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    The Orbital Children – Análise

    Em 28 de janeiro deste ano foi lançado no catálogo da Netflix a minissérie em anime The Orbital Children (Chikyuugai Shounen Shoujo / Fora de Órbita). A produção é de responsabilidade da Production +h, um estúdio que foi criado para fazer o anime com o financiamento da Avex Pictures and ASMIK Ace, e a versão lançada na Netflix compila todas as partes em seis episódios.

    Este anime original possui direção e guião de Mitsuo Iso, o design de personagens é de Kenichi Yoshida (Eureka Seven, Gundam: Reconguista in G, Overman King Gainer). Outros membros da equipa incluem o diretor de arte Yusuke Ikeda, o designer de cores Miho Tanaka, o compositor Rei Ishizuka e o diretor de som Youji Shimizu.

    O longa possui em seu elenco Natsumi Fujiwara como Tōya Sagami, Azumi Waki como Konoha Nanase, Chinatsu Akasaki como Miina Misasa, Emiko Takeuchi como Isako Darmstadt Nobeyama, Kensho Ono como Taiyō Tsukuba, Mariya Ise como Nasa Houston, Yumiko Kobayashi como Hiroshi Tanegashima, Daiki Hamano como Kennedy Uchinoura Johnson, Eiji Hanawa como Mayor Sagami, Eiji Hanawa como Mayor Sagami, Moichi Saito como Twelve e Tokuyoshi Kawashima como Bright.

    Sinopse de The Orbital Children

    A história do anime acontece em 2045, onde a Internet e a IA são comuns até mesmo no espaço, e acompanha um grupo de crianças perdidas no espaço após a ocorrência de um acidente em grande escala numa estação espacial. Usando banda estreita, redes sociais e um drone que podem manipular por meio de smartphones e inteligência artificial de baixa inteligência, eles superam muitas crises.

    Obras envolvendo acidentes ou desastres em um determinado local não são novidades dentro do entretenimento, animes como Tokyo Magnitude 8.0 ou filmes como Skyscraper se utilizam de um ocorrido e de diversos perigos que ocorrem com os personagens para contar uma história maior. The Orbital Children se utiliza de um acidente em uma estação espacial para debater o que é ser humano e o que significa humanidade. Este debate é realizado mostrando iniciativas dos personagens diante de ações envolvendo preconceito, teorias da conspiração, terrorismo, influencia digital e solidariedade. Como história The Orbital Children funciona muito bem, com desenvolvimento dos personagens de forma muito concisa.

    Os personagens Tōya e Konoha representam equivalentes a refugiados, os dois personagens nasceram fora da Terra e possuem características que os fazem diferentes em comparação a outras pessoas, além de serem sobreviventes de um acidente em que outras pessoas foram afetadas diretamente e indiretamente. Mesmo de forma indireta e forma bem sutil através de diálogos, a série aborda de forma bem interessante que eles sofrem preconceitos por outras pessoas. Porém, os dois personagens acabam sendo dois lados de uma mesma moeda, com Tōya sendo o lado que vai ao extremo em busca de seu objetivo, enquanto que Konoha acaba sendo mais passiva e influenciável em alguns momentos.

    Fazendo paralelo ao momento atual do mundo real, em que a internet possibilita acesso a informação e ao mesmo tempo que possibilita acesso a desinformação, a série aborda o terrorismo e teorias da conspiração de uma forma mais complexa e as vezes confusa. Isso acaba se mostrando ser o lado mais complicado da história da série, pois diversos acontecimentos envolvendo o acidente em que Tōya e Konoha sobreviveram e as teorias da conspiração envolvendo os sete poemas são apenas citados no decorrer da obra. Isso acaba fazendo com que qualquer diálogo perdido se torne uma peça a menos no entendimento dos acontecimentos como um todo. A questão envolvendo terrorismo é ligado diretamente com as teorias da conspiração e novamente a série acerta com paralelos envolvendo a série e o mundo real ao falar sobre organizações ou pessoas que acreditam que determinadas ações extremas tem que ser realizadas para profecias ou teorias possam se cumprir.

    A maior parte dos personagens de apoio de The Orbital Children funcionam para trabalhar as questões citadas anteriormente e servem para trazer a parte sentimental dos personagens Tōya e Konoha à tona. Porém, eles acabam funcionando principalmente para mostrar o lado solidário que o ser humano pode ter ao próximo. No decorrer da história da obra essa solidariedade entre os personagens vai sendo construída de uma forma boa, até chegar ao ponto de no final essa solidariedade ser inflamada externamente através da influência digital. Novamente a obra acaba fazendo paralelo com o mundo real neste ponto, no mundo atual em que o acesso de informação e noticias chegam em qualquer local do planeta, é possível ter solidariedade com pessoas de outras cidades ou países em caso de algum acontecimento trágico (como, por exemplo, o caso do garoto que caiu em um poço no Marrocos e que mobilizou o próprio país e gerou muitas mensagens em solidariedade  em todo o mundo).

    Mesmo sendo produzida em formato episódico, The Orbital Children funciona através de uma edição dinâmica e com diversos ganchos que funcionam no decorrer dos episódios. A animação da série é bem trabalhada, com momentos visualmente bem bonitos e personagens com características únicas, ainda assim existem momentos em que a animação da uma queda na qualidade, mas nada que atrapalhe o resultado final. A trilha sonora da série possui uma música tema que é bem característica, mas os outros temas acabam sendo pontuais. Já o elenco de voz da série funciona muito bem, com destaque para a atriz de voz Chinatsu Akasaki, que consegue ajudar com sua atuação que tenhamos irritação com a personagem Miina Misasa.

    No geral, The Orbital Children funciona muito bem em contar uma história envolvendo o debate sobre o que é ser humano e o que significa humanidade. Com desenvolvimento dos personagens de forma muito concisa, a série faz um paralelo ao momento atual do mundo real ao mostrar o uso da internet para possibilitar acesso a informação e ao mesmo tempo que possibilita acesso a desinformação. Por outro lado, qualquer diálogo perdido pode fazer com que o entendimento sobre a série como um todo fique mais complicada. A animação é bem trabalhada e com personagens com características únicas visualmente, porém, ainda assim existem momentos em que a animação da uma queda na qualidade.

    Felipe Soares
    Felipe Soares
    Um fã de animes, cinema, games, séries e com um gosto musical incomum. Membro brasileiro do OtakuPT e formado em Processos Fotográficos.

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    Admmi
    Admmi
    22 , Fevereiro , 2022 18:35

    Fiquei interessado, vou ver.

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