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    O que estamos a ver – 25 de Março de 2024

    De uma forma resumida, falamos um pouco sobre o que vimos e deixamos o convite para em baixo nos comentários dizerem o que viram e jogaram na última semana.

    Bruno Reis

    Urusei Yatsura (2022) (34)

    Urusei Yatsura continua a não ter pressa absolutamente nenhuma para terminar este cour, a sua leviandade é tanta que abre o seu mais recente episódio com um resumo da série onde apresenta as suas personagens principais. Quem esteve atento ao nosso site saberá que esta é uma apresentação a um dos trailers promocionais desta temporada. Mesmo a um episódio de terminar o seu cour, a sua estrutura episódica manteve-se inalterável. Urusei Yatsura abriu o seu 34.° episódio nesta adaptação moderna como uma dos maiores clichés nos anos 80, ou seja, a revelação de quem assassinou um indivíduo por motivos ulteriores. Este é um elemento clássico que assenta que nem uma luva nas personagens da Rumiko, mesmo que esteja a receber uma camada de modernidade. Isto porque todas, absolutamente todas as personagens possuem uma abertura que as coloque umas contra as outras e o resultado num ambiente cómico desanexado e desprovido de sendo comum. O tradicional humor nonsense da Rumiko foi uma constante desde o rebuscado martelo gigante ao célebre símbolo com as mãos quando alguém é ferido. A segunda história segue uma linha menos linear, mais divertida e onde o foco foi a conturbada infância da Lum e da Ran. Julgo que a Lum se fartou da falsidade da sua amiga de infância e não hesitou em revelar às flores de boatos, a alma suja que se esconde debaixo de um rosto aparentemente frágil, carinhoso e muito feminino. Rumiko Takahashi foi mesmo uma das pioneiras do seu tempo na desconstrução de personagens e estereótipos, mas sinto que numa era moderna demasiado séria e onde este conceito já tenha recebido demasiados altos e baixos que quer está produção como o seu valor não sejam apreciado pelas camadas mais jovens. Urusei Yatsura volta a provar que nem tudo precisa ser absurdamente sério desde que exista valor e dimensão no simples divertido e funcional.

    O tradicional sinal com as mãos da Rumiko

    Shangri-La Frontier (23)

    Realmente contínuo sem perceber o que a produção de Shangri-La Frontier planeia fazer com o final de temporada da série. Todo o episódio basicamente foi um confronto contra um boss e a narrativa além de manter a mesma estrutura não recebeu nenhuns desenvolvimentos. A sensivelmente dois episódios de terminar esta temporada e com muitos mistérios ainda por revelar não percebo onde quer chegar e que ponto a alcançar. É realmente uma pena que cenas de combate incríveis e extremamente bem animadas não estejam a acompanhar o resto dos desenvolvimentos. Voltem episódios contra o Wethermon.

    Captain Tsubasa (S2) (23)

    Cada vez acho que este arco é uma redenção do Yoichi para desenvolver o Misaki. Acreditava mesmo que esta personagem tinha sido esquecida porque atuou como satélite para o desenvolvimento da juventude do Tsubasa, felizmente estava errado porque Misaki está a ser determinante para o desenrolar das situações neste arco. O mesmo não só conseguiu o desenrolar das narrativa como proporcionar alguns dos momentos mais frenéticos até à data. O contra-ataque de Hyuga, o pontapé aéreo onde Misaki e Tsubasa lançaram um chuto duplo, o sacrifício constante de Wakashimazu, enfim foram demasiados momentos épicos para serem revelados e que fazem corar de vergonha qualquer Derby ou clássico de futebol no mundo real.

    Dragon Ball (122)

    Se no episódio da semana passada Goku abraçou a sua vertente humana, neste penso que revelou pela primeira vez a sua herança saiyan, ainda que um pouco inconscientemente. Após um dos finais mais épicos até à data, Goku é salvo pela sua nova nuvem antes de sucumbir ao extraordinário poder do rei demónio que destruiu toda a paisagem. Ao saber das fraquezas do Goku, e do seu gentil coração, Piccolo recorre a chantagear o pobre rapaz ao ponto de lhe deixar com um único braço para combater. Contudo, Goku não desiste mesmo quando Piccolo desce a toda a velocidade para o abater e ao recorrer a um Kamehameha no solo eleva-se nos céus, trespassa Piccolo e põe por fim um final na vida do ser mais poderoso que enfrentou até ao momento. Porém este não é o fim, mas sim o princípio porque às portas da morte Piccolo cospe um ovo e revela que é o seu filho e um dia este virá para se vingar de Goku e conquistar o mundo. Na altura de exibição original, este foi o episódio que me rendeu por completo à obra de Akira Toriyama. Até ao momento Goku tinha enfrentado adversários com uma facilidade mais ou menos moderada, apenas não os conseguiu vencer por meras trivialidades narrativas de desenvolvimento de personagem. Este elemento tem estado mais ou menos a fervilhar, porque uns capítulos atrás a própria vidente revelou que Goku era alguém muito especial e um dia seria o responsável pelo salvamento do mundo.

    Este episódio além de abrir com Goku mais morto que vivo e apenas a sobreviver devido à intervenção da sua fiel nuvem foi incrível porque teve de tudo. Começa de um forma muito passiva/ativa com Goku a ceder aos caprichos de Piccolo Daimao para salvar Tenshinhan. Nestes momentos assistimos a uma passividade pouco própria no confronto, porém necessária porque foi como um fervilhar de emoções quando Goku trespassa o rei demónio e revela pelo primeira vez o seu explosivo poder interior. Numa idade adulta e ao analisar esta cena noto dois fatores bem interessantes. Goku além de trespassar o torso de Piccolo também arranca o seu símbolo (Daimao), o que significa que conquistou o rei demónio por completo tanto que nem nem Junior voltou a utilizá-lo. No taoísmo os macacos são conhecidos por purificar o mal, existem diversas estátuas de macacos espalhadas em templos por exemplo. Será tudo uma coincidência ou que Toriyama nesta fase da história já estava a pensar Goku como um extraterrestre? Afinal foram inúmeras as referências durante o combate, até o Goku disse que tinha uma cauda, por isso até se questionou se era mesmo humano. A forma como o episódio também revela a mestria do mestre Toriyama ao estabelecer de imediato uma ponte para o próximo arco, sem perder o hype deste, e revelar que Goku terá ainda de se tornar mais forte. Realmente foi um episódio incrível e um dos meus favoritos em toda a série porque é extremamente equilibrado repleto de emoções fortes e como se não bastasse a banda sonora de Kikuchi também elevou ainda mais todos os seus valores. Que também descanse em paz porque Dragon Ball não seria o fenómeno que foi sem a sua incrível contribuição.

    Bruno Reis
    Bruno Reis
    Vindo de vários mundos e projetos, juntou-se à redação do Otakupt em 2020, pronto para informar todos os leitores com a sua experiência nas várias áreas da cultura alternativa. Assistiu de perto ao nascimento dos videojogos em Portugal até à sua atualidade, devora tudo o que seja japonês (menos a gastronomia), mas é também adepto de grandes histórias e personagens sejam essas produzidas em qualquer parte do globo terrestre.

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