esta adaptação por dois pequenos mas importantes pontos que foram abordados muito melhor na série clássica. Na série clássica todo o episódio teve um fluxo melhor, além de ser dedicado um episódio inteiro, o ambiente de verão foi melhor inserido, até senti um pouco apressado na versão da David Production por apenas dispensar 15 minutos, uma pena porque a primeira história revelou os piores da obra elementos da obra, ou seja, demasiada repetição nas situações e na comédia, e num capítulo tão importante com este julgo que devia ter sido dedicado um episódio inteiro. Também gostei muito mais como o final foi abordado na série clássica, com o despedir definitivo de Nozomi no mundo dos vivos enquanto assistia à dinâmica de casal entre a Lum e Ataru na praia e testemunhamos que com o seu sorriso pode partir paz por saber que o seu amor vai casar com uma esposa que se preocupa e é devota com o seu bem-estar e felicidade. Contudo, o rezar pela sua alma manteve a sua narrativa inicial intacta por isso foi bem inserido nesta adaptação, até porque deu um fecho de temática suave e eficaz no desenvolvimento contextual do Ataru. Em suma nem tudo na adaptação moderna é superior à simplicidade e leveza da obra clássica, por isso se possível assistam às duas, embora sejam a mesma série a dinâmica é bem diferente porque a David Production está a adaptar capítulos de trás para a frente enquanto se esforça ao máximo para manter coerência narrativa.
Shangri-La Frontier (22)
Shangri-La Frontier é uma das raras séries “Isekai” que não é fixada 100% no seu protagonista, na verdade volto a sublinhar que a par de Konosuba é a série Isekai que mais tenta desconstruir o seu espectro por literalmente pegar no convencional e atirar tudo pela janela fora. Embora este episódio fosse dedicado para desenvolver uma nova personagem que basicamente foi inserida no enredo abruptamente por necessidade, a forma como este foi desenvolvida permitiu que uma melhor integração no contexto da série. Embora fosse essencialmente um capítulo de colagem na superfície tivemos momentos importantes para o desenvolvimento do lore e das suas personagens. O mais importante na minha opinião foi a maldição da marca Lyacon no corpo do Sunraku que foi apresentada logo de início e que não foi bem explícita nos seus efeitos. A partir deste episódio não só ficámos a saber dos seus efeitos como também como é representativa nos valores do protagonista. Isto porque a mesma permite que monstros de níveis baixos não ataquem quem estiver em posso da intimidante marca do lobo. Além de ser incrivelmente representativa no Sunraku, alguém que procura por desafios constantes e desafiar até os mais contundentes adversários, também introduziu comédia porque vimos um monstro visualmente intimidante, parecia uma versão alternativa do Skullgreymon, a fugir apavorado como não houvesse amanhã. São estas pequenas diferenças que introduzem maior dimensão e consistência na lore e nas personagens. Acredito que neste final de temporada não tenhamos momentos de grande intensidade e seja de maior preparação.
Dragon Ball (76)
Foi neste episódio que assistimos ao momento mais surpreendente do Goku desde o início desta incrível obra, porque ao invés apresentar o jovem como uma máquina de guerra, vimo-lo a agir como um rapazinho com atitudes próprias da sua idade. Após o confronto contra o quinto e último campeão da bruxa Baba, que este revela a sua verdadeira identidade, ou seja, Son Gohan o avô adotivo do Goku. Este foi um momento vivido por todos quer os seus amigos como os próprios leitores/espetadores porque se emocionaram por verem o Goku a agir como um menino, assim que se apercebe que o misterioso campeão era o seu falecido avô desata a chorar. Foi nesta ocasião que todos nós nos apercebemos que Goku é apenas um menino, mesmo que anteriormente tenha quase vencido o seu mestre numa intensa luta e que esteja em disputa com o exército mais poderoso do planeta. Inconscientemente, ou não, penso que este foi um capítulo muito importante para o desenvolvimento do Goku. Porque este foi o primeiro momento onde o Goku abraçou a sua vertente humana e demonstrou que pode ser algo mais do que um prodígio nas artes marciais. Sem dúvida um momento breve mas intenso e nostálgico por todos que acompanharam o ser mais poderoso em qualquer media.
